OS JUDEUS EXPULSOS DO RECIFE (5781) – Estudo para 21 de maio de 2021 – 10 de Sivan de 5781

I. Mito? A saga dos judeus expulsos do Recife que fundaram Nova York (e criaram Wall Street) – Investigação de uma década do escritor Lira Neto separou ficção e dado histórico sobre um episódio que mudou a configuração da economia atlântica, deu origem a uma das principais cidades do mundo e à famosa rua que representa o mercado financeiro global

Em setembro de 1654, 23 pessoas, entre homens, mulheres e crianças, judeus sefarditas, provenientes da atual cidade de Recife, aportaram em Nieuw-Amsterdam, ou Nova Amsterdam. Tratava-se de um entreposto comercial modesto situado ao sul de uma ilha ao norte da América.

O lugar era chamado pelos nativos indígenas de Mann-ahata, ou Man-a-ha-tohn, termo que significa “ilha de muitas colinas” ou “lugar onde se colhe madeira para fazer arcos (de flechas)”. O termo se fixou como Manhattan, que até hoje designa a ilha principal da Nova York cosmopolita do presente.

Em torno do episódio circulam especulações e mitos, alimentados por folcloristas nordestinos e historiadores ibero-americanos, zelosos em valorizar o papel das Américas Portuguesa e Espanhola em territórios longínquos na conquista e no estabelecimento das rotas mercantis através do Atlântico.

O mais intrigante desses relatos é o de que o pequeno grupo emigrado do Brasil teria criado Nova York. Mas nada disso é preciso. Para esclarecer tais narrativas muitas vezes repetida, o jornalista cearense Lira Neto realizou uma pesquisa que durou 10 anos e resultou na publicação do livro “Arrancados da terra”, em lançamento da Companhia das Letras.

O subtítulo resume o enredo da obra: “Perseguidos pela Inquisição na Península Ibérica, refugiaram-se na Holanda, ocuparam o Brasil e Fizeram Nova York”. O verbo “fazer” ressalta a imprecisão do fato. Até a publicação do livro, era comum considerar a chegada dos judeus como data fundadora. Mas o escritor desvenda o mistério. Na verdade, como demonstra o autor, eles fundaram, sim, a primeira comunidade judaica na América do Norte em uma localidade ativa havia 29 anos. Para chegar à essa conclusão.

Lira Neto, autor de biografias como as de Getúlio Vargas, Padre Cícero, Maysa, entre outros personagens, esteve pessoalmente nos lugares retratados na obra. Segundo consta de lápides semiabandonadas no cemitério da St. James Square, onde surgem nomes de origem portuguesa, próximo ao terminal que leva e traz turistas à Estátua da Liberdade, o cemitério foi construído em homenagem “a aqueles que fundaram a primeira comunidade judaica na América do Norte” – e não a supostos pioneiros de Nova York.

“Quem eram afinal de contas, as tais 23 pessoas?”, pergunta-se Lira Neto em seu 13º livro. “Em que navio chegaram? Seriam mesmo procedentes do Brasil, como muitos querem crer?” E continua: “É possível estabelecer, com solidez de fontes, suas identidades e reconstituir suas respectivas trajetórias? Ou tudo não passaria de uma epopeia tão heroica quando inverídica, contrafação histórico, mito de origem, como querem pesquisadores mais céticos?”

É a tarefa que ele se impôs, lançando mão de fontes vastas e detalhes inéditos. Não seria preciso ler tantos documentos para pôr em dúvida a narrativa consagrada. Basta examinar as datas. A nação holandesa fundou um porto em Nova Amsterdam, com patrocínio da Companhia das Índias Ocidentais, o empreendimento de conquista de mercados que resultava da associação de grandes negociantes com a coroa da Holanda.

A parceria inovadora, que conciliou as ambições do Estado Monárquico dos países baixos ao capital mercantil para exportação e importação de produtos revelou-se fundamental pelas conquistas holandesas de territórios nas Américas, que se iniciaram em 1624, com a tomada do porto de Salvador, e rumou a outras terras.

