A TORÁ ORAL (5779) – Estudo de 12 de outubro de 2018 – 03 de Cheshvan de 5779

I. Introdução – Muitas pessoas fazem uma pergunta aparentemente legítima: se a Torá Oral se originou de D’us, por que houve a necessidade de ser a mesma contestada, discutida e esclarecida? O judaísmo se diferencia de todas as outras religiões pelo fato de não se ter originado de uma única pessoa. Todas as outras começaram a partir de um indivíduo que, através de seus ensinamentos, arregimentava adeptos e convertidos. Apenas o judaísmo foi criado por D’us, ao reunir três milhões de pessoas no sopé do Monte Sinai, ocasião em que, pela primeira e única vez, revelou-se abertamente.

Essa Revelação Divina, que se seguiu ao Êxodo do Egito, forjou um vínculo entre D’us e o povo judeu em todas as gerações. Este vínculo foi estabelecido pela Torá. Portanto, é claro que a Torá é o pilar do judaísmo, e quem sem a mesma não haveria religião judaica.Apesar de o termo Torá abranger todos os fundamentos, leis e ensinamentos do judaísmo, literalmente refere-se aos 5 livros que nos foram transmitidos por D’us – letra por letra – a Moisés no Monte Sinai. Os cinco livros de Moisés – Bereshit (Gênese), Shemot (Êxodo), Vayikra (Levítico), Bamidbar (Números), Devarim (Deuteronômio) – compõem o que conhecemos como a Torá Escrita, ou Torah she-Bichtav. D’us também transmitiu a Moisés a Torá Oral, Torah she-Be’alpeh, que consiste das interpretações e explicações dos mandamentos da Torá Escrita. Moisés possuía o mais alto grau de profecia e, por isso, D’us pode ensinar-lhe a Torá Oral de forma abrangente e detalhada. Pois está escrito: “Falava D’us a Moisés face a face, como um homem qualquer fala a seu amigo” (Êxodos 33:11). Ao mencionar especificamente a transmissão da Torá Oral, D’us disse: “Boca a boca falo com ele, claramente e não por enigmas” (Números 12:8).

A transmissão da Torá Oral é claramente revelada na Torá Escrita. Pois está escrito: “São estes os estatutos, juízos e leis (Torá) que deu o Senhor entre si e os filhos de Israel no Monte Sinai, pela mão de Moisés” (Levítico 26:46). É importante notar que a palavra Torá está no plural, pois se refere tanto à Torá Escrita quanto à Oral (Rashi; Sifra). Em outra parte da Torá Escrita, D’us diz a Moisés: “Dar-te-ei tábuas de pedra, e a lei e os mandamentos que escrevi” (Êxodo 24:12). As tábuas de pedra são os Dez Mandamentos, a lei (Torá) significa a Torá Escrita e os mandamentos referem-se à Torá Oral. De fato, a Torá Escrita faz inúmeras alusões à Torá Oral. Por exemplo, está escrito: “Então matarás as tuas vacas e tuas ovelhas…como te ordenei” (Deuteronômio 12:21). Isto implica na transmissão das instruções sobre o abate casher de animais, apesar de que não são dadas explicações. De fato, a maioria de nossos mandamentos nunca são explicados na Torá Escrita.

A mitzvá da guarda do Shabat é um dos Dez Mandamentos, mas não há nenhuma instrução sobre o significado de guardar o Shabat. São mencionados, também, outros mandamentos tais como a colocação de mezuzot, de tefilin, o cumprimento das festas judaicas, mas não são discutidos, de fato, na Torá Escrita. Está bem claro que todas as instruções são encontradas na Torá Oral. Mas, por que razão, D’us não teria transmitido a totalidade da Torá por escrito? O Rabi Aryeh Kaplan comenta em sua obra Guia do Pensamento Judaico, que a Torá Oral tinha o propósito de ser transmitida do mestre para o discípulo. Desta forma, o aluno não confiaria em sua própria interpretação de um texto escrito, e buscaria esclarecimento para suas dúvidas com seu mestre. Se a totalidade da Torá tivesse inicialmente sido escrita, as pessoas iriam interpretá-la como o desejassem, e isso iria causar importantes desavenças no seio do povo judeu. E já que a Torá Oral não podia ser escrita, dependeria de autoridades centrais para preservá-la e ensiná-la sem dar margem a ambiguidades.

