CHAG YOM HAATZMAUT (5778) – Estudo de 27 de abril de 2018 – 12 de Iyar de 5778

I. Introdução – Yom Haatzmaut (19 de abril de 2018) tem um significado muito especial; é momento de mudanças na Historia do povo Judeu. A ligação entre bnei Israel e Eretz Israel é o fruto da promessa de D-us aos patriarcas, conforme descrito na tora: Para Avraham a promessa da terra de Canaã pertenceria a eles e seus descendentes para a eternidade. B’reshit 12:7 “alce agora seu olhos desde o lugar onde você está para norte e para sul oriente e ocidente porque toda essa terra que vê a você darei a sua semente para sempre”

Yom Há’atzmaut, ou dia da independência, ocorrido no dia 5 de Yiar de 1948, festa nacional do povo Judeu. É o dia no qual foi declarado estabelecimento de Midinat Israel “Estado de Israel”. Por isso é a, mas jovem das festas judaicas.

No aspecto religioso, a uma oração feita para a paz em Israel, no primeiro dia da fundação do estado de Israel (Midinat Israel) alguns rabinos importantes daquela época se reuniram e, juntos elaboraram um reza para a paz nos pais. Varias sugestões foram dadas por intelectuais entre eles o escritor Shai Agnon. A versão escolhida foi incluída nas rezas contidas no Sidur “Rinat Israel” é usado em algumas comunidades. Este dia em Israel virou um feriado Nacional, e tem um significado muito importante para o povo de Israel, são acesas 12 tochas para expressar as conquistas do estado e de seus cidadãos, a bandeira é hasteada no topo do mastro e uma demonstração de fogos de artificio encerra o evento, na noite de Yom Haatzmaut, os israelenses costumam festejar nas ruas.

Nos centros da grande cidade são montados palcos para apresentações artísticas de canções e danças israelenses. Durante o dia são realizado vários eventos importantes, a distribuição de prêmios para os saldados que se destacaram realizada pelo presidente do Estado, e a comemoração de reconhecimento aos cidadãos que mais se destacaram em conquistas nas áreas social, cultural e ciências, a maioria dos israelenses aproveita este dia para passeios piqueniques ao ar livre.

Nome da festa – A origem do nome Yom Haatzmaut esta ligada a independência, Iom Significa dia ”atzmaut vem do shoresh (radical de três letra, típico em língua semita (aym, tsadic, men) que em português significa independência, autônoma livre e que não depende da ajuda dos outros dai temos a ideia de país independente, que não está politicamente subordinado a outro.

O grande líder biniamim zeev herzl, inspirou o povo judeu para criação de um degue “bandeira” como qualquer outra nação livre possui. Sugeriu que fosse branca, representando uma vida nova limpa de perseguição e sobre ela sete estrela dourada que representaria sete horas de trabalho diário pois acreditava que somente pelo trabalho conquistariam nova pátria.

Já seu parceiro, David Wolfoshn, sugeriu que o deguel (bandeira) fosse branco com duas faixas azuis inspiradas no latit no centro propôs um maguen David (Escudo de David) mas traduzido por uma estrela de Davi, na cor azul. Na cabala o maguen david tem um significado muito forte e profundo sobre a ligação entre Deus e seu povo. Algumas fontes dizem que esse símbolo aparece gravado no escudo de David. É interessante que a letra delta, no grego que é equivalente ao lalet em hebraico se parece com um triangulo e o nome de David apresenta tal letra duas vezes. Ficou então estabelecido que tal maguen, integraria o Deguel por simbolizar a vitória de David sobre Golias, o Fraco contra o Forte ou de pouco contra muitos, o deguel (bandeira) simboliza a união do povo. O fundo branco simboliza a shalom e a harmonia em Israel a pureza de uma vida nova. As duas listras azuis podem também simbolizar os dois lados do Yam Suf, “mar vermelho”.

