SHEMA ISRAEL – O PILAR DA FÉ JUDAICA (5778) – Estudo de 17 de agosto de 2018 – 06 Elul de 5778

I. Shemá Israel o pilar da fé judaica – “Ouça, Israel, o Senhor nosso D´us é o único Senhor.” (Deuteronômio 6.4).

“Ouça, Israel”, são as duas primeiras palavras da declaração de fé central do judaísmo, que no original hebraico é “Shemá, Israel”. Essa declaração, segundo a tradição, deve ser recitada desde a infância, conforme orienta a Palavra de D´us, que diz: “as ensinarás a teus filhos” (Deuteronômio 6.7). Ela é composta por três trechos da Torá. Os três trechos do livro sagrado do judaísmo, que é composto por alguns livros da Bíblia, podem ser encontrados em: Deuteronômio 6.4 – 9; 11.13 – 21; e Números 15.37 – 41. E essa leitura é um mandamento que deve ser cumprido pelos judeus duas vezes ao dia: na Shacharit, oração diária feita pela manhã, e após o anoitecer, na Arvit, a oração noturna.

Desta maneira, ainda no ventre materno, as crianças judias ouvem os pais recitando a importante declaração. E, ao crescerem, os pequenos são incentivados a decorar os trechos da Torá que compõem o “Shemá”, recitando-o diariamente, pela manhã e ao anoitecer, gravando seus versos na memória.

Segundo a historiadora Yaffa Eliach, após a Segunda Guerra, um judeu americano decidiu resgatar o maior número de crianças judias que haviam sido escondidas em mosteiros e orfanatos a perseguição nazista. Ele teria ido à Europa, visitando mosteiro a mosteiro, orfanato a orfanato e, ao entrar em cada instituição, recitava o “Shemá”. As crianças judias reconheciam as palavras.

A oração diz: “Ouça, Israel, o Senhor, nosso D´us, é o único Senhor. Amarás, pois, o Senhor, teu D´us, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder. E estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; e as intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te. Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por testeiras entre os teus olhos. E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas”.

Se a primeira parte chama a atenção de Israel: “Ouça, Israel”. A segunda parte da declaração, conforme lemos, é a afirmação de que “o Senhor é um”. E esta afirmação é extremamente importante, pois vai muito além da proclamação de que o judaísmo é monoteísta, transmitindo a ideia de que D´us é pleno e único em Sua essência.

Afirmar que D´us é um, significa reconhecer a Sua soberania, principalmente em referência aos atributos divinos. Ele é um porque ninguém pode ser comparado ao Senhor, que tem todo o poder, sabe de todas as coisas e está em todos os lugares. Portanto, D´us é Onipotente, Onisciente e Onipresente.

No passado, a declaração de que D´us é um poderia soar de maneira significativa, pois os povos da época em que o Senhor entregou as Leis a Moisés acreditavam em muitas divindades. No Egito, que foi de onde o povo hebreu foi retirado pelo Senhor, acreditavam que havia muitos D´uses e a declaração confrontava este pensamento.

Quando o Shemá declara que D´us é um, está fazendo também uma declaração do caráter imutável do Eterno. Por ser Único, Poderoso e Incomparável, Ele não muda, mas permanece o mesmo. Como diz as escrituras: “D´us não é homem, para que minta; nem filho do homem, para que se arrependa; porventura diria ele, e não o faria? Ou falaria, e não o confirmaria?” (Números 23.19). Assim, se amamos a D´us “de todo o coração”, transmitiremos Seus mandamentos às gerações futuras, ensinando aos nossos filhos a importância de obedecer e reconhecer ao Todo Poderoso. Desta maneira, as crianças terão uma atitude de amor e de obediência por tudo o que D´us representa.

