SHAVUOT, A FESTA DOS DEZ MANDAMENTOS (5781) – Estudo para 18 de junho de 2021 – 08 de Tamuz de 578

I, Shavuot – (Shavuot 2021. A partir do início da noite: domingo , 16 de maio Até o início da noite: terça-feira , 18 de maio) A Festa que marca a entrega dos Dez Mandamentos (Torá) por D’us a Moisés e ao povo de Israel ainda no deserto do Sinai, após a saída da escravidão no Egito. De acordo com a tradição judaica, a outorga das leis sagradas aconteceu no ano de 2448 no calendário hebraico, ou por volta do ano 1300 A.E.C. (antes da Era Comum). Em hebraico, Shavuot significa “semanas” e remete à contagem das sete semanas que separam o Êxodo do Egito da entrega dos Dez Mandamentos. Em Pessach (Páscoa), os judeus saíram da escravidão e em Shavuot receberam seu código de leis.

A festa de Shavuot também é conhecida por outros dois nomes: Hag Habikurim (Festa dos Primeiros Frutos) e Hag Hakatzir (Festa da Colheita). Esses nomes remontam ao período em que o Templo de Jerusalém ainda existia. Na época de Shavuot, os agricultores levavam ao Templo Sagrado uma oferenda do primeiro trigo, cevada, uvas, figos, romãs, azeitonas e tâmaras que cresciam no campo, como forma de agradecimento a D’us. Era também nessa época do ano que o trigo, o último dos grãos a ficar pronto para ser cortado, era colhido. Por isso, juntamente com Pessach e Sucot, a festa de Shavuot era um dos três grandes períodos de peregrinação ao Templo de Jerusalém (Shloshet ha Regalim). [1]

II. Jerusalém, 18 mai (EFE) Por Elías L. Benarroch.- Os judeus realizam a partir de hoje à noite a festa do “Shavuot (Pentecostes)”, na qual lembram a entrega dos Dez Mandamentos a Moisés no Monte Sinai, um lugar que curiosamente não tem relevância religiosa no judaísmo.

Traduzido literalmente como “semanas”, devido às sete semanas que transcorrem desde a Páscoa, o Shavuot é a segunda das três festas de peregrinação a Jerusalém que a Bíblia prescrevia aos israelitas para fazer suas oferendas no templo.

“Junto com a Pesah (Páscoa) e o Sucot (Tabernáculos), o Shavuot completa a tríade de festas que lembram o Êxodo, a saída dos judeus do Egito”, explica o rabino Meir Shalom sobre o episódio que supostamente ocorreu há 3,4 mil anos.

Não existem provas cientificas do Êxodo nem no Egito nem em Israel. Alguns historiadores sugerem, no entanto, que isso se deve a um erro de base na cronologia regional determinada pela história do antigo Egito. Caso fosse corrigido, alguns restos ou objetos encontrados no deserto de Neguev, porta de entrada de Israel a partir do Sinai, poderiam estar relacionados ao Êxodo. A festa, conhecida no cristianismo como “Pentecostes” (do grego “quinquagésimo”), é celebrada apenas durante um dia em Israel e dois no resto do mundo.

Os 49 dias que transcorrem desde a Páscoa – em que se lembra o Êxodo em si -, constituem para os judeus um período de purificação espiritual até receber a Torá, os fundamentos da lei religiosa judia.

“A imagem de Moisés recebendo os Dez Mandamentos em duas tábuas é produto da iconografia judaico-cristã. Na realidade os judeus acreditam que Deus transmitiu ali toda a Torá para Moisés, não somente a escrita, mas também a oral”, explica o religioso.

Através da tradição judeu-cristã muitas das leis que, segundo a Bíblia, Moisés recebeu no Sinai, passaram a fazer parte dos códigos civis e religiosos das sociedades ocidentais, como a proibição de matar, roubar e a instauração do monoteísmo.

“Hoje muitas das leis e princípios sociais que aparecem na Torá fazem parte de qualquer código de leis, mas então eram uma autêntica revolução social e religiosa”, destaca Meir Shalom ao lembrar, por exemplo, o dia de descanso semanal e o dar de comer aos escravos e aos animais antes do amo comer.

Os judeus consideram o Shavuot o ponto culminante de sua consolidação como povo, o momento final de um processo de “iluminação” e a expressão de um compromisso inalienável com Deus após aceitar suas leis.

Na prática, e ao contrário de outras festas religiosas judaicas, o Shavuot não requer o cumprimento de preceitos excepcionais, além dos comuns a qualquer dia de descanso.

