O MOVIMENTO CHASSIDICO (5780) – Estudo para 14 de agosto de 2020 – 24 de Av de 5780

Introdução – Chassidismo: É uma corrente religiosa ortodoxa fundada em 1740, na Polônia, por Israel Ben Eliezer, conhecido como Baal Shem Tov (O Dono do Bom Nome). Surgiu em meio a uma época difícil para os judeus da Europa Central, afligidos pela pobreza e pelas perseguições. Baal Shem Tov ganhou o respeito e admiração dos judeus pobres e oprimidos, por insistir que não era preciso ser um grande sábio e estudar a fundo as fontes judaicas para se aproximar de D’us. Segundo ele, era possível chegar a esse objetivo com a prática simples e sincera da devoção na reza, associada a alegres canções, danças e histórias.

Com isso, o chassidismo (*) abandonou o formalismo ritual e despertou maior importância ao sentimento religioso do que à prática. O mentor do movimento dizia que se a oração fosse feita com devoção e alegria especiais, permitiria aos fieis entrar em ligação direta com o Divino. Essa prática permitiu unir pobres e ricos, sábios e os pouco letrados em uma corrente de reza e devoção. Os seguidores também adotaram uma vestimenta padrão simples, que assim não permitia a diferenciação entre pobres e ricos. Embora não fosse rabino, Shem Tov conseguiu atrair muitos sábios para seu círculo. Após duas gerações, centenas de rabinos elaboraram os ensinamentos de Shem Tov, atraindo mais discípulos e fundando correntes de sucessão. Foi assim nasceu o movimento chassídico pelo mundo todo, tornando-o o mais popular entre a ortodoxia judaica. O maior e mais conhecido deles é o Chabad, nascido na Rússia e que hoje tem sede em Nova York, Estados Unidos. [1]
O que é o movimento Chassídico? O que significa ser um Chassid?

… Chassidut (ou, “Chassidus”), atualmente, se refere a uma corrente específica do judaísmo.

O Chassidismo é um movimento que foi fundado pelo Rabino Yisrael Baal Shem Tov (1698-1760 e.c) e sua finalidade era despertar o povo judeu ao seu próprio interior, através do estudo profundo da Torá, explorando as dimensões da criação e do Criador, preparando assim, o caminho para a vinda do Mashiach (Messias). Esta, ensina a enxergar a alma (ou a parte espiritual) do mundo, ao invés de seu corpo dando ênfase a busca pela essência interior e nãos as manifestações externas.

A Chassidut é baseada na antiga tradição da Cabalá e confere uma nova interpretação do serviço divino simples e com alegria, particularmente através da oração e dos atos de bondade. Usa, também, a própria experiência do indivíduo como um modelo alegórico para a compreensão dos mistérios mais profundos do universo, simplificando os ensinamentos da Torá e tornando-os mais acessíveis.

Assim, o Chassidismo permitiu que a Torá e seus profundos ensinamentos pudessem ser estudados e revelados por todos os judeus, mesmo aqueles mais simples que não tinham tanto conhecimento.

O termo deriva da palavra Chessed, comumente traduzido como “benevolência”, mas que também pode significar bondade, amor e comportamento misericordioso. O “Chassid” seria, portanto, a pessoa que, normalmente, pratica uma bondade maior do que aquela que lhe é exigida, sempre, dentro dos limites da Lei Judaica. Os discípulos do Baal Shem Tov ao se autodenominarem “Chassidim”, popularizaram o termo e, hoje, os termos, são, geralmente, relacionados as diferentes correntes que seguiram a linha dos ensinamentos do Rabino Baal Shem Tov, sendo a “Chassidut”, a corrente chasídica e o “Chasid”, o discípulo, ou seguidor, de determinada corrente.

