SHABAT (5779) – Estudo para 30 de Agosto de 2019 – 29 de Av de 5779

I. Shabat (Regras Gerais) – O Shabat é um dia de descanso pata cada indivíduo e para toda a comunidade, e de renovação física e espiritual. Procura-se ter a melhor comida e vestimentas no Shabat. O Shabat se inicia no final da tarde de sexta-feira, com o acendimento das velas e um Kidush, à noite, em casa ou nas sinagogas. No Shabat, evita-se diversos tipos de atividades, chamadas de “melachot” normalmente referenciadas como “trabalho”, tais como, carregar objetos, acender fogo, escrever e cozinhar. Ver guezerá em Mitzvot de Rabanan. Todas as ações que são evitadas e as atividades recomendadas fazem do Shabat um dia muito especial, diferenciando dos outros dias da semana. Vejamos algumas das leis do Shabat (Klein pág. 82-83):

1. Acender as luzes (velas ou lamparinas) e recitar o Kidush na noite de sexta-feira. Acende-se as luzes ao cair da tarde, recitando-se a berachá “Baruch atah adonai eloheinu melech haolam asher kidishanu be mitzvotav vê-tzivanu lê hadlik ner shel shabat”. Acendem-se 2 luzes, normalmente por pessoas do sexo feminino. Existem calendários para acendimento das luzes disponíveis em folders e na Internet, de acordo com cada região do planeta, e que é realizado normalmente 18 minutos antes do por do sol. Este acendimento pode ser feito , também, mais cedo, cerca de 1 hora antes. Esta velas não podem ser acesas após o por do sol. Independentemente de quantas pessoas se compõe um lar judaico, mesmo sendo um único homem ou mulher, o acendimento das velas e o kidush devem ser realizados em cada Shabat.

2. Dirigindo para a sinagoga no Shabat – Geralmente, dirigir um veículo não é permitido num Shabat. Mas considerando a dispersão geográfica de cada comunidade, o Comitê de Leis do Movimento Conservative fez, em 1950, uma exceção a esta proibição de se dirigir veículos no Shabat, permitindo, exclusivamente, dirigir de casa para sinagoga e vice-versa. Não estão incluídas viagens com o cunho puramente social e não religioso, como, por ex., comparecimento a recepções de festas, mesmo religiosas, como Bar-mitzvot, ofrifun, etc. Alguns movimentos “conservatives”, como o Masorti de Israel, não seguem esta licença de autorização. Em certas situações de emergência, é permitido dirigir no Shabat, como ida a um hospital por emergência médica.

3. Não usar dinheiro ou cartão de crédito no Shabat.

4. Frequentar aulas não religiosas – Não deve ser encorajado. Mas se for necessário comparecer, não tome notas.

5. As 39 categorias de atividades proibidas (“trabalho”). O Talmud, numa mishná específica identifica 39 categorias de “trabalho” proibidos, tais como, produzir fogo, escrever, cozinhar e carregar objetos.
Estas 39 categorias são derivadas do trabalho que eram necessários para construir o Miskan, Tabernáculo construído na peregrinação pelo deserto, e que foi o predecessor do Beit Hamikdash (Templo Sagrado de Jerusalém).

6. Uso de eletricidade – Pelo olhar da maioria do “Law Comitte” do Movimento Conservative, e mesmo de alguns ortodoxos, eletricidade não é fogo. Assim, o uso de eletricidade no Shabat não é proibido para as atividades permitidas, como acender a luz para ler, e não permitido para as atividades proibidas, como cozinhar. Por este ponto de vista, então, usar o telefone é aceitável (se feita sem uso de dinheiro), ligar o rádio, CD player ou TV é aceitável, acender as luzes é permitido, aquecer uma comida sólida já preparada (isto é, já cozida) num forno de microondas , é aceitável, desde que não esteja sendo cozida naquele momento. Mas cozinhar um frango num forno elétrico ou usar um cortador de grama elétrico não são permitidos.