Há uma razão ainda mais forte para a necessidade de uma Torá Oral. Apesar de a Bíblia Hebraica originalmente ter sido dada apenas ao povo judeu, foi adotada por grande parte da humanidade. A Divina Providência utiliza-se da Bíblia Judaica para pouco a pouco levar a humanidade até mais perto da Verdade Suprema. Se a Torá tivesse sido totalmente escrita, outros povos a teriam adotado, e o povo de Israel deixaria de ser único e singular. Em um dos livros de nossa Bíblia, D’us confirma-o através desta frase: “Embora eu lhe escreva a minha Torá em 10 mil preceitos, estes seriam tidos como coisa estranha” (Oséias 8:12). Assim sendo, a Torá Oral não apenas define a Torá Escrita, mas é o fator que realmente distingue o judaísmo de toda a outras religiões.

A Mishná – Antes de falecer, Moisés escreveu os 13 rolos da Torá e ensinou a Torá Oral ao profeta Josué bin Nun. A Torá Oral foi então transmitida por Josué aos anciãos de Israel, a seguir aos profetas e, por fim, ao Sanhedrin. Este, ou sinédrio, era a corte suprema de Israel, e tinha a missão de guardar, interpretar e legislar sobre todos os assuntos acerca das leis da Torá. Durante o período do Segundo Templo, o Sanhedrin codificou a Torá Oral. Essa codificação tornou-se conhecida como a Mishná. Uma razão para esse nome foi o fato de revelar que o propósito da codificação da Lei Oral era o de que seria revista (em hebraico, shaná) continuamente, até que fosse memorizada. Os sábios que originalmente ensinavam a Mishná eram conhecidos como os Tanaim.

A Mishná foi posteriormente colocada por escrito pelo Rabi Yehuda ha-Nasi, a quem comumente nos referimos como Nosso Santo Rabino. Este erudito reuniu todas as leis, tradições, explicações e comentários de toda a Torá e a seguir compilou-os na Mishná que hoje conhecemos. Terminou seu trabalho no ano de 3948 (188 antes da era comum). Mas por que motivo o Rabi Yehuda ha-Nasi teria rompido com a tradição de não se escrever a Torá Oral ? Porque, com a destruição do Segundo Templo, a Torá Oral corria o perigo de ser esquecida. Diminuía o número de eruditos estudiosos da Torá e os judeus se dispersavam por todo o mundo. O Rabi Yehuda ha-Nasi, portanto, escreveu a Mishná para que mesmo que os judeus se afastassem de seus mestres, ainda assim poderiam estudar e seguir a Torá Oral e, assim, preservar o judaísmo.

Além da Mishná, foram escritos outros volumes interpretativos da Torá Oral pelos alunos do Rabi Yehuda ha-Nasi. Entre seus discípulos incluíam-se alguns de nossos mais famosos sábios: o Rabi Chiya, Rav, Bar Kapara, Rabi Yochanan e Rabi Hoshia. Rav redigiu a Sifra e o Sifri, que são comentários sobre três dos livros da Torá Escrita: Levítico, Números e Deuteronômio. O Rabi Chiya escreveu a obra Tosefta que elucida alguns dos conceitos da Mishná. O Rabi Hoshia e Bar Kapara escreveram Beraitot para explicar as palavras da Mishná. Trezentos anos após a destruição do Segundo Templo, o Rabi Yochanan redigiu o Talmud de Jerusalém, ou Talmud Yerushalmi. Este Talmud basicamente trata das leis referentes à Terra de Israel. Mas quando as pessoas falam do Talmud, geralmente não se estão referindo ao de Jerusalém, mas sim ao Talmud Babilônico, também chamado de Guemará.

