FESTA DE PURIM, UM CARNAVAL EM ISRAEL (5779) – Estudo de 22 de março de 2019 – 15 de adar de 5779

I. Introdução – Para celebrar a salvação dos judeus na Pérsia, todo o país comemora com desfiles e fantasias. Desfile de Purim nas ruas de Israel – Em Israel há uma época do ano que se parece bastante com o Carnaval brasileiro, mas lá toda a celebração tem como fonte de inspiração as Sagradas Escrituras. … Purim é um dos mais alegres e festivos feriados na tradição judaica, um feriado cujos preceitos religiosos incluem ficar alegre e celebrar nas ruas. Essa é uma festividade que permite até mesmo aos mais sérios estudiosos da Torá se deixarem levar pelo espírito de diversão, e aproveitar a atmosfera festiva.

Nos dias que precedem Purim e no próprio dia da festa, Israel fica inundado de uma atmosfera alegre. As ruas ficam cheias de crianças fantasiadas, e as lojas vendem acessórios brilhantes e coloridos para a festividade, e há festas onde os adultos também se fantasiam. Um tradicional evento de longa data, da época dos assentamentos judaicos restabelecidos em Israel, é o desfile de Purim através das ruas da cidade. Antigamente o desfile acontecia em Tel Aviv, mas hoje em dia existem desfiles em todo o país. O maior e mais impressionante deles é feito ao sul de Tel Aviv, em Holon, uma cidade que nos últimos anos desenvolveu a reputação de ser muito amigável com crianças.

A heroína judia Ester e o rei persa Assuero – A fonte desta festividade está no Livro Bíblico de Ester, que relata a salvação dos judeus persas da ameaça de Haman, ministro-chefe do rei persa Assuero. Haman conspirava para matar todos os judeus do reino (a localização de tempo desta história é estimada entre a destruição do Primeiro Templo e a construção do Segundo Templo, no final do século VI AEC). A data em que Purim é observado é o 14º dia do mês hebraico de Adar (normalmente Março), para equiparar com a data em que Haman determinou que todos os judeus fossem mortos. As celebrações de Purim continuam através do dia seguinte, que é chamado de Shushan Purim.

Um dos mais notáveis aspectos do Livro de Ester é que a história gira em torno do heroísmo de uma mulher – Ester, que era judia. Foi ela quem salvou o povo Judeu e transformou o dia do decreto mortal em um feriado histórico.
De acordo com as leis judaicas, Purim não é considerado um dia sagrado, e portanto não é um dia oficial de descanso. O comércio (com exceção dos bancos) está aberto normalmente, mas as escolas estão fechadas e a atmosfera da festividade é evidente nas ruas em todo o país.

Costumes da Festa – O Jejum de Ester – Um dia antes de Purim é um dia de jejum que relembra o jejum feito por Ester e todos os judeus persas antes da aproximação de Ester do Rei Assuero para suplicar por seu povo. Diferentemente dos jejuns do Yom Kipur (Dia do Perdão) e de Tisha B’Av, mas similar a outros dias de jejuns menos importantes, o Jejum de Ester começa ao amanhecer do dia e termina no pôr-do-sol.
Leitura do Livro de Ester – Na noite de Purim e na manhã da festividade, o Livro de Ester é lido em voz alta na sinagoga. Existe um princípio religioso que estimula as mulheres ouvirem a leitura, e as crianças também são bem vindas. A leitura de Ester é um evento social muito alegre, pois a cada menção ao perverso Haman, que se tornou sinônimo de maldade de todos os outros que tentaram ir contra os judeus, os congregados e especialmente as crianças tentam abafar o seu nome, sacudindo um tipo de reco-reco tradicional judaico.

Refeição Festiva – Após o jejum faz-se uma refeição festiva, com jogos e outros divertimentos que vão até tarde da noite.

Cestas com presentes – Como parte da alegria desta festa, os Judeus tem o hábito de preparar cestas com presentes e mandá-las a seus amigos e vizinhos, e também de dar dinheiro aos pobres. Fantasias – Este costume de vestir máscaras e fantasias desenvolveu-se na Idade Média, aparentemente influenciado por carnavais locais. As crianças pequenas têm um especial interesse neste aspecto da festa e podem ser vistas nas ruas vestindo suas fantasias.