7. Carregar objetos – No Shabat não é permitido carregar objetos, incluindo mochilas, bolsas, e objetos nos bolsos das calças e camisas. Mas casacos e ornamentos podem ser usados.

8. Muktzeh e viagem – Objetos de trabalho ou comércio, como fósforos, caneta, dinheiro, são considerados muktzeh (colocados de lado), não devem ser usados ou mesmo tocados no Shabat, a menos que apareça um uso legítimo e consistente com o Shabat. As viagens são, também, limitadas no Shabat. Basicamente, cada um deve procurar ficar dentro da sua área metropolitana, não mais do que um quilometro da sua residência.

9. Atividades Recreativas – Muitas atividades físicas são permitidas no Shabat. Por exemplo, embora não universalmente aceito, muitos consideram permissível se distrair no Shabat enquanto se observa as “Halachots”: jogar bola, fazer ginástica, nadar e caminhar nos parques e calçadões. Muita atividades “menos físicas” são permitidas, como por ex., ter uma refeição mais longa com a família e/ou amigos, com cantigas religiosas ou não, conversar, visitar amigos e/ou parentes, estudar, participar de jogos mentais, como jogo de damas ou xadrez , e leituras.

10. Fim do Shabat – Devemos observar a conclusão do Shabat com a cerimônia breve de Havdalah, realizada após o início da noite. A parte litúrgica referente ao Shabat, encontram-se nos comentários de Maariv/Arvit de Sextasfeiras e Sábados, Shacharit e Minchá. [1]

II. Atividades proibidas no Shabat – Segundo o Talmude (Mishná Shabat 7,2), são 39 as atividades que são proibidas de se fazer durante todo o Shabat. Excepcionalmente, contudo, em caso de risco de morte, quaisquer das proibições podem ser deixadas de lado, eis que o valor mais caro ao judaísmo é a vida. Dizem os sábios que tais tarefas foram aquelas realizadas durante a construção do Tabernáculo. São elas: Semear Arar Colher Agrupar feixes Debulhar Dispersar Catar Moer Peneirar Preparar massa Assar Tosquiar Lavar a lã Desembaraçar a lã Tingir a lã Fiar Tecer Dar dois nós Tecer dois fios Separar duas linhas Atar Desatar Coser Rasgar, Caçar Abater Raspar o couro Curtir o couro Alisar o couro Demarcar o couro Cortar Escrever Apagar Construir Demolir Acender fogo Apagar ou diminuir o fogo Martelar Transportar algo desde um ambiente particular a um público.

Curiosidades – Certa altura foi perguntado aos sábios se as proibições das atividades eram para todos, haja vista, por exemplo, a tribo de Levi, que tinha atribuições especiais de cuidado para com o Templo.

Ao que foi respondido que sim, a todas as tribos indistintamente; se forem somados os números 3 e 9, do total de tarefas, chegar-se-á a 12, que é justamente o número de tribos que compõem Israel, assim, nenhum judeu pode dizer que está desobrigado de respeitar o [Shabat] sob quaisquer alegações. Em que pese serem 39 as atividades proibidas, há um cerne por detrás de todas elas. D-us criou o mundo em seis dias e ao sétimo descansou e apreciou Sua obra, portanto, todas as atividades criativas estão proibidas de serem efetuadas em Shabat. [2]

III. Guia de Shabat – O que é o Shabat? O Shabat representa a tranquilidade diante dos demais seis dias da semana em que trabalhamos, sofremos com ansiedades e lutamos por nosso sustento. Por cerca de 25 horas semanais o mundo literalmente pára: os negócios fecham, o carro permanece na garagem, os telefones não tocam, o computador, o rádio e a TV ficam desligados, e as pressões e preocupações da nossa vida material são ofuscadas por uma cortina de serenidade. Assim que cessamos todo o tipo de envolvimento criativo com o mundo físico, nosso foco passa a ser mais introspectivo – para nossa família, amigos, para nós mesmos e para a nossa alma.