As filosofias dos discípulos mais próximos do Baal Shem Tov, se desenvolveram, cada um de sua maneira, e se dividiram por diferentes cidades da Polônia, Hungria, Romênia, Lituânia e Rússia, com cada escola adotando diferentes abordagens e interpretações dos ensinamentos de seu mestre. Alguns enfocaram suas vidas na aprendizagem acadêmica dos ensinamentos chassídicos. Alguns escolheram transmitir os ensinamentos através de parábolas, outros através de melodias e canções (Niggunim). Uns optaram por despertar o serviço divino através da alegria e da dança, outros preferiram abordar o serviço divino através do estudo e do intelecto. Contudo, o que caracteriza muito uma corrente chassídica são as práticas e costumes que conectam seus seguidores à santa influência de seus líderes, fazendo com suas vidas girem em torno da figura central do “Rebe”, a posição de líder espiritual que, tradicionalmente, é transmitida hereditariamente.

Os Chassidim, podem ser identificados, também, através de suas vestes. Os homens terão meias largas, capotas e Shtreimel (chapéus redondos feitos de pelos de raposa), assim como a barba comprida e as costeletas compridas. As mulheres estarão vestidas com bastante recato, saias e vestimentas compridas, e terão os cabelos cobertos, seja por perucas, panos ou mesmo chapéus. Cada linha terá sua própria maneira de se vestir, mas todos os discípulos da mesma linha chassídica se vestirão igual. Esta diversidade chassídica reflete a evolução histórica desta corrente e todas as transformações das quais passou em seus 300 anos. Hoje em dia existem mais de 30 linhas chassídicas, cada qual com a sua peculiaridade. Entre estas, algumas famosas são a Chassidut Chabad-Lubavitch, Breslov, Satmar e etc… [2]

III. O Nascimento do chassidismo – Por Rav Yanki Tauber … O décimo nono de Kislev, portanto, marca o “nascimento” do chassidismo: o ponto em que foi permitido emergir do ventre do “misticismo” para a luz do dia, crescer e se desenvolver como parte integrante da Torá e da vida judaica.

A REVOLUÇÃO – A cada cem anos, mais ou menos, uma pessoa aparece e muda a maneira como olhamos para nós mesmos e para o nosso mundo. Ele ou ela dirá algo que é tão revolucionário, tão novo e inesperado – tão contrário às nossas concepções anteriores – que a princípio parecerá impossível ser verdade.

No entanto, é corroborado por fórmulas matemáticas e experimentos laboratoriais e clínicos e, eventualmente, é aceito como fato por todos. Até o próximo revolucionário aparecer. Mas há algo mais raro ainda. Algo que acontece talvez uma vez em quinhentos anos, talvez uma vez em mil. O que acontece é que alguém aparece e diz algo tão revolucionário que muda a maneira como olhamos para nós mesmos e para o nosso mundo. Mas não é novo, nem, em última análise, inesperado. Pois é algo que já sabemos e sempre soubemos. Algo que ressoa profundamente dentro de nós e não requer “provas” para estabelecer sua autenticidade. Algo que é tão parte da nossa verdade interior que nossa “busca” pela verdade nos cegou para o seu conhecimento – até agora.

Há pouco mais de 300 anos, no 18º dia do mês hebraico de Elul do ano 5458 Desde a criação (1698 dC), a alma desse indivíduo nasceu em nosso mundo. Seu nome era Rabi Israel Baal Shem Tov e, ao longo de seus 62 anos de vida terrena, ele revolucionou a maneira como vemos a nós mesmos, nosso mundo e nosso lugar nele.

E estas são as coisas que ele ensinou: Que tudo o que fazemos é significativo. Todas as nossas ações, todas as palavras que falamos, mesmo um único pensamento que pensamos, têm um efeito que reverbera por todos os mundos e por toda a história.

Que tudo o que acontece no mundo de D’us, desde a derrubada de um império até uma folha girando ao vento em uma floresta distante, é com um propósito, especificamente guiado e dirigido pelo Todo-Poderoso – um objetivo que contribui para o objetivo geral de criação.

