O JUDEU-ÁRABE (5780)- Estudo para 17 de janeiro de 2020 – 20 de Tevet de 5780

I. O judeu-árabe – O hebraico sempre influenciou a sua cultura, dando origem a vários outros idiomas que mesclavam os sons de seu novo lar com sua língua milenar. Assim nasceu o ladino, na Espanha cristã, o ídiche, na Europa do Leste, e o judeu-árabe, no rastro das conquistas islâmicas dos séculos VII e VIII que fizeram do árabe a língua-mãe de diversas nações.

Durante a maior parte da Idade Média os judeus que viviam nas áreas sob domínio islâmico eram a parte maior e mais ativa do povo judeu. Os que viviam nas áreas cristãs na Europa, eram uma minoria e, com raras exceções, a produção criativa e significativa na vida judaica da época ocorreu no Islã. Só no final da Idade Média o centro de gravidade da vida judaica, tanto em número como em importância, desloca-se da Ásia para Europa, do Islã para o cristianismo.

As invasões islâmicas provocaram várias mudanças entre os judeus que viviam sob seu jugo e entre elas uma mudança lingüística. O árabe tornou-se a língua do cotidiano e do comércio, a língua da filosofia, da ciência e da política. A aramaico foi relegado para uso litúrgico, o grego esquecido e o latim era pouco usado mesmo na Europa.

O resultado foi o nascimento de uma língua híbrida: os judeus passaram a escrever o árabe com caracteres hebraicos. Sábios, poetas e comerciantes escreviam usando este tipo de escrita. Yehuda ha-Levi, Maimônides, Rabi Ibn Pakuda, entre outros, escreveram várias de suas obras em judeu-árabe. Este idioma passou por vários processos de mudança. Durante o período próximo à Idade Média, possuía sons mais homogêneos e uma estrutura léxica e sintática muito mais próxima do árabe clássico, incluindo alguns modelos morfo-fonéticos de dialetos árabes medievais.

Com o passar dos séculos foi sendo substituído pelo chamado Judeu-Árabe Moderno (JAM), que refletia, acima de tudo, a pluralidade dos dialetos árabes e suas diferenças. Em cada país em que era falado, o JAM possuía características singulares, sendo influenciado pelos dialetos árabes. O JAM era usado pelos judeus em sua vida sociocultural, pessoal e também na produção jornalística e literária. Todos os dialetos do JAM utilizavam caracteres hebraicos.

Até a recente dispersão total das várias comunidades judaicas dos países árabes, o JAM era a língua mais usada entre os judeus do Iêmen, Iraque, Síria, Líbano, Egito, Líbia, Tunísia, Argélia e Marrocos. Apenas no Iêmen, na Tunísia e no Marrocos há remanescentes das comunidades que ainda se comunicam através do JAM. A maioria dos que sabem falar algum dos dialetos do JAM, vivem atualmente em Israel, França e Canadá. Alguns poucos estão nos Estados Unidos e no México. O JAM era também falado em Bombaim e em Calcutá, na Índia, países nos quais judeus iraquianos fundaram algumas comunidades nos finais do século XIX e início do XX.

Alguns do dialetos do JAM lá falados traziam influência, em maior ou menor grau, dos dialetos árabes medievais usados pelos judeus de Sanna, Bagdá, Damasco, Alepo, Cairo, Alexandria, Túnis, Fez e Marraquesh. De modo geral, os dialetos do JAM possuíam ricos componentes lingüísticos de hebraico e aramaico; uma ampla variedade de palavras usadas para a tradução dos textos bíblicos tradicionais, talmúdicos e pára-litúrgicos, além da romanização dos léxicos de alguns dialetos. Com a chegada ao Norte da África de milhares de judeus que falavam ladino (judeu-espanhol) após sua expulsão de Portugal e da Espanha, este idioma também passou a influenciar o JAM a partir do século XVI.

