Dia de Jerusalém – Iom Ierushalaim (5781) – Estudo para 14 de maio de 2021 – 03 de Sivan de de 5781

I. Iom Ierushalaim – Na Guerra dos Seis Dias, em 1967, Jerusalém foi reunificada e, pela primeira vez após 2.000 anos, não só os judeus puderam ir livremente aos seus lugares sagrados, como também a liberdade de culto para muçulmanos e cristãos foi garantida, pela Lei de Proteção dos Lugares Santos, promulgada imediatamente após a vitória.

Em 1968, foi decidido que o dia que marcou a libertação – 28 de Iyar, de acordo com o calendário lunar judaico – seria um feriado nacional em Israel, o Dia de Jerusalém. Nessa data, é celebrada a reunificação da cidade e a ligação visceral do povo judeu com Jerusalém ao longo de sua história.

O dia é marcado por cerimônias de Estado, serviços de memorial para os soldados que morreram na batalha por Jerusalém, desfiles pelo centro da cidade, orações nas sinagogas, palestras sobre temas relacionados e programação especial de televisão.

Os alunos das escolas em todo o país aprendem sobre o significado da Cidade Sagrada e realizam festas. O dia é comemorado também nas escolas judaicas de todo o mundo. A frase “No ano que vem, em Jerusalém” fez parte das preces dos judeus por quase 2.000 anos.

A força evocada pela cidade está presente nestas palavras do profeta Isaías e do Salmo 137:
“Por amor de Sião não me calarei, e por amor de Jerusalém não me aquietarei, até que saia a Sua justiça como um resplendor, e a Sua salvação como uma tocha acesa”. [Isaías 62:1]
“Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém, esqueça-se a minha destra da sua destreza. Apegue-se-me a língua ao céu da boca, se não me lembrar de ti” [Salmo 137:5-6] [1]

II. O Dia de Jerusalém – Por Marcos L Susskind
A história de Jerusalém (09 de maio de 5781) se inicia há cerca de 7200 anos, no período Neolítico, a chamada Idade da Pedra Polida – 5000 Antes da Época Comum (AEC) quando nela se forma o primeiro assentamento humano.

O núcleo é chamado de Shalem e a Torá (a Bíblia Judaica) nos diz que seus habitantes eram os Jebuseus, que os historiadores identificam como Canaanitas.

A Torá também nos informa que Josué não conseguiu conquistar a cidade quando o Povo Judeu entrou na Terra Prometida.

Apenas 250 anos mais tarde, por volta do ano 1000 AEC, portanto há 3020 anos, o Rei David conquista Jerusalém e transfere para ela a sua capital, que até então estava sediada em Hebron.

David também transfere para Jerusalém o Tabernáculo e a cidade passa a ser a sede do Governo Político e o Centro Espiritual.

Salomão, seu filho, constrói o 1º Templo e após sua morte o país é dividido em dois. Jerusalém seguirá sendo a capital do Reino de Judá durante mais de 1000 anos.

Mais tarde, nos 2000 anos de diáspora, ela seguiu sendo a capital espiritual do Povo Judeu, em direção à qual os Judeus sempre rezaram e pela qual sempre almejaram.

A história nos mostra que Jerusalém teve facetas muito diferentes através da história.

A Jerusalém Judaica de David e Salomão segue por cerca de mil anos.
Mas invadida por outros povos, ela teve habitantes e costumes diferentes – quando dominada pelos Gregos e pelos Romanos Pagãos.

Nova mudança radical com a chegada dos Bizantinos Cristãos. Jerusalém vê mudanças no vestir, no tipo de construção, nas atividades de laser e na religião predominante.

Mais tarde, novas mudanças com a chegada dos Islâmicos, seguida da conquista pelos Cruzados que 200 anos mais tarde são derrotados pelos Mamelucos.

Estes perderão o poder para os Otomanos que dominam Israel e Jerusalém por 400 anos.

Ao fim da 1ª Guerra Mundial chegam os Ingleses e apenas em 1948 a cidade volta parcialmente às mãos dos Judeus.

Isto porque a Guerra de Independência em 1948 leva à divisão de Jerusalém.
A parte Oriental e antiga da cidade, onde se encontravam o Templo Judaico, o Muro das Lamentações, o Bairro Judeu, a cidade Murada, o Santo Sepulcro, a Piscina de Bethesda, a Mesquita de El Aktza e a Via Dolorosa cai em mãos Jordanianas e Judeus são terminantemente proibidos de visitar seus locais mais sagrados.

Já a parte nova de Jerusalém, fora das Muralhas, fica em mãos de Israel, que a declara sua capital.

A cidade fica dividida desde 1948 até Junho de 1967.

A Rua Yafo começa a metros da muralha de Jerusalém, em mãos Jordanianas, no alto das quais eu via os soldados inimigos todos os dias ao me dirigir ao Correio Central ou às ruas centrais de Jerusalém.