O autor Lira Neto pesquisou por mais de uma década antes de lançar o livro

O auge da empreitada se deu com a conquista dos territórios pertencentes à coroa hispano-portuguesa, com a tomada da área leste da Capitania de Pernambuco em 1630. Na época, as terras pertenciam à Espanha, que reinava sobre Portugal desde 1580, inclusive com a adoção da Santa Inquisição para perseguir judeus (Portugal até então era tolerante à diversidade religiosa), mas passava por perdas monetárias devido às derrotas da Armada de Felipe II, para a Inglaterra e a Holanda. Portugal retomou a soberania em 1640, quando os holandeses já haviam se instalado em parte da capitania de Pernambuco e arredores. O objetivo do governo holandês e da Companhia das Índias era explorar o açúcar, o produto então mais valorizado no sistema mercantilista. Como a mão de obra se revelou escassa na área rural, tornava-se inevitável se associar aos proprietários de canaviais e usinas de cana locais e adotar a escravidão.

Os sefarditas expulsos de Madri e Lisboa foram chamados a colaborar com a nova civilização, comandada pelos protestantes de Amsterdam, uma capital que praticava uma relativa tolerância religiosa, apesar da virulência da elite calvinista contra os “hereges”. Os negociantes da comunidade prestavam serviços para a Companhia das Índias como cobradores de impostos e incentivadores do comércio de açúcar – eles passaram a explorar também a escravidão de negros e indígenas. Isso passou a ocorrer após 1637, com a chegada do novo governador Maurício de Nassau, um duque e militar alemão tão vaidoso que rebatizou Recife de Cidade Maurícia.

A convite de Nassau, exportadores açucareiros, como Menasseh Ben Israel e o coronel Senior Navarro, fundaram a Jodenstraat (rua dos Judeus) no centro da capital. Ali, ele outros pares construíram suas casas, segundo o modelo de sobrados de três andares típicos de Amsterdam, e formaram a primeira sinagoga das Américas, a Kahal Zur Israel (Congregação Rochedo de Israel), até hoje em funcionamento. A eles se juntaram artesões, comerciantes, caixeiros e notários. Os mais pobres, não moravam na Jodenstraat, e sim em casebres miseráveis fornecido pela Companhia, próximos dos prostíbulos.

Lira Neto conta que o Conselho Político do Recife via nesses estabelecimentos um perigo para os colonos. O órgão chegou a intensificar a maior vigilância sobre os habitantes da região. “Muitas prostitutas estrangeiras eram conhecidas por seus apelidos em português: Maria Cabelo de Foto, Chalupa Negra, Cristinazinha e Admirável”, descreve Lira Neto. Em nome do incremento de uma vida urbana próspera, Nassau fazia vistas grossas a esses hábitos pouco religiosos.

A derrota holandesa só pôde acontecer porque os senhores de engenho locais se revoltaram com a crescente cobrança de impostos e planejaram a chamada revolta nativista que teve como marco a Batalha de Guararapes, em 1649 e culminou com a assinatura da capitulação da Holanda em 1654, resultante da negociação que o historiador Evaldo Cabral de Mello apelidou de “O Negócio do Brasil”, resultante da revenda do território aos portugueses.

O acordo tornou a expulsão menos chocante. O governo português deu três meses para os holandeses e colaboradores, inclusive os sefarditas, para encerrar negócios, recolher bens e zarpar em centenas de navios, dezesseis deles cedidos pelo rei de Portugal. Os que permanecessem sofreriam as penas da Santa Inquisição. A partir de então, iniciou-se a triste viagem de cerca de 150 famílias, seiscentos cidadãos que embarcaram tanto para Amsterdam como as demais colônias holandesas. O pesquisador supõe que foram os passageiros do navio Valk que desembarcaram em Nova Amsterdam.

Não sem serem atacados e roubados por piratas no mar das Caraíbas. Só foram resgatados pelos espanhóis que governavam a Jamaica. Lá, os náufragos, foram forçados a ir embora. Às pressas, contrataram o navio francês do comandante Jacques de La Motte e chegaram ao local de destino. Não deixaram de experimentar mais revezes. Revelaram ao capitão do navio que não tinham como saldar as dívidas, o que fez La Motte conseguir prender os líderes do grupo e mantê-los em masmorras. Só foram liberados quando a Talmude Torá, autarquia que administrava a vida dos judeus em Amsterdam, enviou o dinheiro.

A Holanda seguia próspera. É preciso lembrar que, depois da expulsão do Brasil, os holandeses passaram a investir no açúcar na região das Antilhas. Logo os produtores brasileiros não suportaram a concorrência comercial imposta pelo açúcar antilhano – e o peço do açúcar de Pernambuco caiu em 50% e quebrou o ciclo lucrativo do açúcar.