No final do século XIX, houve maior romanização dos seus vários dialetos – exceto o falado no Iêmen – principalmente por causa da expansão do império colonial francês e com o conseqüente estabelecimento de várias escolas da Alliance Israélite Universelle em todo o Mediterrâneo. A partir de 1875, diante da necessidade de publicar jornais em judeu-árabe para que as populações judaicas melhor acompanhassem as mudanças no panorama local e mundial, o JAM passou por novas mudanças, utilizando cada vez mais termos extraídos do hebraico moderno literário, da literatura européia e da ficção árabe-islâmica justamente por sua riqueza lingüística. A islamização da linguagem literária é mais evidente na produção literária publicada em dialeto judeu-tunisiano no final do século XIX e início do XX.

Judeu-persa – Entre os vários dialetos falados pelos judeus nos países árabes e islâmicos está o judeu-persa (JP), ou seja, a qualquer texto em persa escrito com o alfabeto hebraico. Os textos mais importantes lançados neste dialeto apareceram somente no século XIV, sendo que um dos mais importantes deste período é uma tradução do Pentateuco datada de 1319 e cujo único manuscrito encontra-se atualmente na Biblioteca Britânica. Apesar de não conter o final do Gênese, o Êxodo e o Levítico, o manuscrito tem 128 páginas, apresenta referências à lingüística persa e à gramática hebraica medieval, citações de Rashi e trechos de obras de Maimônides. São do século XIV também os trabalhos do maior poeta judeu do Irã, Shãhin de Shiraz.

Obras de outros poetas mais recentes como Emrãni revelam os esforços feitos pelo autores judeus para usar as mesmas formas utilizadas em persa pelos escritores contemporâneos não-judeus, abordando, no entanto, temas judaicos. A partir de meados do século XIX, com a migração de judeus de cidades como Bokhara, Samarkand e Tashkent para Eretz Israel, vários trabalhos foram publicados em Jerusalém, em JP. Um dos seus mais proeminentes autores, editores e tradutores foi Shim’on Hakhan, que lá viveu durante os últimos 20 anos de sua vida, morrendo em 1910. Deixou como legado uma importante biblioteca com obras no rico idioma judeu-persa. [1]

II. Os Marranos do Oriente – O termo marrano aplica-se aos judeus espanhóis e portugueses que tiveram de se converter ao catolicismo, forçados pela Inquisição. … A história do povo judeu é marcada por tragédias. A tal ponto, que para qualquer judeu de 60 anos ou mais, o ponto de referência em sua vida é sempre um pogrom, um gueto, uma expulsão… As catástrofes são numerosas demais para serem lembradas por todas as comunidades e as comemorações preencheriam todos os dias do calendário. Por isso, os judeus lembram das datas que marcaram a sua vida em família e tentam transmitir as lembranças aos filhos e netos.

É o caso de Efraim Cohen Harunoff, um descendente dos “marranos” de Mashad. A data gravada em sua memória é 12 de Nissan de 5599 (27 de março de 1839). A data não tem nenhum si-gnificado para a maioria das pes-soas. Mas, para este homem de 68 anos, nascido em Israel, é repleta de significado. Foi precisamente nesta data que, em Mashad, cidade ao norte do Irã, que 40 judeus foram assassinados pela população muçulmana. O restante da comunidade judaica foi obrigado a se converter ao islamismo, inclusive os avós de Efraim Cohen. No entanto, os judeus convertidos e seus descendentes mantiveram “vida dupla”. Fora do lar, eram muçulmanos, mas assim que entravam em casa, reassumiam sua identidade judaica. A história destes judeus, baseada na versão do historiador Reuven Kashani, foi relatada em um programa de televisão de Israel produzido por um descendente destes “marranos”, primo de Efraim.