Só tradições acumuladas por todo o mundo desde a destruição do Templo de Jerusalém no ano 70 d.C. e o começo da diáspora tingem ligeiramente de cor uma festa em que costuma-se consumir laticínios e produtos da terra para invocar a colheita de trigo e outros tipos de grão realizada na metade da primavera.

Eram destas colheitas que vinham as oferendas que os judeus faziam a Deus, pelo que a festa recebe outro de seus nomes: das Primícias.

Em Israel, o Shavuot arrasta uma multidão secular aos campings e hotéis, enquanto os ultra-ortodoxos e praticantes frequentam as sinagogas para as orações.

Trata-se de uma festa que, paradoxalmente, apartou de sua memória o lugar onde ocorreram os fatos, o Monte Sinai, situado no sul da península egípcia de mesmo nome.

Não existem provas que demonstrem seu lugar exato, mas desde o século IV, … vê o chamado “Yabel Moussa” (Monte de Moisés em árabe) como o lugar da revelação dos Dez Mandamentos.

Para o judaísmo, o lugar em si é irrelevante há milênios e seus pensadores acham que, como no caso do túmulo de Moisés no Monte Nebó (Jordânia), a Bíblia não oferece detalhes sobre o lugar para evitar que se transformasse em foco de peregrinação e culto fora do Templo de Jerusalém. EFE [2]

III. Leis e costumes – Tikun Leil Shavuot – Noite de vigília e estudo – Na primeira noite de Shavuot, este ano na 5a feira, 1º de junho, é costume se realizar uma vigília dedicada ao estudo da Torá, nas sinagogas, durante toda a noite. A Cabalá enfatiza a importância desse ritual, conhecido como Tikun Leil Shavuot. Uma explicação para a tradição é que o povo judeu não acordou cedo no dia em que D’us lhes outorgaria a Torá, tendo sido necessário que Ele Mesmo os despertasse. Como uma espécie de contrapartida ao fato, foi instituído o costume de se permanecer acordado desde a véspera, estudando a Torá.

Primeiro dia – Leitura dos Dez Mandamentos – Na manhã seguinte, primeiro dia de Shavuot, este ano na 6a feira, 2 de junho, ouve-se em todas as sinagogas a leitura dos Dez Mandamentos. É da maior importância que os pais participem desse momento ao lado de seus filhos.

Segundo dia – Livro de Ruth – No segundo dia de Shavuot, este ano no Shabat, 3 de junho, lê-se, nas sinagogas, o Livro de Ruth. Os sábios consideravam a história de Ruth – uma moabita que abraçou o judaísmo – apropriada para a data, não apenas por se passar durante a colheita, mas especialmente em razão de seus ensinamentos. Na célebre passagem bíblica, que se tornou símbolo de profunda devoção e fé, Ruth, após a morte do marido judeu, declara à sogra: “Teu povo será meu povo e teu D’us será meu D’us”. Ruth voltou a se casar e seu bisneto foi o rei David, que nasceu e faleceu durante Shavuot.

Folhagens verdes – Costuma-se enfeitar casas e sinagogas, nesta festa, com flores e folhagens. O Midrash ensina que quando a Torá foi entregue ao povo judeu, o Monte Sinai – uma montanha deserta e árida – viu-se subitamente coberto de flores, árvores e grama. As folhagens simbolizam, principalmente, o costume vigente na época do Templo Sagrado de se levar a Jerusalém as primícias, ou seja, os primeiros frutos colhidos dentre as sete espécies que caracterizam a Terra de Israel.

Alimentos à base de leite – Outro costume é consumir, durante os dois dias, laticínios, já que a Torá é comparada ao leite. A palavra hebraica para leite é chalav. Quando se soma o valor numérico de cada uma das letras desta palavra chega-se ao total de quarenta. Quarenta é o número de dias que Moisés passou no Monte Sinai. Explica-se, também, que a Torá, fonte de vida para tudo, pode ser comparada ao leite que é sustento para o recém-nascido. Existem outras explicações para o costume. A partir da outorga da Torá, as leis da cashrut tornaram-se obrigatórias. No entanto, como a Torá foi entregue num Shabat, nenhum animal podia ser abatido e nem os utensílios casherizados; e a tradição manteve o costume. [3]

Fontes: [1] CONIB: https://www.conib.org.br/glossario/shavuot/
[2] http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/05/shavuot-a-festa-dos-dez-mandamentos.html#:~:text=Jerusal%C3%A9m%2C%2018%20mai%20(EFE).&text=Traduzido%20literalmente%20como%20%22semanas%22%2C,fazer%20suas%20oferendas%20no%20templo.
[3] Morasha: http://www.morasha.com.br/nossas-festas/shavuot/historia.html
Coordenador: Saul Stuart Gefter 08 de Tamuz de 5781 – 18 de junho de 2021

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