No Shabat, os judeus relembram que o mundo não foi dado à humanidade para que ela faça dele o que bem entender, mas que se trata de uma criação de De-us. Os judeus também relembram a escravidão pela qual passaram no Egito e a promessa divina de que jamais voltarão a ser escravizados novamente – as obrigações diárias com o trabalho e outros compromissos são ferramentas pelas quais os judeus procuram cumprir o propósito divino na terra, e elas não devem nos escravizar.

O Shabat é a identidade judaica, é a noiva de Israel, a alma gêmea do povo judeu. É uma das formas mais poderosas e significativas de se demonstrar o judaísmo e transmiti-lo aos nossos filhos e netos. Os judeus têm permanecido fiéis no cumprimento do Shabat em diferentes lugares, culturas e circunstâncias nos últimos 4 mil anos de nossa história – desde os dias mais gloriosos até os mais negros e trágicos. Nas palavras de um famoso escritor judeu: “Mais do que os judeus têm guardado o Shabat, o Shabat tem guardado o povo judeu”.

O Shabat representa momento de prazer. É um dia em que os judeus preparam uma mesa de refeição farta e diversificada. Completam a beleza desse dia o brilho das velas, cânticos suaves e uma revigorante noite de sono. No decorrer da semana é um desafio aproveitamos corretamente os bons momentos que a vida nos traz. Nós somos seres físicos em um mundo materialista, por isso, precisamos estar atentos para que nossos prazeres diários não tomem conta de nós de forma descontrolada. Mas, no Shabat, tanto o corpo quanto a alma são igualmente elevados para um plano espiritual superior. Assim, os prazeres provenientes da comida, bebida e do descanso se tornam uma mitzvá, um ato divino.

O Shabat é espiritualidade. É a alma da semana. Os cabalistas ensinam que no Shabat todas as realizações da semana anterior alcançam plenitude e elevação e, a partir do Shabat, todos os esforços e projetos para a próxima semana são abençoados. Guardar o Shabat garante a bênção de D-us para o sucesso de toda a semana de trabalho que está por vir e enche nossas vidas de propósito e significado.

O Shabat é uma prévia do Mundo Vindouro. “Naquele tempo, não haverá fome nem guerra, nem ciúmes ou rivalidade. O bem será pleno e todas as iguarias estarão disponíveis como poeira. O Mundo inteiro estará dedicado a conhecer a D-us”. Também os sábios e profetas de Israel descreveram a Era da Redenção – o “sétimo milênio” quando ocorrerá a realização e o cumprimento de seis milênios da história humana em sua empreitada para fazer da terra a morada de D-us. O Shabat é o nosso vislumbre semanal deste mundo vindouro.

E, assim como o gosto de uma deliciosa comida, só é possível compreender o que é o Shabat uma vez que se tenha experimentado vivê-lo plenamente. Portanto, em última análise, a resposta mais adequada para a pergunta “O que é o Shabat?” é: “Experimente-o!”.

Os Rituais – O Shabat é especial porque D-us o santificou tornando-o singular. A característica especial desse dia é demonstrada pelos judeus através atitudes pouco comuns e através de rituais específicos que tornam única a experiência de guardar o Shabat. Esses rituais dão ao Shabat uma áurea de separação dos demais dias da semana e trazem a santidade do Shabat para as nossas vidas. Tudo começa com a forma como recepcionamos o Shabat. Trabalhamos com intensidade na sexta-feira para nos prepararmos para o momento em que começa o Shabat. De repente, 18 minutos antes do pôr-do-sol, tudo se torna quieto e tranquilo. As mulheres acendem as velinhas de Shabat, cobrem seus olhos e recitam a bênção apropriada. A tranquilidade do Shabat que cai sobre nós permanece até o serviço religioso na sinagoga, na sexta à noite: “Venha meu Amado conhecer sua Noiva; saudemos o Shabat”. Após o kidush, realizamos uma refeição festiva em honra ao Shabat. Ao final, ao entardecer de sábado, realizamos a cerimônia de Havdalá, em despedida ao Shabat. São com esses rituais: as velas, as rezas, o kidush, as refeições festivas e a havdalá, que cumprimos a mitzvá de guardar o Shabat. Tais rituais nos habilitam a receber a santidade do Shabat em nossas vidas.