O Talmud Babilônico – Em tempos remotos, os sábios da Torá estudavam a Lei Oral para, a seguir, fazer a análise de seu trabalho através de discussões. Após ter sido compilada a Mishná, tais discussões – que se tornaram conhecidas como a Guemará – serviram para esclarecê-la. A Guemará foi transmitida oralmente e preservada durante cerca de 300 anos após ter sido escrita a Mishná. Quando surgiu claramente o perigo de que a Guemará fosse esquecida, os dois maiores eruditos da época sobre Torá – Ravina e Rav Ashi – redigiram a Guemará por escrito. Com a ajuda de seus discípulos, nas academias de ensino da Babilônia, Ravina e Rav Ashi coletaram e ordenaram todas as discussões que compunham a Guemará. Esta compilação da Guemará – que incluía a Mishná – tornou-se conhecida como o Talmud Babilônico ou, em hebraico, Talmud Bavli. Foi finalmente publicado no ano de 4265 (505 antes da era comum). O Talmud, que literalmente significa “estudo” ou “aprendizado”, é, portanto, composto da Mishná – um livro de Halachá (lei judaica) escrito em hebraico – e da Guemará – o comentário sobre a Mishná, que foi escrito em aramaico/hebraico. O Talmud Babilônico foi aceito pelo povo judeu como a autoridade máxima e suprema em todas as questões sobre a religião e a lei judaica. As leis da Torá só têm vínculo legal se forem baseadas no Talmud.

A autoridade do Talmud – Muitas pessoas fazem uma perguntam aparentemente legítima: se a Torá Oral se originou de D’us, por que houve a necessidade de ser a mesma contestada, discutida e esclarecida? Há várias respostas para isso, mas talvez a principal seja a de que a Torá Oral tinha por objetivo cobrir a infinidade de casos que haveriam de surgir com o decorrer do tempo. É impossível que qualquer código de lei cubra, explicitamente, qualquer caso ou situação que surja durante os milênios. D’us deu a Moisés as duas tábuas da lei, mas a aplicação dessas leis em qualquer cenário possível teria que ser determinada pelos eruditos e juízes da Torá. Pois está escrito: “Quando algumas coisa te for difícil demais em juízo… virás aos sacerdotes levitas e ao juiz que houver nesses dias, e inquirirás; e te anunciarão a sentença do juízo” (Deuteronômio 17:8-9). Esses juízes da Torá eram os membros do Sanhedrin que preservavam e interpretavam a Torá Oral e que mais tarde a codificaram como a Mishná.

A Torá Escrita também ordena ao povo judeu obedecer o Sanhedrin em tudo o que diz respeito às leis da Torá, pois que está escrito: “Segundo mandado da lei que te ensinarem e de acordo com o juízo que te disserem, farás; da sentença que te anunciarem não te desviarás nem para a direita nem para a esquerda” (Deuteronômio 17:11).

O povo judeu todo aceitou a autoridade do Talmud como sendo a fonte das leis da Torá e, como tal, jamais poderá ser revogado por autoridade alguma. O Talmud inclui os ensinamentos de nossos sábios que receberam a Lei Oral das gerações que os antecederam, remontando-se até Moisés. Está claro que alguém que rejeite o Talmud, está desrespeitando a Torá Oral, pedra fundamental do judaísmo. Sem o Talmud, seria praticamente impossível entender e cumprir os mandamentos da Torá Escrita. A mera aceitação da Bíblia Hebraica faria dos judeus um povo em nada diferente da maioria dos outros povos, que também a aceitaram como sendo a Palavra de D’us. À luz de tudo isso, não é de surpreender que aqueles que buscaram, desesperadamente, converter todos os judeus, proibiram o estudo talmúdico. Em 1240, 1264 e 1553 antes da era comum, a Igreja Católica promulgou decretos que ordenavam a queima das cópias do Talmud.

Durante certos períodos, as autoridades eclesiásticas “corrigiam” o Talmud, apagando passagens que consideravam ofensivas a seu credo. Finalmente, em 1592, a Igreja proibiu o estudo do Talmud em qualquer de suas versões ou edições. Este decreto foi promulgado como reconhecimento de que uma sociedade que não estude nem siga o Talmud não tem chance real de sobreviver. Ao longo da história, os inimigos de nosso povo tentaram obliterar o judaísmo tentando destruir o Talmud. O povo judeu só conseguiu preservá-lo ao preço de inúmeras vidas, mesmo a de alguns de nossos maiores sábios. Por terem preservado o Talmud, estes salvaram o judaísmo.