Nova Amsterdam, porém, não foi a terra prometida que os judeus buscavam. Por duas décadas, a vida deles foi difícil, com perseguições de fundamentalistas protestantes e cobranças de impostos abusivas por parte do intendente local. Ele determinou que os judeus construíssem uma paliçada para separar seu cemitério da zona urbana da cidade. A construção levou o nome de Rua da Muralha (Wall Street). Curiosamente, o desenho dessa paliçada corresponde ao local onde se localiza o distrito financeiro de Nova York. “A situação dos judeus só melhorou quando os ingleses rechaçaram os holandeses em 1674”. Foi quando a cidade foi rebatizada como New York, em homenagem ao primeiro latifundiário inglês, natural de York, que comprou terras por lá. Sob o governo de Londres, comunidades religiosas diferentes puderam viver em relativa harmonia.

Em 1730, os israelitas receberam permissão para fundar a primeira sinagoga de Nova York. As ondas migratórias e a adesão dos judeus à luta pela independência americana os credenciaram a colaborar na conversão da velha Manhattan em um dos centros da riqueza mundial.

Nem todos os judeus no Brasil puderam escapar, por vários motivos, inclusive financeiros. Aqueles que permaneceram se embrenharam no sertão, fugindo da perseguição. Lá, mantiveram seus costumes às escondidas. Segundo Lira Neto, eles deixaram de ter razão de ser. “Dissolvidos no imaginário coletivo, tais hábitos perderam a função original, embora continuem a ser praticados em nome de uma tradição da qual não se conhecem mais os imemoriais sentidos de origem”, afirma.

Arrancados da terra: Perseguidos pela Inquisição na Península Ibérica, refugiaram-se na Holanda, ocuparam o Brasil e Fizeram Nova York, Lira Neto, Companhia das Letras, 424 páginas, R$ 63,13 (livro) e R$ 39,90 (e-book). [1]
II. Como 23 judeus expulsos de Recife ajudaram a fundar Nova York – Mapa do Brasil mostra capitanias em 1630 – A bordo do navio Valk, cerca de 600 judeus deixaram Recife, em Pernambuco, expulsos pelos portugueses. Era o fim da ocupação holandesa no Brasil e também da liberdade de praticar sua religião.

Eles queriam voltar à terra natal — a Holanda, onde o culto do judaísmo era permitido devido ao calvinismo, uma versão mais liberal do cristianismo. De lá haviam chegado mais de duas décadas antes, quando os holandeses conquistaram parte do Nordeste brasileiro — de olho na produção e comércio do açúcar. Mas uma tempestade os desviou do caminho e o navio foi saqueado por piratas.

Como 23 judeus expulsos de Recife ajudaram a fundar Nova York – O grupo foi resgatado por uma fragata francesa e levado à Jamaica, então colônia espanhola, e acabou preso por causa da Inquisição espanhola. Mas, graças à intervenção do governo holandês, foram libertados e, por motivos financeiros, parte deles seguiu para um destino mais próximo do que a Europa: a colônia holandesa de Nova Amsterdã, atual Nova York, então um mero entreposto comercial. Pule Talvez também te interesse e continue lendo, Talvez também te interesse. Ali formaram a primeira comunidade judaica da América do Norte e contribuíram para o desenvolvimento da cidade. Atualmente, Nova York é a segunda cidade com o maior número de judeus no mundo, atrás apenas de Tel Aviv, em Israel.

Vista de Mauritsstad (Recife) em 1645 – Mas essa história rocambolesca não começa em 1654, ano em que Portugal derrotou os holandeses e retomou o controle do Nordeste, provocando, por consequência, a expulsão dos judeus, temerosos com a Inquisição.

Cerco holandês a Olinda e ao Recife – Imigração Judaica – A imigração judaica ao Brasil remonta à época do descobrimento, com os chamados “cristãos novos”, judeus que foram obrigados a se converter ao cristianismo na Península Ibérica devido à perseguição pela Igreja Católica. Na então maior colônia portuguesa, alguns deles abdicaram das práticas judaicas. Outros as mantinham às escondidas.