Vida em Mashad – Durante séculos, os xiitas proibiram os judeus de viver em Mashad por considerarem a cidade santa. No início do século XVIII, porém, o Xá Nadar conquistou a cidade expulsando os turcos; declarou Mashad sua capital e acolheu os judeus, revogando todos os decretos que os discriminavam. Em 1734, o governo da Pérsia autorizou os judeus a se instalarem em Mashad, pois era preciso ampliar o comércio da região. Mesmo assim, sempre foram odiados. Com queda desse governo, em 1839, a situação dos judeus mais uma vez deteriorou, e no dia 12 de Nissan os judeus da cidade foram atacados pelos muçulmanos.

Existem duas versões sobre este pogrom. Uma afirma que tudo começou por causa de um boato: um muçulmano vira um judeu matando um cachorro e na cidade espalhou-se a noticia que o judeu havia sacrificado cão depois de dar-lhe o nome do profeta Hussein. O fato teria então enfurecido a população muçulmana. Outra versão afirma que pesou sobre os judeus a acusação clássica de “libelo de sangue”. Os judeus de Mashad negaram as acusações, mas não foram ouvidos. O fato é que naquele dia, mais de 30 judeus foram mortos. Em seguida foi proclamado um decreto dando aos judeus a opção de se converter ou morrer.

A população judaica entendeu que não lhe restava outra alternativa a não ser a conversão, para pelo menos manter as aparências. Decidiram manter uma “vida dupla” se convertendo ao islamismo, mas praticando fervorosamente o judaísmo, em segredo. Aparentemente, pareciam muçulmanos perfeitos. Usavam a vestimenta local, davam nomes muçulmanos a seus filhos e compravam carne nos açougues islâmicos. Rezavam cinco vezes ao dia, iam à mesquita construída especialmente para os judeus convertidos e casavam os filhos seguindo os ritos muçulmanos. Mas era só fachada. Protegidos em seus lares, chamavam seus filhos com nomes hebraicos e doavam a carne comprada aos menos favorecidos. Os judeus “marranos” preparavam suas aves seguindo as regras da cashrut.

As Grandes Festas eram celebradas em quartos secretos, só o shofar não era tocado. Pessach era o verdadeiro desafio, mas de uma forma ou outra os “marranos” de Mashad conseguiam celebrar a festa. As matzot eram guardadas com semanas de antecedências, enquanto continuavam a comprar pão que doavam a muçulmanos pobres. Casavam os filhos seguindo os ritos muçulmanos, mas em casa o casamento era novamente realizado sob uma chupá. As crianças eram comprometidas desde a primeira infância.

Assim, se um pretendente muçulmano se apresentasse, os parentes se desculpavam alegando o compromisso com outra pessoa. Aliás, os filhos destes judeus casavam praticamente na infância, com 10 ou 11 anos. Os judeus de Mashad eram na maioria comerciantes e tentavam respeitar o Shabat. Apesar de deixarem as lojas abertas ao sábado, tentavam não efetuar nenhuma venda. Pediam aos filhos que avisassem os compradores em potencial que o pai estava doente e não poderia atender.

Porém, este estratagema não funcionou, despertando suspeitas entre os vizinhos muçulmanos. Na esperança de acalmar os muçulmanos que desconfiavam que os judeus estivessem praticando a sua religião às escondidas, e para provar a sua fé na religião muçulmana, os judeus faziam uma peregrinação à cidade santa de Meca, de onde retornavam com o título de Hadj, dado a quem faz a peregrinação.

No Museu de Israel podem-se encontrar o tefilin (filactério) minúsculo que foi usado pelo avô de Efraim, que os escondeu por baixo do turbante em uma visita que o obrigaram a fazer a Meca. Munido de seu tefilin, o avô de Efraim fazia as suas preces em hebraico na presença de milhares de muçulmanos. Com o tempo, muitos membros da comunidade conseguiram deixar Mashad, alegando uma viagem de negócios ao exterior. Por serem supostamente muçulmanos, tinham a vantagem sobre os outros judeus persas, podendo manter ligações comerciais no exterior.