“E estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração”, como sinal de compromisso e obediência incondicional a tudo quanto o Senhor ordenar. Desta maneira, elas deverão estar, simbolicamente, atadas a nós, expostas em nossos lares e seguras em nossas mentes. Essa foi à missão que Jacó recebeu. Após ter desejado por muitos anos receber as bênçãos da primogenitura, tornando-se herdeiro das promessas de D´us ao seu avô, Abraão, Jacó finalmente tem um encontro glorioso com o Anjo do Senhor, no Vau de Jaboque, onde reivindica o cumprimento das promessas. Haviam se passado vinte anos desde que Jacó deixou a casa de seus pais, quando tomou de seu irmão a bênção que Isaque concederia ao primogênito. No caminho ele havia recebido uma promessa de D´us, fez um voto com o Eterno e seguiu em frente sendo acolhido pelo seu tio em Harã.

Com o Shemá, os judeus são lembrados de que o D´us de Abraão, Isaque e Jacó foi quem os escolheu para ser “nação santa”. Eles são lembrados de que a missão deste povo é representar o Eterno diante da humanidade, ensinando as futuras gerações todos os estatutos que o Eterno ordenou. [1]

II. Vaetchanan – Livro Devarim (3:23 a 7:11), Resumo da Parashá: Nesta parashá Moshé (Moises) continua a recordar e a criticar o Povo, sobre como ele rogou ao Todopoderoso que O autorizasse a cruzar o Jordão para contemplar a Terra de Israel mas como o Eterno estava irritado com ele por culpa das acções do Povo, apenas lhe permitiu vê-la desde o pico do monte Pisgá. Ao mesmo tempo Ordenou-lhe que nomeasse Yehoshua para tomar o cargo da liderança dos Benei Israel. Moshé exortou o Povo a observar cuidadosamente as leis e preceitos de Hashem, pois deste modo serim reconhecidos pelos outros povos como uma grande nação e prevaleceriam não obstante serem pouco numerosos.

Moshé recordou-lhes que não esquecessem tudo o que tinham vivido no Monte Sinai quando receberam os Dez Mandamentos. Moshé adverte o povo para que façam imagens para idolatrá-las pois no Monte Sinai não viram nenhuma imagem mas apenas escutaram a voz do Eterno. Apesar disso, Moshé profetizou que o Povo depois de assentar na Terra de Israel cometerão idolatria e serão destruídos e dispersos entre as demais nações. Mas se se arrependerem sinceramente, receberão a graça e o perdão Divinos.

Moshé designou três cidades de refúgio; Betzer, Ramot e Golan, a Este do rio Jordão, para todo aquele que matasse acidentalmente. Moshé recordou ao Povo os Dez Mandamentos com os quais o Eterno estabeleceu com eles um pacto eterno e que eles pediram a Moshé que fosse o intermediário entre Hashem e os Benei Israel. O Todopoderoso aceitou esse pedido e alegrou-se. Moshé assegurou-lhes que se eles se vão comportar correctamente receberam todo o tipo de bençãos. Então Moshé formulou o Shemá, afirmando a unicidade de Hashem e instrui o Povo a respeito da fé e o amor ao Eterno por todas as gerações futuras. Indicou também que as leis deverão ser recordadas eternamente colocada como sinal na mão e na fronte, os Tefilin e nas ombreiras das portas de cada casa (a Mezuzá).

Moshé recorda que não devem tomar o nome do Eterno em vão, o cumprimento do Shabat, honrar pai e mãe, não matar, não cometer adultério, não roubar, não dar falso testemunho, não desejar a mulher do próximo, nem a sua casa, nem o seu campo, nem os seus animais. Moshé advertiu-os de que quando se estabelecessem na Terra que não se esqueçam de Hashem e incitou-os para que transmitissem a seus filhos tudo o que eles viveram. Por último, advertiu-os para não casarem com os gentios, porque vos farão abandonar o Eterno desviando-os do Seu caminho.

Israel é um povo santo ao qual o Todopoderoso demonstrou o Seu amor libertando-o da escravidão e é o seu dever corresponder-lhe por meio da observância dos Seus preceitos. [2]