As velas – Entramos na paz e santidade do Shabat acendendo as velas ao pôr-do-sol de todas as sextas-feiras. As velas devem ser acesas 18 minutos antes do pôr-do-sol, momento que marca o começo do Shabat. A mitzvá de acender as velas foi entregue especialmente às mulheres judias, mas, por ser uma obrigação a ser realizada em todas as casas judaicas, se uma mulher não estiver presente, as velas podem ser acesas pelo homem da casa. A partir do momento em que uma jovem já puder compreender o significado do Shabat e recitar a bênção (aproximadamente aos três anos de idade) ela já deve acender sua própria velinha de Shabat. A jovem deve acender antes de sua mãe, pois somente assim sua mãe poderá prestar assitência a ela, caso necessário. As velas devem, preferencialmente, serem acesas na mesa, ou próximas a ela, onde é realizado o janatar de Shabat.

É costume depositar em um cofrinho de caridade algumas moedas antes de acender a vela de Shabat. A razão prática disso é o fato de que, no Shabat, os judeus não podem manuziar dinheiro, assim, damos uma caridade extra antes do início do Shabat para compensar a ausência dessa boa ação nesse período. A razão espiritual é para que relembremos a importância de considerar as necessidades daquelas pessoas menos favorecidas, especialmente em momentos de grande elevação, como o Shabat. Após depositar as moedas e colocar de lado caixinha de Tzedaká, acenda as velas de Shabat.

Garotas e mulheres solteiras acedem apenas uma vela. Após casadas, as mulheres devem acender duas velas. Algumas têm o costume de acender uma vela para cada membro direto da família (filhos e filhas). Puxe suas mãos contra si, sobre as chamas, trazendo o calor das luzes para o seu interior. Cubra seus olhos e recite a bênção:
Transliteração: Baruch Atá Ado-nai, E-lo-hei-nu Me-lech Ha-Olam, A-sher Ki-de-sha-nu Be-mitz-vo-tav Ve-Tzi-va-nu Le-Ha-dlik Ner Shel Sha-bat Ko-desh.
Tradução: Bendito És Tu, Senhor nosso D-us, Rei do universo, que nos santificou com Teus mandamentos e nos ordenou acender as velas do Shabat.

Tire as mãos dos olhos e observe por alguns instantes a luz das velas. Cumprimente sua família e os presentes com um caloroso Shabat Shalom!

Logo após acender as velas, é costume as mulheres pedirem por saúde e felicidade para seus filhos . As meninas também oferecem suas orações nesse momento especial, enquanto descobrem a beleza dessa prática que trará vida e luz para o resto de suas vidas.

Após acender as velas e recitar a bênção, o Shabat é efetivamente acolhido. O fogo é considerdo muktzá no Shabat. Por isso, é proibido tocar nas velas e nos castiçais até o final do Shabat.

As boas-vindas – Ao escurecer, após acender as velas, vamos a pé até a sinagoga para a reza especial de Shabat. A cerimônia, conhecida também como Cabalat Shabat, é famosa por suas rezas poéticas e melodias marcantes.

A cerimônia se inicia com “Lechu Neranená” – “Venha, vamos cantar”. O destaque da noite fica com a reza “Lechá Dodi”. Neste hino místico, os judeus descrevem os preparativos para as boas-vindas ao Shabat. O refrão é: “Venha, meu Amado, para se encontrar com sua Noiva; saudemos o Shabat!”. A reza de Lechá Dodi foi escrita por Rabi Shlomo Halevi Alkabetz (5260-5340), professor e cunhado do renomado cabalista Rabi Moshe Cordovera. O autor assinou seu nome, Shlomo Halevi, como acróstico na primeira letra de cada estrofe. Após as rezas de boas-vindas ao Shabat, seguem as demais: Barechu, Shemá, a Amidá e Alênu.
Caso não seja possível ir a pé para a sinagoga, ou não haja uma em sua cidade, as rezas podem ser feitas em casa.