A eternidade da Torá – Um dos pilares da religião judaica é o fato de a Torá ser eterna e ser a imutável Palavra de D’us. Na Torá Escrita, D’us proclama a eternidade da Torá e de seus mandamentos: “as coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso D’us, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei (Torá) (Deuteronômio 29:28). Vemos, também, que na nossa Bíblia, em meio às palavras finais dirigidas por D’us a um profeta, encontrava-se o seguinte: “Lembrai-vos da lei (Torá) de Moisés, Meu servo, a qual lhe prescrevi em Horeb (Sinai) para todo o Israel, a saber, estatutos e juízos” (Malaquias 3:22). Nenhum sábio ou profeta, muito menos um auto-proclamado Messias, pode modificar ou anular nem a Torá Escrita nem a Oral.

Aquele que alega ser profeta de D’us pode realizar sinais ou milagres, mas se disser que D’us o enviou para alterar ou revogar a Torá, esta pessoa é um falso profeta. Na Torá Escrita, D’us nos alerta sobre os falsos profetas que iriam realizar milagres e tentar desviar o povo judeu dos mandamentos e das tradições de Sua Torá. Mas, por que motivo D’us permitiria que tais pessoas chegassem a ter o poder de realizar milagres? A isto, D’us responde na Torá Escrita. Este será Seu teste para determinar se somos leais a Ele e à Sua Torá, ou se seremos seduzidos pelos milagres daqueles que virão, falando em nome de D’us, para tentar anular os mandamentos. (Deuteronômio 41:2-5).

O Talmud (Bava Metzia 59b), em uma de suas mais dramáticas passagens, afirma que nem devemos dar ouvidos às vozes Celestiais, mas simplesmente seguir a Torá de acordo com o que prescreve a Lei Oral. Mesmo se uma voz dos Céus por ventura nos mandasse modificar nossa Torá e seus mandamentos, não a deveríamos obedecer. D’us prometeu que Seu vínculo com o povo judeu – como é ratificado pela Torá e seus mandamentos – é eterno. Na Era Messiânica, a verdade será revelada e o mundo inteiro irá reconhecer que a Torá é o verdadeiro ensinamento Divino à humanidade. Pois foi dito que em determinado momento futuro, todas as nações do mundo alegarão serem judias. E então, o Santo, Bendito seja, dirá que a única nação que detém o mistério em suas mãos é o povo judeu. E qual este mistério? A nossa Mishná! [1]

II. A Era Messiânica e a Ressurreição

Sabe-se que no ano 5507 (1747) o Baal Shem Tov teve “Aliyat Neshamá” (elevação da alma) para os mais elevados mundos espirituais, tendo se encontrado com a alma de Mashiach. Perguntou-lhe o Baal Shem Tov: “Quando virá o Mestre (a fim de redimir o nosso povo)?” A resposta, foi: “Quando suas fontes (do estudo chassídico e prática) se estender para o exterior”. Através dos intensos esforços do primeiro Rebe de Chabad-Lubavitch e dos rabinos que o sucederam, incluindo o nosso Rebe, as fontes do Chassidismo foram trazidos para os quatro cantos da Terra, aproximando muito mais a realização do nosso antigo e acalentador sonho, a era de Mashiach. 0 Midrash explica que a razão para a criação é o desejo de D’us de possuir “um lar” neste mundo tão baixo e terreno. Quando um indivíduo vive na sua própria casa, ele age naturalmente, sem esconder nada e sem se restringir. De maneira similar, D’us deseja que o homem, e através dele, toda a Terra, sejam purificados e desenvolvidos espirituaImente até que se tornem um recipiente apropriado, um lar para a Presença Divina, revelada no Seu todo.

0 primeiro Rebe escreve no Tanya (cap. 36) que a Era Messiânica, e particularmente a época da Ressurreição dos mortos, será o derradeiro e perfeito cumprimento deste Divino Propósito na Criação. Não ocorrerá automaticamente, mas está ligado diretamente com nossas ações e devoção a D’us, ou seja, de forma prática no cumprimento de Torá e mitsvot enquanto perdurar a galut, Diáspora. Há três estágios no desenvolvimento da Terra para tornar-se moradia Divina: A Era Presente, a Era Messiânica e a Era da Ressurreição.

