Oração – UM PORTAL PARA O INFINITO (5779) – 07 de Setembro de 2019 – 07 de Elul de 5779

I. Introdução – Mas, se por um lado as rezas são parte indispensável da religião, são também as que mais perplexos nos deixam. Por que seria necessário orar? Um D’s Onisciente certamente está ciente de todas as nossas carências e anseios. Ele sabe o que há em nosso coração e nossa mente; Ele não necessita de nossa intervenção para poder articular esses anseios. A Torá nos ensina: “O homem vê o exterior, porém o Senhor vê o coração” (Samuel 16:7). Qual, então, o propósito da oração?

A palavra hebraica para oração – tefilá – deriva de uma raiz que significa juntar, unir. A tefilá, portanto, serve para unir o homem a D’s. Através da reza, o indivíduo liga-se espiritualmente a D’us, e esta serve, portanto, como canal para invocar e irradiar as bênçãos divinas. O Zohar ensina que através do desejo de orar e da concentração ao fazê-lo, a pessoa pode vincular sua vontade a D’us. Fazendo-o, gera o poder de efetuar mudanças espirituais e físicas no mundo.

Isto ajuda a explicar por que a oração deve ser expressa através de palavras, e não apenas de pensamentos ou sentimentos. As palavras que saem de nossos lábios têm uma realidade física e tornam-se o instrumento através do qual o cumprimento espiritual da oração pode tornar-se real no plano físico. Os pensamentos e os sentimentos – por mais sagrados que possam ser – são realidades abstratas e espirituais. Um D’us Onisciente de certo é conhecedor de todas as rezas feitas mentalmente. Mas, os resultados da oração são proporcionais ao recipiente no qual é apresentada: um recipiente espiritual gerado pela oração mental invocará uma resposta espiritual, mas esta não será manifestada em nível físico.( Rabino J. Immanuel Schochet, em ‘The Mystical Dimension’, Vol. II, pp. 80)

O poder da oração é tão grande que, além de invocar as bênçãos divinas, pode desviar e até mesmo reverter decretos Celestiais desfavoráveis. O Midrash ensina: “A oração é poderosa porque pode desfazer um decreto Celestial” (Bereshit Rabá 71:2).

Mas como pode D’us Todo Poderoso alterar Seus próprios desígnios em virtude das palavras de um ser limitado, a quem Ele próprio criou e sustém? Certamente D’us não muda Suas decisões, como está escrito: “Porque Eu, o Senhor, não mudo” (Malaquias 3:6). Como, então, pode a oração anular um decreto Divino?

O verbo hebraico “orar” – lehitpalel – é um verbo reflexivo e deriva de uma raiz que denota julgamento. Orar corretamente é exercitar uma forma de introspecção, de auto-julgamento, da pessoa tomar conhecimento de suas falhas e dispor-se a melhorar.

À medida em que se corrige, o homem se aproxima espiritualmente de D’us, mudando o grau de bênçãos que ele consegue gerar. Decretos Divinos desfavoráveis podem ser alterados e o homem pode se tornar merecedor de bênçãos Divinas. Portanto, esta reversão não se realiza através de D’us – já que D’us não muda – mas sim através do homem.

Alinhado com este conceito, há um tema básico e que se repete no Zohar: “uma comoção nos Céus é resposta a uma comoção na terra”. Isto significa que D’us “reage” de acordo com os atos dos homens. Um dos propósitos da oração é permitir que a pessoa perceba que não pode ir contra a vontade de D’us e, ao mesmo tempo, pedir para que Ele realize os seus próprios anseios. Segundo o Midrash, D’us diz ao povo judeu que se cumprirem Seus mandamentos, Ele ouvirá suas preces (Midrash, Devarim Rabá 7:4). As orações são ainda mais eficazes quando levam à teshuvá. Comumente mal traduzida, a palavra teshuvá não significa remorso ou arrependimento, mas sim o retorno de um indivíduo a Seu Criador. E o propósito da teshuvá é que a pessoa siga os mandamentos de D’us aproximando-se assim Dele. …