Que nossa fé simples, nosso simples compromisso de fazer o bem, é mais preciosa aos olhos de D’us do que toda a genialidade do erudito e toda a espiritualidade do místico.

Que D’us está em todo lugar e em tudo, significando que, em essência, existe apenas bondade; o mal, o sofrimento e o desespero são apenas véus atrás dos quais Ele se esconde para nos levar a rasgá-los em nossa busca por Ele.

Essa vida é alegre, e podemos vivê-la alegremente em todas as situações, sob todas e quaisquer circunstâncias.

Que D’us nos ame, cada um de nós, como se ele ou ela fosse Seu único filho.

Que a maneira mais verdadeira de amar D’us é amar todos e cada um de Seus filhos.

Quando olhamos para nossas próprias almas, sabemos que tudo isso é verdade. Mas a vida do ser humano geralmente não é orientada a olhar para sua própria alma. É por isso que precisamos de professores – não tanto para nos dizer o que não sabemos (embora esse tipo de ensino também tenha seus usos), mas para nos mostrar o que já sabemos. [3]

Lista de dinastias hassídicas – Uma Dinastia hassídica é uma dinastia liderada por Judeus Hassídicos líderes espirituais conhecidos como rebbes, e geralmente possui algumas ou todas características seguintes: Cada líder da dinastia é conhecido como um ADMOR (abreviação de ADoneinu MOreinu Rabeinu – “nosso mestre, nosso professor e nosso rabino”)

ou simplesmente como Rebbe (ou “o Rebe”), e às vezes chamado “Rav” (“rabbi”), e às vezes se referiu em português como “Grande Rabino”; A dinastia continua além do tempo de vida do líder inicial por sucessão (geralmente por um descendente de família); A dinastia é geralmente nomeada em homenagem a uma cidade chave na Europa Oriental, onde o fundador pode ter nascido ou vivido, ou onde o grupo começou a crescer e florescer; A dinastia tem (ou já teve) seguidores que, com o tempo, continuam seguindo líderes sucessivos (rebes) ou podem até continuar como um grupo sem um líder, seguindo os preceitos de um líder falecido.

Um Grupo hassídico tem as seguintes características:
Foi fundado por um líder que não nomeou ou deixou um sucessor;

Pode ser nomeado em homenagem a uma cidade chave da Europa Oriental, onde o fundador pode ter nascido ou vivido, ou onde o grupo começou a crescer e florescer, ou pode ter o nome do próprio fundador; Tem seguidores que continuam como um grupo sob a direção de rabinos que expõem e interpretam os preceitos do falecido fundador. Ver Índice: 1- Dinastias com maior número de seguidores; 2 – Dinastias com menor sequência; 3 – Outras dinastias. [4]

Como Eh a Vida da Judia Ortodoxa? Por Esther Goldberger

Ela apanha do marido? É oprimida? Pode trabalhar? Passa seus dias cozinhando kugels e fazendo challah ou faz alguma outra coisa? Ela tem cérebro? Possui opinião própria? Ela tem sentimentos? Ela pode se expor na internet? Afinal, como eh a vida da mulher judia que segue um estilo de vida baseado nos valores pregados pela ortodoxia (ortodoxo = importância ao ritual e tradição)? Essa eh uma pergunta bem ampla… mas vou tentar resumir. A primeira coisa que você tem que saber sobre judias ortodoxas eh: INDIVIDUALIDADE. Sim, no Judaísmo masculino a individualidade existe tbm, mas não é uma prioridade. Psicologicamente falando, eh mais fácil para os homens aceitarem um modo de vida baseado no coletivo… por isso é tão fácil p/ ortodoxos (que usam roupas pretas) se vestirem EXATAMENTE da mesma maneira: todos usam o mesmo chapéu, a mesma camisa, o mesmo terno etc, etc, etc. E de uma maneira geral, são felizes assim. (no GERAL, galera… pelamor… falo do GERAL, pois há ortodoxos que não curtem roupa preta, mas no GERAL, os homens que se vestem de preto não se sentem oprimidos não, muito pelo contrario, se sentem super confortáveis e orgulhosos de sua vestimenta uniforme) Para mulheres, isso é impossível.