Semelhamediana – O semelhamedina é o emblema oficial do estado de Israel é uma menora (candelabro de sete braço) ladeada por dois anfeizait (ramos de Oliveira) sobre eles esta escrito Israel. Aparece em todos documentos governamentais oficiais tais como carteira de identidade ou passaporte. A menora do símbolo nacional remete o israelita a menora de ouro do Mishkan e  mas tarde do beit hamikdash que foi por muitas gerações o símbolo da existência do povo Judeu.

Menora do segundo grande templo ou provavelmente uma de suas replicas foi levada por tito imperador romano para sua capital Roma lé esta cena gravada na pedra superior das ruinas do “Arco de tito”. Segundo a cabala a menora é comparada a arvore da vida seus setes braços simbolizam o setes dias da criação e as sete emoções do nosso coração a saber amor. Benevolência, justiça, disciplina, harmonia, bom senso. Durabilidade e constância, humildade esplendor. União.

A Menora de sete braços tema sua forma muito parecida como uma planta conhecida antiguidade pelo nome moria. A profecia de zacharia em sua quinta visão descreve a menora Veanfeizait “candelabro e ramos de oliveiras’ onde o anjo diz a zacharia que a sete lamparinas da menora representava os setes olhos do Eterno que tudo veem e os dois anfeizait “ramos de Oliveira” são dois homens escolhidos e ungidos para servirem o senhor no mundo inteiro. Os anfeizait (ramos de oliveira) são lembrados na torah, breshit 8-11. [1]

II. O Estado de Israel Declara Independência – O texto abaixo conta a fascinante história das apressadas preparações nas horas antes da declaração de independência de Israel, em 14 de Maio de 1948. O texto foi escrito em 1999 por Shelley Kleiman em inglês, e se chama “The State of Israel Declares Independence”. Eu mesmo traduzi o texto para o português, usando o original em inglês e uma tradução ao espanhol. O original pode ser encontrado no site do Ministério do Exterior de Israel, neste link, bem como versões em francês e espanhol. Se tivesse que resumir o Congresso da Basiléia em uma frase apenas que não me atrevesse a publicar, diria: na Basiléia criei o Estado Judeu. …

Nós, membros do Conselho Nacional, em representação do povo judeu na Terra de Israel e do Movimento Sionista… proclamamos a fundação de um Estado judeu na Terra de Israel, que se conhecerá como Estado de Israel.

Declaração de Independência , 14 de Maio, 1948 – No tranqüilo boulevard Rothschild do centro de Tel Aviv, entre casas antigas do começo do século XX, está um edifício de aspecto banal, rebocado com cimento, que muitos poucos israelenses conhecem, e o qual provavelmente nunca haviam reparado. Pouco antes das quatro da tarde da sexta-feira 14 de Maio de 1948, David Ben-Gurion entrou nesse edifício, que era então o Museu de Tel Aviv. Ele abriu a sessão com o martelinho tradicional, leu ante o pequeno número de presentes a Declaração de Independência do Estado de Israel. Mais por necessidade que como resultado de uma opção bem madurada, a primeira nação judia independente em 19 séculos nasceu com pressa e sem pompa. Não houve fogos de artificio nem música, não se içaram bandeiras nem houve desfiles. Com inimigos em suas portas, com sua própria existência em perigo, o Estado nascente viveu um acontecimento que foi sem dúvida o mais surpreendente da história judaica moderna mas talvez também o menos impressionante.

Para a maioria dos judeus, a existência do Estado já era um fato consumado. Este havia sido a aspiração de Theodor Herzl, o visionário dos fins do século XIX, criador do nacionalismo judeu moderno, ao organizar em 1897 o primeiro Congresso Sionista na Basiléia, Suiça, e em 1917 a Declaração Balfour do governo britânico confirmou o direito do povo judeu a estabelecer um “lar nacional” na Terra de Israel Palestina. Mas para os judeus residentes na Palestina, o Estado de Israel nasceu de fato em 29 de Novembro de 1947, no dia em que a Assembléia Geral das Nações Unidas aprovou por uma maioria de dois terços o plano de partição da Palestina.