Orelhas de Haman – uma tradicional iguaria de Purim, feita com massa triangular (semelhante a orelhas) recheadas com sementes de papoulas e muitos outros tipo de recheios doces. [1]

II. … As “meias moedas” (Machatzit HaShekel) – Na tarde do Jejum de Esther, ou antes da leitura da Meguilá na noite de Purim, há uma tradição de doar certa quantia à sinagoga para celebrar o meio-shekel que todos os judeus contribuíam como sua parte nas oferendas comunitárias na época do Templo Sagrado de Jerusalém. Qual a conexão entre o donativo de meio-shekel ao Templo Sagrado e Purim?

Ensina o Talmud que “D’us manda a cura antes da enfermidade”. O meio-shekel que cada judeu contribuía como seu quinhão para as oferendas comunitárias serviu como antídoto às moedas de prata que Haman deu ao Rei Achashverosh em troca da permissão de aniquilar todos os judeus. Além disso, o Talmud ensina que a Tzedacá nos salva de todo o mal, mesmo da morte. Assim como os meio-shekels pouparam os judeus da destruição na história de Purim, nós também fazemos Tzedacá na tarde do Jejum de Esther como fonte de proteção e bênção. [2]

III. Shushan Purim – Pós Purim – Em algumas antigas cidades muradas – Jerusalém é o exemplo mais fundamental – Purim é observado não em 14 de Adar, a data de sua observância em todos os outros lugares, mas em 15 de Adar. Isto é para comemorar o fato de que na antiga cidade murada de Shushan, onde as batalhas entre os judeus e seus inimigos se estenderam por um dia adicional, a celebração original de Purim foi feita não no dia 14, mas a 15 de Adar. 15 de Adar é portanto chamado “Shushan Purim” e é um dia de júbilo e celebração também naqueles locais onde não é observado como o verdadeiro Purim. [3]

IV. Shushan Purim – Em Jerusalém, Purim é celebrado no dia 15 de Adar – e não 14 de Adar. O dia 15 é chamado de Shushan Purim. Fora de Jerusalém, inclusive na Diáspora, a data de 15 de Adar não é Purim – não se podendo cumprir as mitzvot da festa nesse dia. Contudo, Shushan Purim é um dia de alegria e celebração para todos os judeus, tanto em Israel como na Diáspora. [2]

Pará e Hachodesh – Após o feriado de Purim, os preparativos para Pêssach começam para valer. No fronte do lar, a Operação “Livre a Casa de Chamêts” está a pleno vapor. No fronte da sinagoga, suplementamos as leituras semanais da Torá com as leituras especiais pré-Pêssach. No Shabat que cai antes ou em 1º de Nissan, lemos a leitura especial “Hachodesh”. Na semana anterior a esta, fazemos a leitura de “Pará”.

Pará – A Leitura Pará da Torá (Bamidbar 19) detalha as leis da “vaca Vermelha” e o processo pelo qual uma pessoa que tornou-se ritualmente impura pelo contato com um corpo morto era purificada.

Cumprimos os rituais relacionados ao Templo estudando suas leis na Torá – Quando o Templo Sagrado estava de pé em Jerusalem, todo judeu tinha de se colocar num estado de pureza ritual para levar a oferenda de Pêssach ao Templo. Atualmente, embora estejamos incapacitados de cumprir os rituais relacionados ao Templo na prática, nós os cumprimos espiritualmente estudando suas leis na Torá. Assim, estudamos e lemos a seção Pará em preparação para a Festa de Pêssach que se aproxima. Segundo algumas autoridades haláchicas, há uma exigência bíblica de todos os homens escutarem a leitura especial de Pará. A haftará (Yechezkel 36:16-36) discute a promessa Divina de “purificar” e limpar os judeus quando Ele reuni-los e devolver a todos à Terra de Israel na Era Messiânica.

Hachodesh – A Leitura Hachodesh (Shemot 12:1-20) relata a histórica comunicação de D’us a Moshê no Egito em 1º de Nissan, duas semanas antes do Êxodo, sobre o estabelecimento do Calendário Judaico (lunar), a Oferenda Pascal, matsá, ervas amargas e o sêder. A Haftará especial Hachodesh (Yechezkel 45:18-46:15) é uma profecia sobre a Oferenda Pascal que será levada ao Terceiro Templo Sagrado. [3]

Fontes: [1] http://unidosporisrael.com.br/festa-purim-carnaval-israel/
[2] Morasha – http://www.morasha.com.br/purim/os-mandamentos-da-festa-de-purim.html
[3] Chabad – http://www.chabad.org.br/datas/purim/artigos/pur24.html

Coordenador: Saul S. Gefter, Diretor Executivo 15 de adar de 5779 – 22 de março de 2019

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