Segundo nossos sábios a única forma do o homem ” se aproximar ” a D’us é se “parecer”com Ele . Mas como pode um ser finito emular seu Criador, Infinito? Na Torá, D’us próprio nos diz que podemos fazê-lo através da tzedacá – praticando a caridade e boas ações. Pois está escrito: “…guardem o caminho do Senhor e pratiquem a justiça e a caridade” (Gênese 18:19). Como as ações de D’s são “proporcionais ” às dos homens, a tefilá e a teshuvá têm grande poder quando combinadas com tzedacá. O ser humano está em melhores condições de rogar as Graças Divinas e Sua generosidade quando ele próprio é cheio de graças e generosidade. Por isso nos alerta a Torá: “Aquele que tapa os ouvidos ao clamor do pobre também clamará e não será ouvido” (Provérbios 21:13). Em outra passagem, D’s afirma que Ele ouvirá as preces daqueles que praticam a caridade com o necessitado: “Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desabrigados, e se vires o nu, o cubras, e não te escondas do teu semelhante? …então clamarás, e o Senhor te responderá; gritarás por socorro, e Ele dirá: Eis-Me aqui!’…”(Isaías 58:7-9). Assim sendo, o Talmud relata que o grande sábio Rabi Elazar orava somente após ter feito caridade aos pobres. O Midrash também ensina que se uma pessoa usa suas posses para praticar boas ações, suas preces serão atendidas.O Rabi Shneur Zalman de Liadi, fundador do movimento Chabad-Lubavitch, em sua obra prima cabalística, o Livro de Tanya, escreve que o ensinamento que diz que “uma comoção nos Céus é a resposta a uma comoção na terra” cumpre-se em maior amplitude através da tzedacá e das boas ações. (Tanya, Igeret HaKodesh, cap. 4).

Podemos, pois, melhor entender o tema dominante em Rosh Hashaná: “Três coisas anulam um Decreto Divino desfavorável : tefilá, teshuvá e tzedacá” (Talmud Yerushalmi, Taanit 2:1). A oração deveria levar a um retorno a D’us e a Seus mandamentos, e isto pode ser melhor expresso através de atos de generosidade e bondade. Agindo deste modo, o indivíduo pode invocar semelhante resposta do Altíssimo e, assim, canalizar bênçãos espirituais e materiais não apenas para si e sua família, mas também para todo o povo judeu e a humanidade inteira.

As Orações do Povo Judeu – A Torá ordena ao povo judeu “Ama o Senhor teu D’us, servindo-o com todo o teu coração e toda a tua alma”. (Deuteronômio 11:13). Explica o Talmud que servimos a D’us com todo o nosso coração através da oração (Talmud, Taanit 2a). Na Torá D’us afirma que Ele formou o povo judeu para que este proclamasse o Seu louvor (Isaías 43:21).

Um Ser Infinito e Perfeito certamente não necessita palavras de louvor. Mas, como vimos no texto acima, o propósito da prece, como o indica a palavra tefilá, é fazer o homem unir-se espiritualmente a D’us. Amor e louvor são forças unificadoras no mundo, e o louvor do povo judeu a D’s é retribuído pelo Senhor. Pois está escrito: “D’us Santificado, Abençoado seja o Seu nome, disse a Israel: Tu me fizeste objeto de louvor sem igual no mundo, e Eu farei de Ti objeto de louvor não igualado no mundo”(7). Como D’us é a única fonte de vida e bondade no universo, Ele anseia pelas palavras de amor e louvor do povo judeu para que este possa unir-se espiritualmente a Ele, tornando-se assim receptáculo de todas as Suas bênçãos. As palavras de louvor e amor a D-s revertem, portanto, em benefício dos homens e não de D’us.

Maimônides relaciona a oração como um dos 13 Princípios da Fé Judaica. Afirmou em uma de suas obras que deve-se dirigir preces somente a D’us e que a pessoa não deve orar a ninguém ou a nenhuma outra entidade. Somos até proibidos de rezar a quaisquer intermediários que porventura nos pudessem aproximar de D’us. Temos permissão de invocar as bênçãos de outrém e pedir que rezem por nós, no entanto todas as orações e pedidos devem ser dirigidos ao próprio D’us. Rezar-se a qualquer outro que não D’us Todo Poderoso é negar a Sua Unicidade, Sua Infinidade e Sua Bondade.