Multidões saíram a cantar e a dançar euforicamente nas ruas de Tel-Aviv, Jerusalém e Haifa e demais cidades do país. Os judeus teríam um Estado próprio, embora pequeno, e as autoridades mandatárias britânicas abandonariam o país em 1º de Agosto de 1948.

Contudo, em Novembro não ocorreu nada tangível. Rechaçada pelo bloco árabe, e não apoiada pelo governo britânico, a decisão tomada pelas Nações Unidas em Lake Success tardou cinco meses e meio de crescente violência e luta diplomática para refletir-se na fundação do Estado de Israel, em condições muito distintas das propostas inicialmente.

Os dirigentes da população judaica, imersos durante meses em sua polêmica com os britânicos, não haviam previsto que ficariam sozinhos antes de tempo (os britânicos anteciparam sua saída da Palestina para 15 de Maio), nem haviam percebido a gravidade da ameaça militar árabe. Desesperados pela falta de armas, os judeus da Palestina, ainda por cima, foram sacudidos pela recomendação dos Estados Unidos de suspender o plano de partição e implantar um protetorado temporário das Nações Unidas na Palestina (a iniciativa, que saiu do Departamento de Estado, causou embarasso pessoal no Presidente Harry Truman).

O Executivo da Agência Judaica, encabeçado por Ben-Gurion, reagiu de imediato, informando a Washington que os sionistas se oporiam a toda tentativa de adiar a independência judaica. O plano americano, submetido ao Conselho de Segurança em sua sessão de 19 de Março, obteve um apoio internacional pequeno e alguns países o consideraram como séria diminuição da autoridade das Nações Unidas. Em 1º de Abril, o Conselho de Segurança aprovou uma resolução muito mais inócua, em busca de uma trégua entre judeus e árabes. Foi aquele dia quando Ben-Gurion, seguindo a recomendação de Yigael Yadin, chefe de operações da Haganá, converteu esse corpo, até então simples milícia defensiva, em um exército que passou à ofensiva.

Enquanto Jerusalém e grande parte da Galiléia permaneciam ilhadas, a Haganá fixou como meta ganhar o controle da rede de estradas e dos pontos altos. Até fins de Abril, a Haganá conseguiu fazer passar um grande comboio de abastecimento a Jerusalém e apoderar-se de Haifa; em Maio, se apoderou também de Tzfat, reestabelecendo a comunicação com os povoados judaicos do leste da Galiléia. Ante a crescente apatia das Nações Unidas, a comunidade judaica da Palestina começou a criar uma nova realidade militar. Ao mesmo tempo, os dirigentes sionistas começaram a criar também uma nova realidade política. Afins de Abril, os britânicos aceleraram sua evacuação, e o caos resultante foi causa do cessar quase completo dos serviços públicos: correios, telefones, trens, etc.

Para preencher este vazio, e colocar as fundações do futuro Estado judeu, o Comitê de Ação Sionista formou um organismo de 37 membros: Moetzet Haam (Conselho do Povo), com a participação de todas as agrupações políticas. Encabeçado por Ben-Gurion, vinha a cumprir as funções de corpo legislativo interino. Se criou também um Diretório Nacional (Min’helet Haam) de 13 membros, um governo interino o qual se investiu de plenos poderes em assuntos de defesa. Apesar da pressão crescente dos Estados Unidos, que exigiam adiar a independência, a criação do

Diretório Nacional foi o primeiro passo para o estabelecimento de fato do Estado.
Depois de uma sessão maratônica de 11 horas do Diretório Nacional, em 12 de Maio de 1948, se decidiu finalmente proclamar a independência dois dias mais tarde. A decisão de não adiá-la não foi fácil, nem tampouco unânime.

Yigael Yadin e o comandante em chefe da Haganá, Israel Galili, informaram os pontos fortes e fracos das forças armadas da população judaica. Se negaram a prever o resultado de uma invasão árabe em grande escala, estimando que a probabilidade de ter êxito era de apenas 50%, e expressaram preocupação pela moral dos 30 mil mal supridos combatentes. Ben-Gurion advertiu que a população judaica devia preparar-se para graves perdas de território e vidas. “Não obstante agrego que em vista de nossos valores morais, e caso aproveitemos plenamente nossas forças e conseguirmos mais armas, teremos todas as chances de ter sucesso”. Vários dos assistentes concordaram com Ben-Gurion, dizendo que a independência reforçaria o sentimento de solidariedade da população, e em contrapartida o adiamento desmoralizaria a população e os soldados.