A Era Presente – A Era Presente é o tempo para a luta entre o Bem e o Mal, o Espiritual e o Material; “E um poder será mais forte do que outro poder”: às vezes o bem é vitorioso e às vezes não. Cada Mitsvá que praticamos, cada palavra da Torá que estudamos, atrairá para nós e para o mundo a Presença Divina. A Santidade invisível se acumula através dos anos e gerações até finalmente transparecer sua visibilidade depois do advento de Mashiach. Por outro lado, as más influências trazidas para o mundo através de ações erradas, não possuindo existência real própria (semelhante à escuridão que é meramente a falta de luz), são eventualmente neutralizadas e devolvidas à nulidade. Em outras palavras, os efeitos dos maus atos têm somente existência temporária e eventualmente desaparecem, ao passo que a Santidade é permanente e, embora dormente, cresce em poder através do bem que é realizado constantemente.

Isto responderá a uma pergunta feita por muitos: Por que devemos nós, entre todas as gerações, merecer as revelações da Era Messiânica? Certamente nossos antepassados, os grandes sábios, teriam sido mais merecedores do que as gerações que os sucederam.

Agora a resposta torna-se simples: Não depende de mérito pessoal, mas sim do grau de pureza que o mundo tenha alcançado. Nossos ancestrais, com sua Torá e mitsvot cumpriram a maior parte da tarefa atraindo e preenchendo o mundo de Santidade. Somente uma quota relativamente pequena deve ser finalizada, e nossa geração foi a escolhida para esta tarefa. Quando Mashiach virá? Os judeus antecipam a chegada de Mashiach todos os dias. Nossas preces estão repletas de pedidos a D’us para apressar a Era Messiânica. Até mesmo nos portões das câmaras de gás muitos judeus cantavam: “Ani Maamin” – Eu creio na vinda de Mashiach! No entanto, o Talmud declara que há um tempo predestinado para Mashiach chegar. Este “fim do tempo” permanece um mistério, porém o Talmud declara que será antes do ano hebraico de 6.000. (na eepoca do ano em que nos encontramos, 2007 e antes de R. Hashaná, seu correspondente hebraico é o ano 5767). Isso não exclui a possibilidade de Mashiach chegar hoje e agora se formos merecedores. Deve-se notar que muitas autoridades de Torá são da opinião que “estamos na época de Mashiach” e o Rebe de Lubavitch declarou em diversas ocasiões que a Redenção Messiânica é iminente.
Então, depois de tudo concluído, o que ocorrerá?

A Era Messiânica e a Ressurreição – Após a revelação de Mashiach (o Redentor e Rei, O ungido de Israel), os passos serão: 1. A Restauração do Templo Sagrado de Jerusalém; 2. O Retorno de todos os judeus da Diáspora para a Terra Santa; 3. A Ressurreição dos mortos.

O Terceiro Templo Sagrado – Nossos sábios afirmam que o Terceiro e último Templo Sagrado já está construído – em estado espiritual – pelo próprio D’us, e está aguardando o momento – o advento de Mashiach – quando será materializado na forma física, no seu lugar designado em Jerusalém, após o que jamais será destruído. Na verdade, existe uma opinião no sentido de que um “Cohên” (Sacerdote) deve sempre manter-se sóbrio, estando desta maneira preparado para, de um momento para outro, participar do serviço sacerdotal do Templo.

Pois, quando Mashiach se revelar, o Templo será restaurado imediatamente e os serviços dos cohanim serão instantaneamente requisitados.

Descrição da Era Messiânica – Isaías descreve Mashiach: “E um espíríto (profecia) de D’us repousará sobre ele, um espírito de sabedoria e compreensão… de conhecimento e temor a D’us… ele será dotado extraordinariamente de sentidos que o habilitarão a perceber o bem e o mal nos homens… e com justiça julgará… golpeará (os maus) da Terra com o bastão (a expressão) de sua boca e com o sopro de seus lábios destruirá os perversos.” A isto segue uma descrição da Era: “E o lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo se deitará com o cabrito… e o bezerro com o filhote do leão… e uma criancinha os guiará. Eles não causarão dano nem destruição, pois a Terra estará plena de conhecimento de D’us e de Torá, da mesma maneira que as águas cobrem os oceanos.”