Mulheres, independente da cultura ou religião, precisam de individualidade. Por isso não há o mesmo conceito de “vestimenta uniforme” para mulheres ortodoxas. Nos vestimos de maneira ateh que semelhante (saia longa, blusa fechada), mas nossos Gedolei (gadol = grande / gedolim ou gedolei = grandes —- Gedolei são os rabinos que consideramos os Grandes de uma geração, tipo… os rabinos mais importantes de nossa geração…) sabem que seria impossível baixar ordem nas mulheres p/ que se vistam da mesma maneira, como os homens fazem tão facilmente e s/ perceber.

E o homem não precisa ser judeu e muito menos religioso p/ se sentir bem vestindo a MESMA ROUPA todos os dias. Homens possuem uma certa “ciência da simplicidade”, e é por isso que Mark Zuckenberg, Einstein, Steve Jobs, Johnny Cash e outros homens importantes SEMPRE foram vistos usando a “mesma roupa” (mesmo estilo e mesma cor) todo santo dia.

INDIVIDUALIDADE NO VESTIR – Mulheres judias religiosas são individuais. De longe, parecemos ser todas iguais, assim como em dia de Maracanã lotado, temos a impressão que a massa de torcedores eh “tudo a mesma coisa”. Mas depois que o jogo termina, e vemos cada torcedor deixando o estádio e até conversamos com alguns deles, percebemos as particularidades de cada indivíduo. O mesmo se aplica p/ judias religiosas. Somos individuais. Por isso vc encontrará judias que preferem peruca longa, outras preferem peruca curta, outras usam cores, outras preferem tons neutros etc, … Mesmo que nossos rabinos nos aconselhem a nos vestirmos de acordo com os princípios de tziniut pregados por nossos Gedolei Israel (lideres cujas opiniões são tidas como referencias serias), encontraremos maneiras de expressarmos nossa individualidade na maneria de vestir. Neste link você pode ter uma ideia de como mulheres judias se vestem: http://www.vidapraticajudaica.com/#!Como-Mulheres-Ortodoxas-se-Vestem/c1sbz/556cdc930cf2df2eae2a0716 E como vão a praia: http://www.vidapraticajudaica.com/#!Verao-PRAIA-ops-o-que-vestir/c1sbz/562918660cf258da0e8f1c85

Nota especial: Grupos Hassidicos — em grupos hassídicos, a palavra do rebbe eh a lei. Alguns rebbes dão ordem estritas na maneira de vestir das mulheres… e elas tem que seguir a risca, caso não queiram ser expulsas da comunidade. Dura lex, sed lex… A lei eh dura, mas eh a lei. Mas mesmo assim, mulheres pertencentes a tais grupos ainda encontram maneiras de expressar sua individualidade, mesmo que seja através de broches ou lenços coloridos. Não pense que o Chabad é a referencia de comportamento hassídico, pq não é. Chabad é o grupo hassidico mais “cool” (legal) que existe e dá uma grande liberdade a vestimenta de suas mulheres (que me dão a impressão de serem muito mais felizes do que mulheres de outros grupos), mas não pode ser interpretado como referencia, já que são apenas 1 dos mais de 50 grupos hassídicos existentes hoje em dia.