III. Shemá Israel – O “Shemá” é garantia que terão sonos tranquilos e uma vida segura?

Ao Nascer – Antes que nossos bebês comecem a balbuciar suas primeiras palavras, logo ao nascer, já introduzimos valores judaicos fundamentais em suas vidas. Logo ao acordar recitamos “Môde Ani” e o “Shemá”. Ao estarem quase adormecidos, ainda despertos, bem alimentados, banhados e confortavelmente embrulhados em seus pijaminhas quase a ponto de serem depositados em seu berço, cobrimos seus olhos e recitamos o “Shemá”. A afirmação, “Ouve Israel…” que os acompanharão para sempre. O que faz esta prece ser tão genuina e especial a ponto de incutirmos em nossos filhos, do início ao final de suas vidas? O “Shemá” é garantia que terão sonos tranquilos e uma vida segura? Ao Anoitecer – Assim como o “Shemá” faz parte das primeiras palavras a serem repetidas por nossas crianças, ele acompanha cada judeu ao longo de sua jornada. É uma afirmação de nossa fé e confiança em um D’us único e verdadeiro a quem devemos todas as bênçãos recebidas, desde o momento de nosso despertar, ao deitar, bem como nos momentos finais de nossa vida. A geração de nossos pais ou avós levaram cada palavra do Shemá a seus lábios a caminho dos fornos crematórios, e antes disto, nas fogueiras da inquisição.

O princípio que está para sempre moldado na pronúncia desta afirmação, é que a fé e lealdade de um judeu a D’us é inabalável, mesmo que para isto precise pagar com sua própria vida, mesmo que hoje esteja mais distante e ainda não tenha descoberto o incalculável valor de sua herança, mesmo que se torne presa fácil, por falta de conhecimento, de caçadores anielígenas de almas para rebanhos alheios: o Shemá e sua neshamá (alma judaica, a faísca Divina) sempre estarão conectadas. É dever de todo e cada judeu ensinar o “Shemá” a seus filhos, em todas as gerações, sem esquecer a obrigação de amar e ensinar também a cada irmão judeu, por mais distante que se encontre hoje. Deverá fazê-lo escutar e se aproximar.

A Prece – A leitura do Shemá é um mandamento positivo da Torá que deve ser cumprido duas vezes ao dia: pela manhã na prece de Shacharit e após o anoitecer na prece de Arvit. Uma vez que o Shemá da manhã deve ser lido no primeiro quarto do dia, é aconselhável lê-lo logo após as Bênçãos Matinais, antes da prece de Shacharit para não atrasar este horário (e durante a prece de Shacharit, o Shemá será lido novamente na seqüência normal da prece). O Shemá é composto de três trechos da Tor á (Deut. 6:4-9; 11:13-21; e Núm. 15:37-41) que devem ser lidos cuidado-samente e sem interrupção, seja por palavras, seja por gestos. Os homens costumam beijar os tsitsit (na leitura do Shemá de dia) cada vez que mencionam esta palavra no meio do terceiro parágrafo do Shemá e também na última palavra (“emet”). Cobrem-se os olhos com a mão direita ao recitar o primeiro versículo do Shemá para maior concentração. Ao pronunciar o nome de D’us (“A-do-nai”), deve-se ter em mente que Ele é Eterno, i.e., existe, existiu e existirá. A última palavra do primeiro versículo (“Echad”), composta de três letras hebraicas, deve ser pronunciada com ênfase especial, enquanto se reflete sobre seu significado: a primeira letra, alef, com valor numérico 1, diz respeito ao D’us Único; a segunda, chet, com valor numérico 8, significa que Ele tem soberania absoluta sobre os Sete Céus e a Terra; a terceira, dalet, com valor numérico 4, lembra que Ele também domina os quatro pontos cardeais. No final do terceiro trecho, as três últimas palavras antes de “emet” são repetidas somente quando a pessoa reza sem minyan.