Naquela reunião, Golda Meyerson (mais tarde Meir), diretora do Departamento Político da Agência Judaica, descreveu suas fracassadas negociações com o rei Abdullah da Transjordânia, numa última tentativa de evitar a invasão dos exércitos árabes. Moshe Shertok (mais tarde Sharett), que acabava de regressar de Washington, onde havia representado o Diretório Nacional como Ministro de Relações Exteriores, informou sobre as propostas de trégua dos Estados Unidos e de sua tentativa de adiar a declaração de independência.

O Secretário de Estado, George Marshall, alertara Shertok a respeito de uma excessiva confiança na Haganá contra um eventual pedido de ajuda aos Estados Unidos em caso de uma invasão árabe. Shertok lhe respondeu: “Temos lutado sós nesta guerra… Agora não pedimos ajuda. Somente pedimos que se abstenham de interferir”.
Depois de discutir toda a noite, o Diretório Nacional decidiu por seis votos contra quatro recusar a proposta de trégua dos Estados Unidos e seguir adiante com a declaração de independência.

O presidente da Organização Sionista Mundial, Chaim Weizmann, o qual se contatou por telefone em Nova York, apoiou a decisão (“O que esperam esses idiotas?” disse-se que gritou, enfurecido, em idiche) e logo depois pediu ao presidente Truman que reconhecesse o estado judeu, carente ainda de nome. “A opção para nosso povo, senhor presidente, é independência ou extermínio”, declarou Weizmann. “Confio que o sr. decida segundo o espirito da lei moral”. O palco estava pronto, e a sorte estava lançada. Restavam apenas 48 horas para redigir a Declaração de Independência e planejar algum tipo de cerimônia, enquanto que se recebiam notícias trágicas da situação em Jerusalém e sobre o grupo de assentamentos judaicos de Gush Etzion. Se concordou em proclamar a independência na sexta-feira às quatro da tarde, oito horas antes da finalização oficial do Mandato britânico, para poder concluir o ato antes do início do Shabat. Iniciava-se uma verdadeira corrida surreal contra o relógio. …

Na sessão de 12 de Maio se dedicou muito pouca atenção aos problemas jurídicos. O que sim suscitou inflamadas discussões foi o problema das fronteiras. … Ben-Gurion indicou que a Declaração de Independência dos Estados Unidos “não contém referência alguma a limites territoriais”. Com o país quase em guerra, Ben-Gurion não queria comprometer-se de antemão: “Aceitamos a resolução da ONU, porém os árabes não. Se preparam para nos fazer guerra. Se os vencermos e nos apoderarmos da Galiléia Ocidental ou de territórios em ambos os lados do caminho a Jerusalém, essas áreas se converterão em parte do Estado. Por que comprometer-nos a aceitar limites que os próprios árabes não aceitam?” A posição de Ben-Gurion foi aprovada por cinco votos contra quatro. Este foi o único ponto submetido a votação em 12 de Maio. Foi proposto o tema do nome do Estado. …Decidiu-se também que a cerimônia se levaria a cabo no salão principal do Museu de Tel Aviv, …O salão principal do museu era um território neutro, sem afiliação religiosa ou política, … Os convites foram distribuidos em 13 de Maio. Ben-Gurion informou os presentes da queda de Gush Etzion e da rendição de Yafo às forças da Haganá. …

Um dos nomes alusivos a D-us em hebraico é Tzur Israel, literalmente, a Rocha de Israel. Ben-Gurion concordou em formar um subcomitê (integrado por ele mesmo, Fishman, Shertok e Zisling) para dar os últimos toques no documento, na condição de que se aceitasse usar Tzur Israel no texto, deixando a cada um a interpretação desse término conforme as suas próprias convicções. A proposta foi adotada sem votação. Naquela noite, em sua casa no boulevard Keren Kayemet, Ben-Gurion reescreveu a Declaração. Fez muitos cortes, …, Ben-Gurion escriveu um novo começo: “A Terra de Israel foi o berço do povo judeu”. …Nas primeiras horas da tarde, o texto foi submetido ao Conselho Nacional. De novo se pediu (sem sucesso) mencionar o nome de D-us, e definir as fronteiras, questão suscitada esta vez pelos delegados revisionistas.