Teddy Kolek, que foi prefeito da cidade antes e depois da unificação, declarou em 1965 (dois anos antes da guerra) que “viver em Jerusalém é viver em tensão.

Não há um único dia sem que alguém seja morto ou ferido por tiros vindos da muralha ou pelo menos atingido por pedras jogadas de lá sobre os transeuntes no lado Judaico”.

Sobre a unificação da cidade, é interessante lembrar que o Rei da Jordânia, Hussein, havia recebido garantias que Israel não atacaria a Jordânia caso ela não abrisse fogo contra Israel.

Porém, no primeiro dia de guerra, por volta do meio dia, o Rei Hussein da Jordânia comete seu maior erro.

O General Nasser (de Egito) telefona para Hussein informando que suas forças estão destruindo o exército de Israel, que a vitória é iminente e convence Hussein a entrar na guerra e receber reforços do exército Iraquiano, colocando suas tropas sob comando de Abdul Munim Riad, Comandante Geral do Exército Egípcio.

O exército Jordaniano avança sobre Armon Hanatziv, sede do Comando da ONU e o conquista, iniciando bombardeio sobre o Monte Scopus, Har Hatzofim, que era um pequeno enclave Israelense ilhado por território Jordaniano.

Hussein também bombardeia a Cidade Nova de Jerusalém, a Capital de Israel.

Porém naquele momento a aviação Egípcia já havia sido totalmente dizimada – 286 de seus 300 aviões foram destruídos no solo e a totalidade de seus aeroportos já não operava, destruídos por bombardeios de Israel.

O exército Israelense avançava no Deserto de Sinai, onde Nasser tinha alocado 100.000 homens que pouco podiam fazer sem apoio de sua Força Aérea. Ocorre que o comando Egípcio ainda não havia informado a Nasser e por este motivo Hussein foi induzido a seu erro trágico, que lhe custou a parte mais fértil de seu reino, hoje reivindicada pelos Palestinos.
No terceiro dia de guerra, após ter conquistado as montanhas que circundam Jerusalém, o Exército Israelense finalmente entrou na Cidade Velha, murada.
A batalha de Jerusalém foi duríssima já que o exército Jordaniano era extremamente bem treinado.

As batalhas mais difíceis ocorreram no Monte das Munições (Guivat Hatachmoshet), em Sheikh Jarach, na Escola de Polícia e na Cidade Velha.
Israel decretou o dia 28 do mês Judaico de Yar como o Dia de Jerusalém (Yom Yerushalaim) que se celebra neste ano em 22 de maio.

O decreto, entre outras coisas garante a liberdade total e absoluta de culto a toda e qualquer religião, com ênfase no Cristianismo, Islamismo e Judaísmo, religiões que consideram a cidade como Santa.
Jerusalém esta novamente unificada.

O Povo Judeu seguiu por mais de 3000 anos a promessa do Rei David, escrita no livro dos Salmos capítulo 137, versículo 5
אם אשכחך ירושלים – תִּשְׁכַּח ימיני, תִּדְבַּק לשוני לְחִכִּי אם לא אֶזְכְּרֵכִי, אם לא אַעֲלֶה את ירושלים על ראש שמחתי”

Se eu me esquecer de ti, Jerusalém, Esqueça-se a minha mão direita da sua destreza. Cole-se minha língua ao céu da boca, Se eu não me lembrar de ti, se eu não elevar, Jerusalém, no auge de minha alegria.

Naquele dia de 1967, a notícia que a Cidade Velha e o Muro do Templo estavam em mãos Israelenses se espalhou como rastro de pólvora.

Homens fortes recebiam a notícia e caiam em prantos, abraçados a quem estivesse a seu lado.

A emoção dominou o país. Júbilo, euforia.

Depois de 2000 anos de afastamento, 2000 anos de humilhação, 2000 anos de infinita saudade, o Muro do Templo, único resíduo restante do Templo de Jerusalém voltava as mãos Judaicas.

E hoje, novamente comemorando o Dia de, Jerusalém, cumpre-se a palavra do Profeta Zacarías no capítulo 9, versículos 4 e 5
“Jerusalém voltará a ser habitada por idosos e idosas com suas bengalas, já que viverão vidas longas. E a cidade estará repleta de meninos e meninas brincando em suas ruas”.

Você está convidado a caminhar pelas ruas do Bairro Judeu de Jerusalém e constatar por si mesmo a verdade da realização desta profecia.

Feliz Yom Yerushalaim Feliz Dia de Jerusalém.

Que aquele que cria a paz nas alturas traga a paz sobre nós e digamos amén.

Fontes:
[1] CONIB, https://www.conib.org.br/glossario/dia-de-jerusalem-iom-ierushalaim/
[2] Kadimah: https://www.revistakadimah.com/post/o-dia-de-jerusal%C3%A9m
Coordenador: Saul Stuart Gefter 03 de Sivan de de 5781 – 14 de maio de 2021

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