Shemá Yisrael, A-do-nai E-lo-hê-nu, A-do-nai Echad. (Em voz baixa:)Baruch shem kevod malchutô leolam vaed. … Ouve, Israel, A-do-nai é nosso D’us, A-do-nai é Um. (Em voz baixa:) Bendito seja o nome da glória de Seu reino para toda a eternidade. Amarás a A-do-nai, teu D’us, com todo teu coração, Estas palavras que Eu te ordeno hoje ficarão sobre teu coração. Inculca-las-ás diligentemente em teus filhos e falarás a respeito delas, estando em tua casa e andando por teu caminho, e ao te deitares e ao te levantares. Ata-las-ás como sinal sobre tua mão e serão por filactérios entre teus olhos. Escreve-las-ás nos umbrais de tua casa e em teus portões.
… Acontecerá, se obedecerdes diligentemente Meus preceitos, que Eu vos ordeno neste dia, de amar a A-do-nai, vosso D’us, e servi-Lo com todo vosso coração e com toda vossa alma; então darei a chuva para vossa terra a seu tempo, a chuva precoce e a chuva tardia; colherás teu grão, teu mosto e teu azeite. Darei erva em teu campo para teu gado, e comerás e te saciarás. Guardai-vos para que vosso coração não seja seduzido e desvieis e sirvais outros deuses e vos prostreis diante deles.

Pois então se inflamará contra vós a ira de A-do-nai, e Ele fechará os céus e não haverá chuva, e a terra não dará seu produto. Então perecereis rapidamente da boa Terra que A-do-nai vos dá. Portanto, colocai estas Minhas palavras sobre vosso coração e sobre vos-sa alma, e atá-las-eis como sinal sobre vossa mão e serão por filactérios entre vossos olhos. Ensiná-las-eis a vossos filhos, a falar a respeito delas, estando em tua casa e andando por teu caminho, e ao te deitares e ao te levantares. Escreve-las-ás nos umbrais de tua casa e em teus portões. A fim de que se multipliquem vossos dias e os dias de vossos filhos na Terra que jurou A-do-nai a vossos antepassados dar-lhes por todo o tempo em que os Céus estiverem sobre a Terra. … Disse A-do-nai a Moshê o seguinte: Fala aos filhos de Israel e dize-lhes que façam para si franjas nos cantos de suas vestimentas, por todas suas gerações. Prenderão na franja de cada borda um cordão azul-celeste. Serão para vós por tsitsit e os olhareis e recordareis todos os preceitos de A-do-nai, e os cumprireis; e não seguireis atrás de vosso coração e atrás de vossos olhos, por meio dos quais vos desviareis. Para que vos lembreis e cumprais todos Meus mandamentos e sejais santos para vosso D’us. Sou A-do-nai, vosso D’us, que vos tirou da terra do Egito para ser vosso D’us. Eu, A-do-nai, sou vosso D’us (Eu, A-do-nai, sou vosso D’us). É verdade. O sentido do “Shemá” explicado por Moshê – Parashat Vaetchanan. Moshê explicou em detalhes o primeiro mandamento: “Crê em D’us.” Disse ele:” Shemá Yisrael, A-do-nai E-lo-hê-nu, A-do-nai Echad””, “Ouve, Israel, A-do-nai é nosso D’us, A-do-nai é Um.” Ao pronunciarmos este versículo, aceitamos o domínio de D’us. No passado, as nações não conseguiam acreditar que havia um só D’us. Alguns pensavam que havia duas (ou mais) divindades: uma boa e outra má. Mesmo hoje, muitas nações não acreditam num único D’us. Atualmente no Oriente há ainda povos que adoram ídolos. No mundo ocidental muitas pessoas acreditam em D’us. (Ao mesmo tempo, entretanto, curvam-se a imagens e adoram um homem como deus.) E algumas pessoas “esclarecidas” não acreditam de todo na existência de D’us. Moshê ensinou a verdade a Benê Yisrael. O mundo é governado por um único D’us. Ele é tanto um D’us misericordioso (chamado D’us ) como um D’us severo (chamado Elokim). Nossos sábios ordenaram que cada judeu proclamasse sua crença, recitando o versículo “Shemá Yisrael” duas vezes ao dia, pela manhã e à noite. Se você olhar o versículo de Shemá num Sêfer Torá ou num Chumash (biblia), verá que duas letras desta frase têm o tamanho maior. São elas: áyin e dalet. (O áyin, a letra final da palavra Shemá e o dalet, no final da palavra echad). Estas duas letras formam a palavra “testemunha”. D’us disse: “Vocês, o povo judeu, são testemunhas de que sou um. Na Outorga da Torá, vocês viram claramente que sou o único D’us.”