Kidush e refeição da noite de sexta-feira – Yom Hashishi. “E os céus e a terra e todas as hostes que neles habitam foram finalmente concluídas… E abençoou D-us o sétimo dia, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que D-us criara e fizera.” (Gênesis 1:31 2:1-31) Antes da refeição de Shabat, na sexta-feira à noite, é realizada uma pequena cerimônia, chamada de Kidush. Logo após chegar da sinagoga, reúna sua família, amigos e convidados ao redor da mesa. É costume recitar o cântico “Shalom Aleichem” em agradecimento à presença dos anjos na cerimônia de Cabalat Shabat. Em seguida, recita-se “Aishet Chayil” , poema de autoria do Rei Salomão, em louvor ao Shabat e agradecimento às mulheres. Segundo o Midrash, esta homenagem foi originalmente composta pelo Patriarca Abraão, como um tributo por ocasião do falecimento de sua esposa, Sara. É costume todos os homens refletirem e agradeçerem, ao final de mais uma semana, a importância e o papel que suas esposas têm desempenhado nos afazeres diários.

O poema também se refere à “Rainha do Shabat”, a alma gêmea espiritual de toda a Nação Judaica. Agora, encha o copo de kidush até a borda de forma com que transborde um pouco – usar um recipiente de prata, com detalhes e adornos a sua volta – não usar copo plástico.

Levante-se, segure o copo com a mão direita, e recite a bênção: … Tradução: No sexto dia. E o céu e a terra e tudo o que neles há foi concluído. E D-us terminou no Sétimo Dia a obra que Ele havia iniciado, e Ele descansou no Sétimo Dia de toda obra que Ele tinha realizado.

E abençoou D-us o sétimo dia, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua obra que D-us criara e fizera. Atenção senhores! Bendito És Tu, Senhor Nosso D-us, Rei do Universo, que criou o fruto da videira. Bendito És Tu, Senhor Nosso D-us, Rei do Universo, que nos fez santos com os Teus mandamentos e nos agraciou, e nos deu o Seu Santo Shabat com amor e em nosso benefício, para que seja nossa herança, e como lembrança da Criação. É a primeira das festividades sagradas, comemorando o êxodo do Egito.

Pois Tu nos escolheste e nos santificaste dentre todos os povos da terra, e com amor e boa vontade nos deste o Teu Shabat santificado como herança. Bendito És Tu, Senhor, que santificas o Shabat.

Sente-se, beba pelo menos metade do copo de vinho, e derrame o restante em copos para os demais que estão presentes. Certifique-se que todos bebam ao menos um gole do vinho.
A cerimônia de kidush está completa! Agora você está pronto para a sua refeição de Shabat. O kidush deve ser feito pelo chefe da casa.

A refeição – Depois do kidush, lavamos nossas mãos como de costume para comer pão. Cada pessoa enche um copo grande e derrama a água duas ou três vezes , primeiro na mão direita, depois na esquerda. Levantamos nossas mãos na altura dos olhos e recitamos a seguinte bênção:
Baruch Atá A-donai, Elo-henu Melech Ha’Olam, asher kidshanu be’mitzvotav vetzvanu al netilat yadaim. Bendito És Tu, Senhor Nosso D-us, Rei do universo, que nos santificou com os Teus mandamentos e nos ordenaste sonbre a lavagem das mãos.

Em silêncio, todos retornam à mesa. O chefe da casa ergue duas chalot e recita a hamotzí e todos dizem Amén. Corte a chalá, mergulhe-a em sal antes de comer. Coma o pedaço de chalá salgada imediatamente após recitar a bênção, sem nenhuma interrupção. O restante da chalá é cortado e distribuído para os demais que devem recitar a bênção individualmente, mergulhando-a no sal e ingerindo-a em seguida. É mandamento divino expressar alegria e deleite no Shabat. Essas obrigações são cumpridas através de três refeições festivas: à noite, no almoço de Sábado e ao entardecer. São servidas as melhores comidas que podemos dispor que devem incluir carne ou frango e peixe.