Estes, advogados da tese de um Estado judeu em ambas as margens do Jordão, exigiam agregar as palavras “em seus limites históricos”. … A única mudança proposta e aceita foi adicionar à lista de liberdades garantidas, religião, consciência, educação e cultura, uma mais: a do idioma. Foi o próprio Ben-Gurion quem decidiu chamar de Israel o novo Estado. O texto da Declaração foi aprovado por unanimidade na segunda votação, uma hora antes da proclamação da Independência. …

Mesmo com os esforços para assegurar o segredo, a voz correu e uma multidão se congregou nas ruas contíguas ao museu. Fechou-se toda a zona para o trânsito; na escada de acesso ao museu tomou posição uma guarda de honra. Pouco antes das quatro quando Sir Alan Cunningham já havia embarcado no “Euralyus”, que devia zarpar da baía de Haifa à meia-noite, Ben-Gurion chegou em seu automóvel. Saudado por um policial, entrou no museu de Tel Aviv acompanhado pelos vivas da multidão. …

Às quatro em ponto da tarde, Ben-Gurion se levantou e impôs silêncio. Os presentes se puseram em pé e entoaram Hatikva. Logo após, Ben-Gurion anunciou: “Vou ler a Declaração de Independência, que foi aprovada em primeira leitura pelo Conselho Nacional”. Em um tom controlado, descreveu os antecedentes e motivos da Declaração e subido um pouco a voz adicionou: “Pela presente proclamamos a fundação de um estado judeu na Palestina, que se conhecerá como Estado de Israel”.

Novamente os presentes se puseram em pé e irromperam em aplausos. Ben-Gurion seguiu lendo o texto: a constituição de órgãos de governo devidamente eleitos; os direitos sociais e políticos de todos os cidadãos, incluídam a proteção de todos os lugares santos; um chamado às Nações Unidas a admitir Israel na família das nações e outro à população árabe a participar em todos os órgãos e instituições do Estado. Também instou aos judeus de todo o mundo a reunir-se em torno do Estado nascente.

Ben-Gurion passou a ler o parágrafo final: “Confiantes na Rocha de Israel, assinamos esta Declaração, nesta sessão do Conselho Provisional do Estado, celebrada na terra pátria, na cidade de Tel Aviv, na véspera do sábado, cinco do mês de Iyar de 5708, quatorze de Maio de 1948”. Apenas 17 minutos durou a leitura da Declaração de Independência.

O rabino Fishman, com voz sufocada pela emoção, pronunciou a tradicional oração de inauguração: “…shehecheyanu vekiyimanu vehiguianu lazman haze” (Bendito seja o Eterno, nosso D-us, Rei do Universo, que nos deu vida e nos preservou e nos fez chegar a este momento). Os presentes responderam com um amen fervoroso. Ben-Gurion passou então à leitura do “Decreto de Estabelecimento do Estado”, aprovado horas antes, que investia o Conselho Provisional do poder legislativo supremo e revocava toda a legislação britânica baseada no Livro Branco de 1939. Novamente os presentes aplaudiram com fervor à abolição dos incômodos decretos, que durante anos haviam restringido a imigração judaica. Faltava ainda assinar a Declaração de Independência. … Ben-Gurion pediu a todos os firmantes para usar seus nomes hebreus, porém alguns não o fizeram, entre eles Golda Meyerson e Moshe Shertok. Herzl Rosenblum, redator chefe do diário Yediot Acharonot e membro do Partido Revisionista, que assinou com o nome de “Herzl Vardi”, se arrependeu disso e continuou a usar Rosenblum quase imediatamente após a cerimônia.