De acordo com o Chassidismo, esta profecia, além de seu profundo significado, deverá ser tomada literalmente. Onde o conhecimento de D’us não somente elevará a humanidade, mas provocará urna completa mudança no comportamento da vida animal; e, como Habakúk profetizou, sua poderosa influência penetrará até nos domínios vegetais e nas matérias inorgânicas: “Pois a pedra (se tiver sido roubada) clamará das paredes e a viga (roubada) do teto lhe responderá (anunciando que haviam sido roubadas e usadas na Construção).” Isto será Possível, porque a Centelha Divina criativa, encontrada ainda que em reino inorgânico, se comunicará na criação com os seres humanos.

Desta forma todos os males serão conhecidos e. consequentemente, retificados. 0 Rebe anterior, de Santificada Memória, escreveu certa vez a este respeito: “Hoje as coisas inanimadas, como o solo, é silencioso. Pisam nele, e ele permanece calado. Mas tempo virá em que começará a falar e a contar os fatos. Exigirá urna explicação: Porque as pessoas pisaram nele sem pensar ou conversará sobre assuntos da Torá. É um fato que o ser inanimado na verdade sente quando falamos e pensamos sobre a Torá. Embola hoje se encontre silencioso, no futuro relatará tudo.”

Mashiach será rei: porque? 0 Tsêmach Tsedek (o Terceiro Rebe de Lubavitch) escreve que após as revelações Messiânicas todos os judeus serão reunidos em um só povo, estudioso da Torá e temente a D’us. … Da mesma maneira, encontramos na Torá estes dois aspectos:

1. A Torá é para ser compreendida até o ponto que a mente limitada de um mortal possa atingir. 2. Existe também uma porção da Torá que se acha além do nosso alcance e compreensão. Aceitamos, entretanto a verdade completa que está em toda a Torá, porque esta nos foi dada por D’us.

Mashiach também, terá dois tipos de relacionamento conosco, baseados nestes dois aspectos da Torá: 1. Ele revelará e explicará a todo o povo judeu os segredos profundos da Torá, para que tudo seja bem entendido. 2. Ele terá revelações Divinas pessoais na Torá infinitamente acima e além do alcance e compreensão de outros judeus; revelações que julgará Impossíveis de revelar e ensinar devido às suas capacidades Intelectuais limitadas.

Estas revelações de Mashiach do modo acima descritas, lhe fornecerá o título de Rav e Professor. 0 segundo, e mais elevado tipo de revelações que Mashiach experimentará pessoalmente, estará além do alcance dos outros, mesmo através do método “visual” acima referido. Esta sua tremenda superioridade inspirará a todos maior temor e reverência, e o fará merecedor do título de Rei, a autoridade absoluta em assuntos de Torá e do Serviço Divino.

Os Rebes acrescentam que até certo ponto todo o povo judeu poderá se beneficiar e até receber estas revelações infinitamente sublimes. Entretanto isto será conseguido não através de esforços do intelecto, mas sim através de total submissão, e devoção ao Rei, Mashiach.

Chassidut e messirut nefesh (auto-sacrifício): uma preparação. Eles enfatizam mais adiante, que ambos os tipos de revelações através de Mashiach dependem de nosso preparo durante o período da Diáspora. O estudo e compreensão do Chassidismo hoje – o qual nos dá um vislumbre dos segredos profundos da Torá – nos traz o primeiro tipo de revelação de Mashiach como nosso Rav e Professor, revelações estas que serão por nós compreendidas; enquanto que o fortalecimento da Torá e dos preceitos de hoje com messirut nefesh, com total submissão e auto-sacrifício, traz a nós o segundo tipo superior de revelação de Mashiach como nosso Rei, revelações que recebemos, embora estejam infinitamente acima de nossa compreensão. … [2]

Fontes: [1] Morasha – Traduzido por Lilia Wachsmann: http://www.morasha.com.br/leis-costumes-e-tradicoes/a-tora-oral.html [2] Chabad: https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/666767/jewish/A-Era-Messinica-e-a-Ressurreio.htm

Coordenador: Saul S. Gefter, Diretor Executivo 03 de Cheshvan de 5779 – 12 de outubro de 2018

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