Os sábios do Talmud permitiram que se rezasse em qualquer idioma, sem que isto, no entanto, iguale o hebraico a outra língua qualquer. Se uma pessoa faz suas preces em hebraico, está cumprindo sua obrigação mesmo que não entenda o que diz. O mesmo não é válido para nenhum outro idioma. A razão para tal é que as nossas orações foram compostas pelos profetas e sábios que tinham a habilidade de combinar letras, versos e idéias de tal forma a canalizar as bênçãos dos Céus. O Baal Shem Tov – fundador do movimento chassídico e mestre da Cabalá – nos ensinou que nosso principal vínculo com D’us se rea-liza através das palavras da Torá e da oração, e que cada uma das letras nessas palavras tem uma essência interior espiritual. Portanto, ao ler tais letras hebraicas, a pessoa pode despertar poderes espirituais, ainda que não entenda o que lê.

Especialmente poderosas são as orações do Sefer Tehilim, o Livro dos Salmos, composto em sua quase totalidade pelo Rei David. Como já mencionado acima, o poder da prece é tão grande ao ponto de anular um decreto Divino negativo. O Baal Shem Tov ensinava que a recitação dos Salmos é extremamente eficaz em reverter desígnios Divinos desfavoráveis. Costumava dizer: “O que pode quebrar e alterar o julgamento do Senhor? A proclamação de todos os Seus louvores – o livro de Tehilim!” …

Ao longo dos séculos, inúmeros sábios e místicos falaram dos grandes poderes espirituais desencadeados pela recitação dos Salmos. O terceiro Rebe de Lubavitch, conhecido como o Tzemach Tzedek, assim ensinou a seus filhos:
“Se vocês soubessem o poder dos versos do Tehilim e seus efeitos nas mais supremas alturas, passariam todos os momentos de sua vida recitando-os. Saibam pois que os capítulos dos Salmos … prostram-se diante do Senhor de tudo, brindando em troca o efeito desejado com bondade e misericórdia”. Em nossos dias o Lubavitcher Rebe ensina que sempre que surgir uma dificuldade pessoal ou comunitária, deve-se recitar o livro de Tehilim (Salmos).

Toda Prece é Atendida – O Talmud fala de “coisas que se situam nas mais elevadas instâncias do universo, mas que são consideradas de menor importância pelos homens” (Berachot 6b). Nossos sábios identificam a prece como uma destas. Segundo o Baal Shem Tov as pessoas geralmente pensam que suas preces foram em vão e, por esse motivo, a oração freqüentemente “não é levada a sério pelos homens”. Revelou também que toda prece tem algum efeito e que os resultados nem sempre são manifestados aqui, no mundo físico, mas apenas “nas instâncias mais elevadas do universo”.

No entanto, na verdade, o indivíduo precisa entender que suas palavras, sua conduta e suas ações deixam marcas profundas no mais altos domínios do universe (Keter Shem Tov 138) . Portanto, assim ensinava o Baal Shem Tov: “Da má lema’alá mimach”- saiba que o que quer que esteja nas Alturas, provém de você e através de você mesmo (Tava’at Harivash, cap. 142). Isto significa que os atos de cada ser humano possuem significado cósmico. E cada um de seus atos provoca reações proporcionais por parte de D’s.

D’us jamais se fecha às preces de alguém. A pessoa pode não merecer que suas preces sejam atendidas nem ser digna da misericórdia Divina, mas se ora com fervor e dirige suas súplicas a D’us, o Senhor terá misericordia dela, pois o Talmud nos ensina que “Quer sejas bom ou mau, sempre serás chamado de filho de D’us”( Talmud, Kidushin 36a).

Às vezes D’us não atende imediatamente uma prece pois há certos pedidos que requerem múltiplas súplicas – tanto no número de orações quanto no de suplicantes. Assim sendo, cada uma dessas preces contribui para o objetivo supremo, mesmo se seus resultados práticos não forem percebidos naquele momento.

Outras vezes D’us responde “não” a um pedido por ser tal resposta a melhor solução para o suplicante. Somente D’s Onisciente, que tem o dom de conhecer o futuro e tudo o que este aportará, pode determinar se o pedido de tal pessoa será benéfico para a mesma. Pois está escrito: “Entrega o teu caminho ao Senhor, confia n’Ele, e o mais Ele fará (Salmos 37:5)” para te propiciar o que verdadeiramente for melhor para ti.