Mordechay Ben-Tov assinou com letras pequenas em sinal de humildade, e o rabino Fishman antepôs a sua assinatura o acrônimo B-H (com a ajuda divina), talvez como reação à omissão do Nome de D-us no texto da Declaração. Alguns afirmam que se deixou espaço para a assinatura de Chaim Weizmann. Embora este ilustre da Independência, e mais tarde primeiro presidente do Estado, não fosse membro do Conselho Nacional, é surpreendente (e ele o considerou como uma ofensa pessoal) que sua assinatura não figurasse na Declaração.

O último a assinar foi Moshé Shertok. Os presentes aplaudiram enquanto a Orquestra Filarmônica tocava Hatikva.

Terminado o hino, Ben-Gurion novamente silenciou os presentes e anunciou: “O Estado de Israel está constituído. Esta sessão está encerrada”. Numa cerimônia de 32 minutos, um povo apátrida durante 2 mil anos recobrou sua independência. Em seu diário, Ben-Gurion anotou: “Às quatro, proclamação da Independência. Em todo o país, profunda alegria e júbilo, e de novo, como em 29 de Novembro, me sinto como quem anda enlutado em um festejo”. Junto ao museu muitos dançavam, alguns choravam; outros agarravam os exemplares de Yom laMedina (“O dia do Estado”), uma edição especial conjunta dos jornais principais do país, que por um dia esqueceram seus desentendimentos ideológicos, enquanto outros liam que o recrutamento continuaria durante o sábado.

A Haganá colou cartazes chamando a população a construir refúgios antiaéreos e evitar congregar-se. Horas mais tarde, os Estados Unidos conferiram seu reconhecimento ao novo Estado e pouco antes do amanhecer, Ben-Gurion falou pela rádio ao povo norte-americano. Enquanto estava falando, aviões egípcios bombardearam Tel Aviv. Concluido seu discurso, correu ao aeroporto Sde-Dov de Tel Aviv, onde haviam caído várias bombas. Do jipe em que fez o trajeto, Ben-Gurion contemplou a cidade. “Havia gente em pijama em todas as janelas. Não pareciam muito assustados. Tive a sensação de que superariam o desafio”. … Cinqüenta anos mais tarde, a voz de Ben-Gurion ainda ressoa no número 16 do boulevard Rothschild. Depois da Guerra de Independência, o museu seguiu instalado ali até que, em 1971, foi trasladado ao novo Pavilhão Helena Rubinstein. Seu antigo local, localizado no que fora o “lote número 43”, se cedeu à Casa da Bíblia, o instituto de pesquisa predileto de Ben-Gurion.

Nos fins dos anos setenta, a prefeitura de Tel Aviv tomou posse do andar térreo e o restaurou, devolvendo-lhe o aspecto que tinha em 14 de Maio de 1948. O Salão da Independência abriu suas portas ao público em 1978. Em salas contíguas ao salão principal se expõem fotografias, mapas, recortes de jornais e documentos diversos, entre eles as distintas versões da Declaração. Ainda que até há pouco o Salão da Independência era quase desconhecido (se estima que 80% dos israelenses não têm ideia de onde se proclamou a independência), está reconquistando agora o lugar que merece no mapa histórico e cultural do país. Com a celebração do cinquentenário, milhares de estudantes e de turistas começaram a visitá-lo. No passeio pelas salas, o visitante encontra uma apresentação da história do sionismo e dos acontecimentos que precederam 14 de Maio de 1948; um curta-metragem revive o espírito pioneiro de Tel Aviv naqueles dias.