Nota especial 2: Sefaraditas —— A cultura da roupa preta eh 100% europeia. Sefaraditas nunca tiveram contato com roupas pretas, então por isso mulheres sefas se vestem de maneira bem mais colorida que as ashkenazim. Eqto roupas vermelhas são tabu entre ashkenazitas pq era a cor dos cardeais católicos, sefaraditas sempre amaram cores quentes como o vermelho, laranja e amarelo (o catolicismo não ditava regras no Oriente Médio, entendeu? Sefaraditas SEMPRE tiveram contato com cores). Com a influencia ashkenazi no século 20, muitas mulheres sefaraditas ortodoxas INFELIZMENTE estão deixando de lado suas cores e adotando o “culto da saia preta” (well… eu sou adepta desse culto hahahha fazer o que? roupa preta emagrece e combina com tudo huahaua). Então o recado aqui eh: não estranhe se vc entrar numa sinagoga sefaradita e ver mulheres de vermelho. Acontece as vezes e o negocio eh elogiar a roupa delas hahahaha E elogie bastante huahua Sefas são 1 trilhão de vezes mais vaidosas que ashkenazim.

INDIVIDUALIDADE NO PENSAR – Sim, apesar de parecermos uma grande “massa” que pensa da mesma maneira… somos totalmente individuais na maneira de pensar e ver o mundo. Isso vale para grupos hassídicos também. Por fora, elas podem parecer “a mesma coisa”, mas dentro de suas mentes elas são totalmente individuais.

Mesmo que suas ideologias sigam as “leis de seu rebbe”, cada hassidica possui sua própria maneira de interpretar tais “leis”. Na ortodoxia nao-hassidica (a minha) a coisa eh multiplicada por 1 milhão. Jáque não temos “rebbes”, somos muito mais abertas a discussão. Sim, discordamos e RECLAMAMOS bastante … É impossível colocar o modo de pensar de judias não-hassidicas dentro de uma caixa. Simplesmente impossível. Há um site chamado Ima Mother voltado para judias ortodoxas… eh um site onde todas as ortodoxas que falam inglês no mundo podem entrar e falar, perguntar o que bem entender. Como o site oferece anonimato, não há limites p/ os temas discutidos. E uma das diferenças entre o Judaísmo masculino e feminino é que mulheres tem mais coragem de discordar EM PUBLICO do que os homens. Não há nenhum site estilo Ima Mother para homens.

Mas… pensando bem, independente da cultura ou religião, homens tem que “manter a postura uniforme”, certo? “Homem não chora”, “homem tem que ser forte”, “homem não pode demonstrar sensibilidade”… enfim… eh cultura geral… e essa cultura geral eh encontrada no Judaísmo tbm. Homens ortodoxos possuem muita dificuldade de se expressar… Então nos, mulheres ortodoxas, temos sim pensamento próprio, critico e opiniões individuais qto ao mundo que nos cerca. Pq eh importante vc saber disso? Pq com essa informação, vc não levará a opinião de uma única judia como a “referencia máxima do Judaísmo”. Se uma judia te opinar, pode ser que ela esteja expressando somente o pensamento dela e não o pensamento coletivo judaico, ok? Use o seu bom senso qdo ouvir conselhos e não acredite em qqr pessoa, ok?

PERSONALIDADE – Como temos pensamentos bem mais individualísticos que os homens, eh certo que nossa personalidade difere bastante. Há ortodoxas comediantes: https://www.youtube.com/watch?v=0pYbKdnU1e4 (Léa é só uma entre muitas outras) Há ortodoxas fashionistas: http://www.fashion-isha.com/ Há ortodoxas inspiradoras: http://www.outoftheorthobox.com/ Há ortodoxas cool: http://jewinthecity.com/ Há ortodoxas muito, mas muito legais: http://www.marriedtoayid.com/ (Ilana é uma hassidica com muito bom humor… o blog dela eh muito divertido) Há ortodoxas criticas: kolbishaerva.wordpress.com (o Judaísmo brasileiro tem sorte que esta blogueira não nasceu no Brasil huahau a mulher não poupa nada e nem ninguém! A-DO-RO!!!) E assim por diante. Encontramos na ortodoxia todo tipo de personalidade. É certo que a expressão de nossa personalidade depende da comunidade judaica que vivemos… não dá pra morar em um bairro haredi israelense (haredim israelenses são muito mais hardcore que os haredim americanos… eles nem considerem os haredim americanos haredim, pra falar a verdade huahaua) e querer ser fashionista… please… por favor. Por isso possuímos VARIAS comunidades (bairros judaicos) e cada bairro desenvolve sua própria ‘mentalidade coletiva’… tipo… cada bairro judaico tem sua própria personalidade, mais ou menos. Por isso qdo temos que mudar p/ outro bairro, pesquisamos a fundo se a “mentalidade” do bairro combina com a nossa.