Livro de Daniela Levy foi resultado de 10 anos de pesquisas – Mas foi em fevereiro de 1630 com a ocupação holandesa que os judeus dos Países Baixos, alguns dos quais descendentes dos que haviam fugido da Península Ibérica rumo à Holanda, chegaram ao Brasil, diz à BBC News Brasil a historiadora Daniela Levy, autora do livro De Recife para Manhattan: Os judeus na formação de Nova York (Editora Planeta), que demandou 10 anos de pesquisa. Levy investigou inicialmente o tema para sua dissertação de mestrado, na Universidade de São Paulo (USP).

“Os judeus que vieram ao Brasil eram descendentes dos cristãos novos que se mudaram para a Holanda um século depois da conversão forçada pela Inquisição. Naquele país, eles puderam retornar ao judaísmo, recuperando tradições e reorganizando-se enquanto comunidade”, explica Levy.

Olinda, então cidade mais rica do Brasil Colônia, foi saqueada e destruída pelos holandeses, que escolheram Recife como a capital da Nova Holanda. O mapa de Nicolaes Visscher mostra o cerco a Olinda e Recife em 1630. Muitos desses judeus holandeses integravam a Companhia das Índias Orientais, uma empresa de mercadores fundada em 1602 e cujo objetivo era excluir os competidores europeus daquela importante rota comercial. No Recife, eles foram abrigados por parentes aqui já estabelecidos, mas constituíram sua própria comunidade, na qual podiam, enfim, professar sua religião em paz, dedicando-se ao comércio, à botânica e à engenharia. Construíram escolas, sinagogas e cemitério, dando sua contribuição ao enriquecimento da vida cultural da região.

A primeira sinagoga das Américas, Kahal Zur Israel, foi fundada ali, ocupando um dos casarões da “Rua do Bom Jesus”, então chamada de “Rua dos Judeus”, e reinaugurada em 2002 após restauração. As estimativas sobre o número de judeus no período holandês variam muito, entre 350 e 1.450. O número é expressivo considerando que cerca de 10 mil pessoas viviam na região.

Segundo Levy, a isso não só se deveu ao fato de que a Holanda era calvinista, permitindo a liberdade de de culto, mas também graças a Johan Maurits van Nassau-Siegen, ou Maurício de Nassau, militar que governou a colônia holandesa no Recife de 1637 a 1643.

Kahal Zur Israel foi primeira sinanoga das Américas – “A Holanda era um país protestante e abriu suas portas para outras religiões quando se tornou independente da Espanha. Foi então quando os cristãos novos saíram de Portugal e foram para lá. Existiam alguns calvinistas que tinham animosidades contra os judeus, mas, de forma geral, a política holandesa era de tolerância religiosa”, diz Levy.

“Maurício de Nassau, um grande humanista, defendia a visão de que o bom convívio de grupos de diferentes religiões seria politicamente mais proveitoso, e também do ponto de vista econômico”, acrescenta. Maurício de Nassau transformou Recife na cidade mais cosmopolita das Américas – Com o intuito de transformar Recife na “capital das Américas”, Nassau investiu em grandes reformas, tornando-a uma cidade cosmopolita. Apesar de benquisto, ele acabou acusado por improbidade administrativa e foi forçado a voltar à Europa em 1644.

Após o fim da administração Nassau, a Holanda passou a exigir a liquidação das dívidas dos senhores de engenho inadimplentes, o que levou à Insurreição Pernambucana e que culminaria, mais tarde, com a expulsão dos holandeses do Brasil, em 1654. Na prática, mesmo depois de terem sido derrotados, os holandeses receberam dos portugueses 63 toneladas de ouro para devolver o Nordeste ao controle lusitano no século 17. O pagamento envolvia dinheiro, cessões territoriais na Índia e o controle sobre o comércio do chamado Sal de Setúbal, segundo disse à BBC News Brasil em 2015 Evaldo Cabral de Mello, historiador e integrante da Academia Brasileira de Letras (ABL).

O montante equivaleria a cerca de 500 milhões de libras esterlinas (R$ 4 bilhões) em valores atualizados, de acordo com Sam Williamson, que fez o cálculo na ocasião a pedido da reportagem. Williamsom é professor de economia da Universidade de Illinois, em Chicago, nos Estados Unidos, e cofundador do Measuring Worth, ferramenta interativa que permite comparar o poder de compra do dinheiro ao longo da história. Os judeus que aqui haviam fincado raízes se viram sem alternativa.