O mais emocionante, porém, é sentar-se no salão onde se proclamou a Independência. Ainda que as cadeiras agora sejam todas iguais e os quadros originais estejam no museu de Tel Aviv ou na Knesset em Jerusalém (em seu lugar foram pendurados outros de menor valor), o ambiente conserva uma aura de plena autenticidade. Estão a fotografia de Herzl e as bandeiras de Israel; estão também a longa mesa e os microfones originais; o espírito do passado toca o presente. No pequeno salão ressoa a voz gravada de Ben-Gurion, anunciando a criação do Estado de Israel. Quando os visitantes se detêm a cantar Hatikva, o hino da esperança, em coro com os estadistas de então, é como se estivessem reafirmando em certo modo a independência e como se, de forma emocional, quase mística, se criasse de novo o Estado de Israel. [2]

III. 70 anos da independência de Israel – Nesta data, David Ben-Gurion declarou o fim do mandato britânico e o restabelecimento do Estado de Israel. Brasileiros, honrando e sendo honrados. Em 1948, a Declaração de Independência foi assinada e o novo Estado de Israel nasceu.

Nesta data, David Ben-Gurion, o primeiro primeiro-ministro de Israel, declarou o fim do mandato britânico e o restabelecimento do Estado de Israel. D-us me deu a honra de participar do início das celebrações pela independência de Israel, começando com o pôr do sol, e depois pelo início do feriado Yom Hazikaron, cerimônias oficiais em memória aos soldados caídos nas guerras e vítimas de terrorismo são lembrados. As celebrações e as homenagens estão sendo feitas no Muro das Lamentações, onde puder ver de perto a alegria do povo israelense. Uma cerimônia oficial é realizada todos os anos no Monte Herzl em Jerusalém, hoje é um dia festivo de desfiles, de reuniões familiares em parques públicos e em residências, pude participar de muitas destas celebrações. Afinal, esta é a data que marca o início do sonho judeu. Após 2000 anos de exílio, os judeus puderam finalmente voltar a Terra Prometida, ao local onde uma vez adentraram após terem sido guiados pelo deserto, fugindo do cativeiro do Egito. A partir dali, ainda tiveram de enfrentar muitas dificuldades, mas finalmente tiveram o direito sobre a terra restabelecido em 1948. As celebrações dos 70 anos desde a votação nas Nações Unidas para o estabelecimento de um Estado judeu e 50 anos da reunificação de Jerusalém (junho de 1967), quando a cidade de Jerusalém foi libertada e unificada depois que os exércitos árabes provocaram outra guerra, e pela primeira vez após a destruição do Segundo Templo em 70 E.C. os judeus recuperaram o acesso à velha cidade e ao Muro das Lamentações.

Brasil e Israel – Neste ano em que celebramos o jubileu de eventos importantes para a formação do Estado de Israel, quero destacar os profundos laços de amizade e cooperação com o Brasil. O que muitas pessoas não sabem, é que na história de Israel, um brasileiro tem um papel de destaque. Trata-se do diplomata Osvaldo Aranha (1894 – 1960). Osvaldo Euclides de Souza Aranha era natural de Alegrete, Rio Grande do Sul, nasceu em 15 de fevereiro de 1894 e faleceu em 27 de janeiro de 1960. Como líder da Delegação Brasileira às Nações Unidas deu início a uma tradição de ser sempre um brasileiro o primeiro a falar neste fórum, a Assembleia Geral da ONU, e pode se ver a bandeira do Brasil em importantes celebrações aqui em Jerusalém. O brasileiro também foi um dos principais responsáveis pela criação do moderno Estado de Israel, pois presidiu a Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas de 1947 que declarava a criação do Estado Judeu nas terras que pertenciam aos descendentes de Jacó. Além da praça que visitamos com o nome de Osvaldo Aranha, há ruas em Tel-Aviv, Ber-Sheva e Ramat-Gan com o mesmo nome em honra a este político brasileiro tão amado pelos judeus. Sinto-me honrado em estar aqui em Jerusalém e poder participar desta importante data representando o Brasil. [3]

Fontes: [1] https://www.scribd.com/document/148076546/Chag-Yom-Haatzmaut
[2] http://www.conexaoisrael.org/o-estado-de-israel-declara-independencia/2013-04-12/yairmau [3] https://www.shofarpost.com/joel-engel/70-anos-da-independencia-de-israel/
Coordenador: Saul S. Gefter, Diretor Executivo 12 de Iyar de 5778 – 27 de abril de 2018

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