As vezes ateh uma sinagoga pode ter uma “mentalidade” diferente de outra sinagoga localizada no mesmo bairro… por isso o ato de expressar nossa personalidade está ligado a comunidade que pertencemos. Eu por exemplo, morei num bairro haredi AMERICANO por 1 ano e me dei super bem…

mas visitei alguns bairros haredi ISRAELENSES e vi no primeiro minuto que não posso nem pensar em me mudar p/ tais bairros. Cada bairro, uma mentalidade. Cada sinagoga, uma mentalidade. E nos, judias, nos adaptamos a comunidade que escolhemos viver.

TRABALHO – Como agora vc jah sabe que mulheres judias religiosas possuem uma mentalidade individual, não será surpresa saber que podemos ser encontradas no mercado de trabalho, executando as mais diversas profissões. Medicas, fashion designers, artistas gráficas, advogadas, padeiras, esportistas, costureiras, psicólogas, professoras…. seja ashkenazita ou sefaradita, ESTAMOS EM TODOS OS LUGARES!!!

Nota 1 – muitas ortodoxas preferem ficar em casa e cuidar dos filhos, verdade seja dita. Mas quem disse que cuidar dos filhos não é um SUPER trabalho?

Nota 2 – hassidismo – então… alguns grupos hassidicos são mais estritos e ‘lugar de mulher eh dentro de casa’ p/ eles. Se um dia vc quiser se tornar hassidica, pesquise bem como eh o modo de vida das mulheres e se vc se adaptaria a LONGO PRAZO em tal comportamento.

Nota 3 – haredim – assim como no hassidismo, há algumas comunidades haredim que não curtem a ideia de mulheres que saem de casa p/ trabalhar… mas são soh ALGUMAS comunidades, ok? Não todas. Há mulheres haredim que são escritoras (jornais, revistas, livros), advogadas, medicas, educadoras, caixa de supermercado, recepcionistas, vendedoras de loja, artistas… enfim. Jamais baseie sua opinião sobre o mundo haredi sobre o pouco que se vê sobre eles nos jornais. Sim, há grupos haredim que assustam… mas há outros grupos haredim que são super sociáveis e compostos por pessoas inteligentes, de bom gosto e bom senso.

VIOLÊNCIA FAMILIAR – É uma masela que está em todos os lugares, culturas e religiões. Violência domestica pode ser encontrados em qqr lugar… até mesmo no mundo judaico. Assim como no Cristianismo, no Judaísmo os homens violentos são criaturas INDIVIDUAIS e jamais podem ser tidos como referencia de um grupo judaico. Eu voluntariei por alguns meses em uma organização chamada Auberge Shalom (leia-se ‘albergue)’, que ajuda judias que sofrem de violência domestica. Aprendi qdo participava das reuniôes:

de judeu ateu a haredi: pode-se encontrar maridos violentos em TODOS os grupos judaicos. Não pense pq o judeu usa roupa jeans e se diz não-religioso ele está isento de suspeitas… não está.
sefaraditas são mais… propensos a violência domestica do que os homens ashkenazim. Pq? Por causa da influencia que receberam por séculos de seus vizinhos árabes. Verdade seja dita. To nem ai.
sírias não falam. Uma das conselheiras do Auberge Shalom (que era ashkenaznita e não-religiosa) falou que deu uma palestra numa comunidade Síria uma vez, e nos disse que foi a única palestra onde não se ouviu um ‘pio’.