O Grande Shofar – Os dias de Rosh Hashaná e Yom Kipur são dedicados a intensas preces e súplicas por serem o período em que D’us determina e confirma o destino de cada ser humano para o ano vindouro. O ponto alto dos serviços do Ano Novo e da conclusão do Dia do Perdão é o toque do shofar. De fato, a Torá refere-se a Rosh Hashaná como o Dia da Recordação do toque do shofar. (Levítico 23:24). O som do shofar é uma chamada para que o povo judeu se aproxime espiritualmente do Rei Único e Supremo. Ensina o Talmud que o shofar tem o efeito de fazer com que D’us se lembre de seu povo de forma a beneficiá-lo

Quando a Torá foi entregue no Monte Sinai, soou um intenso toque de shofar. E soará, com igual intensidade, mais uma vez, para anunciar a chegada de uma era em que todo o povo judeu tenha sido levado de volta à Terra Santa e o Terceiro Templo, reconstruído. Este intenso toque será a realização das preces coletivas de todo um povo por dias em que a humanidade inteira conheça apenas a paz, a justiça e a abundância. E em que homem algum volte a sofrer, ter fome, doenças ou infortúnios. O Rebe de Lubavitch costumava atribuir grandes poderes às palavras e atos de cada um dos seres humanos. Ensinava que uma única prece e uma única boa ação poderiam ser o ajuste final que faltava ao mundo antes de se transformar para poder receber a nova era.

Esta nova era será precedida pela oração, a tefilá: “Invoca-Me e te responderei; anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não conheces… (Jeremias 33:3). E isto será realizado através da teshuvá: “…e tornares ao Senhor teu D’us, tu e teus filhos, de todo o teu coração e de toda a tua alma, e deres ouvidos à Sua voz segundo tudo o que hoje te ordeno … e te recolherá de novo em meio a todos os povos entre os quais te havia espalhado o Senhor teu D’us… Então o Senhor teu D’s te introduzirá na terra que teus pais possuíram e a possuirás; e te fará bem, e te multiplicará mais do que a teus pais” (Deuteronômio 30: 2-5). E isto será acelerado através da tzedacá: “Grande é a caridade pois aproxima e acelera a redenção” (Talmud, Bava Batra 10a).

Que neste Rosh Hashaná e Yom Kipur, o Todo Poderoso possa determinar e selar o decreto de que no próximo ano “um grande shofar soará e todo o povo judeu virá: os que andavam perdidos pela terra da Assíria, e os que foram desterrados para a terra do Egito tornarão a vir, e se prostrarão diante do Senhor no monte santo em Jerusalém” (Isaías 27:13). [1]

II. A força da oração – Um breve introito ilustra a força da oração: Era uma vez, há muitos e muitos anos, um vendedor de relógios que ia de uma cidade a outra, levando sua mercadoria. Um dia então chegou a um pequeno lugarejo e vendeu relógios a todos os seus habitantes. Algum tempo depois de sua partida, todos os relógios igualmente quebraram e acabaram sendo esquecidos, por seus proprietários, em algum canto de gaveta, com exceção de um cidadão que, por força do hábito, diariamente dava corda em seu relógio. Um dia, o mesmo vendedor retornou ao pequeno lugarejo, sendo imediatamente procurado pelos seus moradores que lhes pediram para consertar os relógios. Após examiná-los, disse que poderia consertar apenas um, aquele cujo dono dera corda todos os dias. Os demais estavam enferrujados e, portanto, destruídos para sempre.
A importância da oração cotidiana – Segundo o rabino David Weitman, esta pequena história ilustra a importância da oração no cotidiano de um judeu.

É um hábito aprendido que, gradativamente, incorpora-se à rotina dos indivíduos. Assim, a partir de um determinado momento, eça adquire um significado especial.

Como na história do vendedor de relógios, somente na hora de consertá-lo o seu proprietário percebeu a importância do gesto de dar corda diariamente. Sem isto, o relógio jamais funcionaria novamente.

“Assim também é com a oração. Há apenas uma diferença, mas que é fundamental. Rezar não é um gesto mecânico, como dar corda a um relógio. É um ato carregado de sentimentos, que nascem dentro do homem. Quando realmente precisamos do conforto de uma oração, percebemos como esta é importante e, principalmente, como é essencial conhecê-la e estar familiarizado com a mesma”.

A oração é um dos três pilares do judaísmo e representa um aspecto fundamental da religião: o momento da comunicação entre o homem e D’us.