O versículo “Baruch shem kevod malchutô leolam vaed” – Após recitarmos o primeiro versículo do Shemá, adicionamos em silêncio as palavras: “Bendito seja o nome de Seu glorioso reino para todo o sempre!” Este versículo não é encontrado na Torá. Por que razão o acrescentamos? Quando Moshê foi para o céu, ouviu os anjos louvarem D’us com estas palavras. Ele decidiu ensiná-las ao Povo de Yisrael. Dizemos o versículo em silêncio porque D’us não o deu diretamente a nós na Torá.

As três Parshiyot de Shemá têm 248 palavras – Quando um judeu reza sozinho, repete as palavras: “Ani Hashem Elokêchem” no final da leitura do Shemá. Por quê? Os três parágrafos do Shemá, mais aquelas três palavras, perfazem 248 palavras.

O corpo de uma pessoa tem 248 partes. Nossos sábios ensinam que se pronunciamos com cuidado cada uma das 248 palavras do Shemá, D’us protege cada uma das 248 partes de nosso corpo. Sempre que rezamos, é importante pronunciar cada palavra. Se as pulamos ou pronunciamos de forma incorreta (principalmente as palavras “D’us ” e “Elokênu”) então não estamos rezando devidamente. Quando dizemos Shemá, é ainda mais importante pronunciar cada palavra claramente, mesmo que isso leve mais tempo.

Veahavtá / O segundo versículo do primeiro parágrafo do Shemá – Moshê continuou: “Veahavtá et Hashem Elokecha bechol levavechá uvchol nafshechá uvchol meodêcha”; “Ame a D’us, teu D’us, com todo o teu coração, com toda a tua alma, e com todas tuas posses. “Por que D’us deseja que O amemos? Se O amamos, cumpriremos Suas mitsvot muito mais cuidadosamente. Se você ama D’us, pensará antes de cada mitsvá: “De que maneira posso cumprir melhor esta mitsvá?” Avraham Yitschac e Yaacov cumpriram a mitsvá de “amar D’us ” da forma em que está ordenada no Shemá: Avraham amou D’us com todo seu coração. Quando Avraham já era um homem velho, D’us disse-lhe para oferecer seu único filho Yitschac em sacrifício. Avraham amava Yitschac (Isaac). Mesmo assim, cumpriu a vontade de D’us mostrando a força de seu amor por Ele. Da mesma forma, somos ordenados a resistir à nossos impulsos e amar D’us de todo o coração. Yitschac é um exemplo de alguém que estava pronto a oferecer sua vida a D’us. Concordou em ser sacrificado por Avraham no monte de Moriyá. Nós, também, devemos amar tanto a D’us que estejamos prontos a renunciar a nossa vida por Ele. Yaacov (Jacob) estava pronto a doar toda sua fortuna para D’us. Na casa de seu pai, Yaacov aprendeu a Torá, antes de preocupar-se em enriquecer. A caminho da casa de Lavan, prometeu dar a D’us um décimo de todas suas posses. Após tornar-se rico na casa de Lavan, Yaacov deu tudo que havia ganho ao seu irmão Essav, para comprar sua sepultura na gruta de Machpelá. Quando Moshê ordenou aos judeus: “Ame D’us com todo seu coração, com toda sua alma e com todas suas posses,” pôde usar os patriarcas como exemplos perfeitos. Moshê continuou: “Vehayu hadevarim haêle asher Anochi metsavechá hayom al levavêcha”; “Estas palavras que Eu te ordeno hoje ficarão sobre teu coração.” Não devem sentir que estas palavras são velhas; devem sentir-se como se as tivessem recebido ainda hoje no Monte Sinai.” … “Inculca-las-ás diligentemente em teus filhos e falarás a respeito delas, estando em tua casa andando por teu caminho, e ao te deitares e ao te levantares.” Fale sobre a Torá mais que sobre qualquer outro assunto.”