Receberam um ultimato do então governador da região, Francisco Barreto de Menezes: três meses. Alguns deles fugiram para o Sertão. Outros decidiram voltar à Holanda — dando início à epopeia que abre esta reportagem. Após a intempérie com os piratas e a prisão na Jamaica, 23 deles, entre os quais famílias com crianças nascidas no Brasil, partiram rumo a Nova Amsterdã. Registros populacionais da Prefeitura de Nova York mostram que eles chegaram em setembro de 1654, mas não foram “bem recebidos”, conta Levy.

Como Portugal comprou o Nordeste dos holandeses por R$ 3 bi. – A então colônia holandesa era insignificante, quase deserta e governada por um calvinista fanático, Peter Stuyvesant, que impôs várias dificuldades aos recém-chegados. “Stuyvesant não gostava de judeus. Ele não queria permitir a entrada deles. Mas a comunidade judaica da Holanda interferiu a favor deles e eles foram aceitos”, diz Levy. “O restante do grupo – que havia ficado preso na Jamaica – acabaria se juntando aos 23 posteriormente”, acrescenta. A duras penas, os 23 judeus conseguiram sobreviver a partir do comércio, que logo cresceu, atraindo mais judeus para a cidade, que viria a mudar de nome (para Nova York) em 1664. Depois da guerra de independência americana, seus descendentes alcançaram plena cidadania. Um deles, Benjamin Mendes (1745-1817) fundou a Bolsa de Nova York.

Cemitério antigo judeu em Nova York – Monumento homenageia primeiros judeus a chegarem a Nova Amsterdã – Na ‘Big Apple’ ou ‘Grande Maçã’ (em português), o apelido da cidade de Nova York, um monumento, chamado Jewish Pilgrim Fathers, rende homenagem aos Henrique, Lucena, Andrade, Costa, Gomes e Ferreira que ajudaram a fundar e desenvolver a cidade. Recentemente, essa saga deu origem a um novo livro, Arrancados da Terra – Perseguidos pela Inquisição na Península Ibérica, do escritor e jornalista Lira Neto (Editora Companhia das Letras).

Placa homenageia primeiro cemitério judeu em Nova York – Após a ocupação holandesa, uma nova leva de imigrantes judeus começou a chegar ao Brasil em 1810, oriundos, em sua maioria, do Marrocos.

Eles se estabeleceram principalmente em Belém, onde fundaram a segunda mais antiga sinagoga do Brasil, que continua ainda hoje em pleno funcionamento. Ali também construíram o primeiro cemitério israelita do país. A partir de então, a imigração judaica se intensificou culminando com seu apogeu na primeira metade do século 20, após a 2ª Guerra Mundial. Além do Nordeste, Sul e Sudeste foram os principais destinos. Os imigrantes partiram, na maior parte, da Europa e de alguns países árabes. Batalhas dos Guararapes levaram ao fim do domínio holandês.

Dia Nacional da Imigração Judaica – Nesta quinta-feira, dia 18 de março, comemora-se o Dia Nacional da Imigração Judaica. A data que celebra a contribuição do povo judeu na formação da cultura brasileira foi criada por um projeto de lei de autoria do então deputado federal Marcelo Itagiba (PSDB-RJ), e sancionado em 2009. Para marcar a ocasião, a Confederação Israelita do Brasil (Conib) vai promover uma “live” reunindo Itagiba e o ex-chanceler Celso Lafer, professor e membro da Academia Brasileira de Letras (ABL).

Palácio de Friburgo, construído Maurício de Nassau entre 1640 e 1642, foi demolido no século 18. “O Brasil permitiu que imigrantes judeus reconstruíssem suas vidas com acolhimento e liberdade, e nossa comunidade, pequena, mas diligente, retribuiu com muito amor e trabalho. Aqui criamos nossas famílias, criamos empresas, desenvolvemos carreiras profissionais nas mais diversas áreas de atuação e conhecimento”, diz Claudio Lottenberg, presidente da Conib.

“Por isso a comunidade judaica brasileira está tão bem integrada à comunidade maior de brasileiros, com diversidade e dedicação ao país generoso que acolheu nossos pais e avós”, acrescenta. Atualmente, o Brasil possui a segunda maior comunidade judaica da América Latina, com cerca de 120 mil cidadãos.

Fontes: [1] NEOFEED: https://neofeed.com.br/blog/home/mito-a-saga-dos-judeus-expulsos-do-recife-que-fundaram-nova-york-e-criaram-wall-street/
Coordenador: Saul Stuart Gefter 10 de Sivan de 5781 – 21 de maio de 2021

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