Um momento que acontece somente por que D’us, em Sua grandeza, deu-nos um instrumento que permite esta aproximação, explica o rabino David Weitman.

Uma prática de santidade reveladora – Cabe ao homem aperfeiçoar este instrumento, procurando conhecê-lo sob seus diferentes aspectos.

“Quanto mais oramos, mais descobrimos as inúmeras possibilidades que as rezas nos oferecem, seja pelo significado das palavras, seja pela sua musicalidade. Ou seja, rezar também é um processo de aprendizado que se aperfeiçoa ao longo dos anos e, como na história do relógio, no momento em que necessitamos da oração – seja na alegria, seja na tristeza – a prece surge espontaneamente dentro de nós, abrindo um canal direto entre o Criador e o ser humano”.
Linha direta com D’us – Qual é a força desta linha direta entre D’us e o homem?

Muito maior do que se possa imaginar, responde o rabino David Weitman, principalmente por que a oração nasce no coração do homem. Está baseada na fé do ser humano em uma autoridade suprema, em sua crença na bondade divina e na consciência de que tudo na vida e no mundo é determinado pela vontade de D’us e pelo livre arbítrio concedido por Ele ao ser humano. Esta escolha o diferencia de outras criaturas. Ou seja, a oração é também um sinal da humildade do ser humano, pois aquele que ora para pedir uma bênção, um conforto ou para agradecer, está consciente da grandeza Divina. Mesmo que um indivíduo não conheça as palavras das orações, sua prece tem enfim a força dos seus sentimentos. A oração é um trabalho feito com o coração. Os sábios ensinam que a oração é uma escada: sua base está na terra e se ergue aos céus.

“Nada acontece sem o desejo de D’us. O homem, entretanto, pode alterar até decretos divinos de morte, doença e outras situações difíceis.

Ao orar, o homem pois se modifica, eleva-se e aproxima-se cada vez mais de D’us. Talvez nem seja D’us quem modifique o seu destino, mas sim o homem, através de seu comportamento. Ao mudar-se, afasta-se de um destino que já não mais se ajusta à sua personalidade. Este é o poder da oração”.

Oração individual e em grupo mostra a força da oração – Dizem os sábios que se a oração de um indivíduo tem a capacidade de alterar determinações divinas, maior é sua força quando se transforma em expressão dos desejos de um grupo. Pois em grupo, os defeitos se diluem e D’us, em Sua grandiosidade, consegue enxergar apenas os aspectos positivos de uma comunidade.

“Todos os seres humanos têm defeitos e qualidades. Alguns mais, outros menos. Quando nos reunimos para orar pelo menos uma de nossas características positivas aflora. Em grupo, somam-se os elementos positivos”, enfatiza o rabino. A força da oração, portanto, é maior.

A tradição, no entanto, também tem regras para orações em grupo. Uma delas é que se tenha um quorum mínimo de dez pessoas. Daí se alcança a força da oração e sua potencialidade se exterioriza.

O número 10 – “Dez são os poderes da alma e é um número que representa o homem integral. Assim, ele fica apto a se comunicar com D’us, movido pela sua fé e pela força de seu coração. A fé é como uma bússola no deserto, ajuda os homens a se encontrarem consigo e com D’us. A fé resiste às maiores tempestades”.

Dez para pedir perdão, dez para pedir bênção e afastar tristezas. Principalmente para agradecer a D’us a graça da vida, um hábito que se aprende desde cedo. Portanto, a força da oração é um processo de interiorização que se exterioriza alcançando as alturas.

“O homem que abre seus olhos de manhã, sabe que deve agradecer a D’us, pois há aqueles que não têm esta chance. Uma criança, que ainda não sabe ler, também pode pôr a mão sobre os seus olhos e rezar. Acima de tudo, as palavras de uma criança, com sua linguagem própria; saem do fundo de seu coração”, finaliza o rabino. (Matéria publicada na Revista Morashá de abril de 1997) [2]

Fontes: [1] Morasha, Edição 30 – Setembro de 2000: http://www.morasha.com.br/leis-costumes-e-tradicoes/um-portal-para-o-infinito.html
[2] http://legalsaber.com.br/a-forca-da-oracao/
Coordenador: Saul Stuart Gefter 07 de Elul de 5779 – 07 de Setembro de 2019

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