Havdala e o término do Shabat – Na cerimônia de Havdalá os judeus proferem quatro bênçãos: a) a hagafen, sobre um copo de vinho; b) a bênção proferida sobre especiarias aromáticas; c) a bênção sobre a vela; e d) a bênção de Havdalá em si, de agradecimento a D-us que criou a separação entre o sagrado e o mundano (o Shabat e os dias da semana). Após recitar alguns versos de inspiração e a bênção sobre o vinho, são recitadas as bênçãos sobre as especiarias aromáticas e sobre a vela. Com o copo de vinho na mão, recita-se a bênção de Havdalá. Depois de concluir a bênção, aquele que a recitou senta-se e bebe parte do vinho do copo. Após a Havdalá, a chama da vela é extinta mergulhando-a no vinho que transbordou no prato sob o copo. Muitos têm o costume de, após apagada a chama da vela, mergulhar os dedos no vinho derramado e esfregá-los na testa, logo acima das sobrancelhas. Isto se dá, pois, ao cumprir esta mitzvá, abrimos os nossos olhos para a semana que está por vir. Outros também têm o costume de passar os dedos nos bolsos como uma forma de antecipar o desejo de uma semana próspera e abundante.

Melachá – Para o Shabat os judeus realizam dois tipos de mitzvot: as positivas, ou seja, ações que devemos desempenhar, como, por exemplo, acender as velas, e as negativas, que são atividades que os judeus devem se abster durante o período de descanso. Esses dois aspectos derivam de expressões encontradas na Torá, em duas abordagens diferentes que o Texto Sagrado faz sobre os Dez Mandamentos: “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar.” (Êxodo 20:8) e “Guarda o dia de sábado, para o santificar, como te ordenou o S-nhor Teu D-us.” (Deuteronômio 5:12). Zachor, “lembra-te”, refere-se aos mandamentos positivos – as coisas que devem ser realizadas. Shamor, “guarda” refere-se aos mandamentos negativos – coisas que não podemos realizar. Todas as atividades e trabalhos que não devemos realizar no Shabat são genericamente conhecidas como Melachá. As melachot expressamente proibidas no texto da Torá são: acender uma chama e carregar. A Mishná explica que a origem do entendimento das 39 categorias de melachá proibidas decorre das atividades que eram desempenhadas para a construção do Mishkan, ou Tabernáculo, as quais eram suspensas durante o Shabat. As 39 Melachot contém, essencialmente, toda e qualquer forma de produtividade e maestria do homem sobre a natureza. Evitar as melachot no Shabat representa nosso reconhecimento de que D-us é o Mestre do Universo. Um recém-chegado pode ficar preocupado com a quantidade de restrições durante o Shabat, representando um entrave à mitzvá de deleitar-se durante esse periodo. No entanto, essa forma original e única de fazer as coisas no Shabat serve como um lembrete constante da natureza especial desse dia. Abster-se de muitas das atividades que são meramente rotineiras nos dias comuns da semana intensifica nossa consciência da importância do Shabat e cria uma aura toda especial para esse dia.

Pikuach Nefesh – O Shabat pode ser violado caso a vida de uma pessoa, ou de um paciente muito doente, estiver em risco. Na verdade, é obrigação da pessoa ir ao socorro de alguém em situação de risco de vida, mesmo que para isso tenha que quebrar as leis de Shabat. Isso se aplica mesmo no caso em que haja dúvida sobre se a situação é ou não de risco de vida. [3]

Fontes: [1] CJB, Barra de Tijuca: https://www.cjb.org.br/tiferet/culto/tradicoes/33_SHABAT%20REGRAS%20GERAIS.pdf
[2] Wikipedia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Atividades_proibidas_no_Shabat [3] Federação Israelita do Parana: http://feipr.org.br/melachashabat.aspx
Coordenador: Saul Stuart Gefter 29 de Av de 5779 – 30 de Agosto de 2019

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