Sejam palavras de conforto, questões, indignação.. não se ouviu absolutamente nada. É sabido que elas são mulheres muito felizes com sua cultura, mas se algo “não casher” acontece em sua comunidade, fica lá mesmo. Elas não falam.

Mas não se preocupe em demasiado, ok? Maridos violentos são nossa EXCEÇÃO e não a nossa regra. Sei que de fora dá a impressão que mulheres judias são oprimidas, mas não somos. Nossos maridos são muito legais e super participativos no lar. Mas mesmo assim, vc não pode se iludir que a vida ortodoxa está isenta de maus elementos, pq não está. Há macas podres em nossa cesta. E fazemos de tudo para ajudar as mulheres que casaram-se com estas macas podres. TUDO. Auberge Shalom Pour Femmes (em Montreal): http://aubergeshalom.org/

Bat Melech (em Israel): http://batmelech.org/ Meu marido eh uma seda, by the way haha Assim como sao a maioria dos maridos de nossa comunidade.

INTERNET – Judias de todos os grupos ortodoxos falam de tudo e muito na internet. Soh em grupos haredim e alguns grupos hassidicos elas preferem ficar longe da net. MAS… qdo encontram a oportunidade de postar como ‘anônimas’, opinam na net como qqr uma de nos, que não vê problema algum em expor nossa identidade. Não sei como funciona no Brasil, mas judias tanto israelenses qto norte-americanas, europeias, sul-africanas etc, etc, etc tem uma vida online bem ativa. Há varias formas de deixar a internet de sua casa ‘casher’ (programas que proíbem acesso a conteúdo improprio), então… dá p/ ter internet em casa mesmo no bairro mais religioso. POREM, repito que cada comunidade judaica possui sua própria ‘mentalidade’… então… mesmo que existam ortodoxos que usam internet na boa, há aqueles que moram em bairros onde a net eh tabu, coisa proibida…

Nota – Então… qdo eu morei em Jerusalém e das varias vezes que visitei Israel posteriormente, eu digo que esse lance de proibir internet eh PURA BOBAGEM. Pq? Pq mesmo que o cara (ou mina) não tenha internet em casa, eh soh pegar um ônibus, ir pra outro bairro e acessar a internet de um cyber café. Qdo eu ia em cyber cafés em Jerusalém, vcs não tem IDEIA do que eu encontrava lah dentro… qto mais religioso o mano, mais imprópria a pesquisa “google” que ele fazia… serio, as vezes eu tinha que intervir e mandar ele ou mudar de computador ou ir embora (não sou educada e falo meRmo). Sorry Gedolim, mas… a galera acessa internet fora de casa. Uma vez fui num cyber café DENTRO DA OLD CITY (Cidade Velha de Jerusalém) com meu marido e todo mundo que tava lah dentro era haredi israelense… não vi (graças a D’us!!!) nenhum conteúdo improprio nas telas alheias, mas notei que eles assistiam filmes de ação e comédia… então… fica provada a tese de que proibir é atiçar mais ainda. Ok, em resumo é assim que vemos o mundo. Se tiver alguma outra duvida, me manda um e-mail que eu reviso este post e adiciono sua duvida. Somos mais normais do que vc pensou, certo? Kol tuv, Esther [5]

Fontes: [1] CONIB: https://www.conib.org.br/glossario/chassidismo/ [2] coisas judaicas, Maio 2015: https://www.coisasjudaicas.com/2015/05/o-que-e-o-movimento-chassidico-o-que.html [3] Chabad.org., https://www.mercadosporpinchas.com/2019/12/16/19-de-kislev-ano-novo-do-judaismo-chassidico/

[4] Wikipédia, a enciclopédia livre. https://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_dinastias_hass%C3%ADdicas [5] Vida Pratica Judaica, 25.01.2016: https://www.vidapraticajudaica.com/single-post/2016/1/25/Como-Eh-a-Vida-da-Mulher-Judia

Coordenador: Saul Stuart Gefter 24 de Av de 5780 – 14 de agosto de 2020