Um pai judeu deve começar a ensinar Torá aos filhos antes mesmo de começarem a pronunciar suas primeiras palavras. Ensina primeiro este versículo aos filhos: “Torá tsivá lânu Moshê morashá kehilat Yaacov”; “A Torá que Moshê nos ensinou é um legado para a congregaçnao de Yaacov” (Devarim 33:4). Ensina então o versículo “Shemá Yisrael” e outros versículos. … “Ata-las-ás como sinal sobre tua mão e se-rão por filactérios entre teus olhos.”
Quando um menino judeu atinge a idade de bar-mitsvá, coloca tefilin no braço e sobre a cabeça. Os tefilin na cabeça são como uma coroa (o local onde os tefilin assentam sobre a cabeça é onde os reis judeus eram ungidos com óleo). Os tefilin são atados à cabeça e braço com correias de couro. As tiras mostram que estamos intimamente “atados” a D’us.

Os tefilin, na verdade, deveriam ser usados durante todo o dia. No passado, os judeus usavam tefilin o tempo todo, em casa e no Bêt Hamidrash. Dizia-se que Rabi Yochanan e Rabi Yehoshua ben Levi nunca andavam mais que uma curta distância sem usar seus tefilin. Gerações posteriores não eram suficientemente santas para colocar tefilin durante o dia todo. Começaram a usá-los apenas para as preces matinais.

… “Escreve-las-ás nos umbrais de tua casa e em teus portões.” A cada vez que entramos e saimos de nossa casa, devemos olhar para as mezuzot e lembrar-nos de cumprir as mitsvot. Veja como é importante o primeiro parágrafo do Shemá! Contém mitsvot muito importantes: amar a D’us, aprender e ensinar Torá, colocar tefilin, e colocar mezuzot em nossa casa. Que possamos sempre escutar, estudar e ensinar profundamente as palavras de D’us outorgadas na Torá, tendo a obrigação e responsabilidade de jamais acrescentar ou diminuir uma única letra; D’us é Um e Sua (nossa) Torá é uma. A verdade é eterna! [3]

IV. Mezuzah um símbolo da fé judaica – Mezuzah- É um símbolo da fé judaica merecedor de grande respeito. A mezuzá é uma caixa tubular de madeira, vidro ou metal, em geral de 3 a 4 polegadas de comprimento, contendo um pedaço pequeno de pergaminho, no qual em 22 linhas estão escritas passagens bíblicas que fazem parte do “shemá” (oração da unicidade de D’us). Tem uma pequena abertura na parte superior com a palavra Shadai (um dos nomes místicos de D’ us), impressa no versa do pergaminho. É pregada numa posição inclinada na parte superior da ombreira direita da residência. Costuma-se beijá-la quando se sai ou entra em casa, tocando-a com as pontas do dedos e em seguida apretando-os contra o lábio. O significado religioso mais profundo do seu simbolismo seria lembrar ao homem a unicidade de D’us e induzi-lo a amá-lo. Essa contemplação desperta-o de pensamentos mundanos e o conduz ao caminho certo.

COMO FIXAR A MEZUZAH – É fixada na parte direita das portas de cada quarto de uma residência ou escritório (incluindo garagens), mas nunca deve ser colocada na entrada de casas de banho. A pessoa a afixar a mezuzah deve ter uma idade superior a do bar mitzvah (menino com idade superior a 13 anos) e a colocação deve ser feita de uma maneira permanente. Se mais de uma mezuzah for afixada ao mesmo tempo, só uma prece deve ser recitada. Antes de afixarmos a mezuzah no batente da porta a seguinte benção deve ser recitada:
Baruch atah haShem Eloheinu melech haOlam, asher kideshanu bemitsvotav vetsivanu likboa mezuzah. Bendito sejas, ó Eterno, nosso D’us, rei do Universo, que nos santificastes com seus preceitos, ordenando-nos a colocação da mezuzah. [4]

Fontes: [1] Coisas Judaicas, 2018: https://www.coisasjudaicas.com/2018/07/shema-israel-o-pilar-da-fe-judaica.html [2] Mesilot HaTora: http://mesilot.org/pt/resumen/vaetjanan.htm [3] Chabad: https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/1216847/jewish/Shem-Israel.htm
[4] Coisas Judaicas 2017: https://www.coisasjudaicas.com/2017/02/mezuzah-um-simbolo-da-fe-judaica.html
Coordenador: Saul S. Gefter, Diretor Executivo 06 Elul de 5778 – 17 de agosto de 2018

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