Chegando em Jerusalém, fundaram duas sinagogas no bairro de Purrarim, uma destas intitulada “Adeja Adonyahou Hakohen”. Ambas ainda existem. Mesmo após terem se instalado em Israel, eles preservaram a unidade da comunidade em torno das duas sinagogas, que se tornaram ponto de encontro para os judeus de Mashad, que iam chegando aos poucos. Em Jerusalém, os judeus oriundos de Mashad ainda mantiveram costumes adquiridos durante sua vida no Irã, quando precisavam manter sua religião em segredo. Por exemplo, acendem velas de Shabat todas as noites da semana. Faziam isso no Irã para não despertar suspeitas às sextas-feiras. Até 1954 praticamente todos os judeus de Mashad conseguiram sair do Irã. Atualmente há cerca de 16 mil descendentes destes judeus espalhados pelo mundo, nove mil vivem Israel; dois mil em Londres; quatro mil em Nova York; e mil em Milão. Apenas uma família judia vive ainda na cidade iraniana de Mashad. [2]

III. Judeus da Amazônia (Línguas: Português, Hebraico, Haquetía, Espanhol, Ladino. Religiões, Judaísmo, Grupos étnicos relacionados: Sefaradita, Ashkenazi, Caboclo). Judeus da Amazônia ou judeus amazônicos … é o nome para as pessoas judias das região amazônica e para pessoas de raça mista, descendentes judeus marroquinos e indígenas que vivem nas cidades e vilas da Bacia Amazônica do Brasil e do Peru, incluindo Belém, Santarém, Alenquer , Óbidos e Manaus, no Brasil ; e Iquitos , no Peru. Eles se casaram com mulheres indígenas e seus descendentes são de raça mista (mestiço). No século 21, Belém possui cerca de 1000 famílias judias e Manaus cerca de 140 famílias, a maior parte descendentes de destes marroquinos do século 19. Uma pequena comunidade judaica foi criada em Iquitos por imigrantes de Marrocos durante o boom da borracha do final dos anos 1890 e início do século 20. Diferente de Lima, que possui uma comunidade judaica majoritariamente ashkenazi, Iquitos tem a única comunidade judaica organizada no Peru.

Desde o final do século 20, alguns desses descendentes sefarditas têm estudado o judaísmo e formalmente se converteram, a fim de serem aceito por Israel como judeus. Centenas de judeus de Iquitos emigraram para Israel desde então, incluindo cerca de 150 entre os anos de 2013 e 2014. Origem – Este grupo étnico é descendente de comerciantes judeus marroquinos que trabalhavam na bacia amazônica, primeiramente no Brasil, posteriormente no Peru. Eles falavam ladino, hebraico e haketia. Os primeiros judeus marroquinos chegaram em 1810 a partir de Fez, Tanger, Tetuan, Casablanca, Salé, Rabat, e Marrakesh. Em 1824 eles organizaram a primeira sinagoga, Eshel Abraham, em Belém, Brasil, na foz do rio Amazonas. Com o boom da borracha do século XIX e início do século 20, milhares de judeus marroquinos entraram nas cidades amazônicas. Aqueles que ficaram se casaram com mulheres indígenas, e seus filhos cresceram em uma cultura de influências judaicas, cristãs, Marroquinas e amazônicas.

O auge do ciclo da borracha, entre 1880 e 1910 foram atraídos comerciantes e outros trabalhadores, esse período coincidiu com o pico da imigração judaica para a Bacia Amazônica; eles estabeleceram novas comunidades ao longo do interior do Rio Amazonas, em Santarém e Manaus, Brasil, e aventurou-se, tanto quanto Iquitos, no Peru, no lado leste da Cordilheira dos Andes. Este foi um importante centro na Amazônia para exportação de borracha e de negócios relacionadas.

Foi a sede da estatal peruana Companhia da Amazônia peruana (CAP). O boom da borracha também atraiu aventureiros judeus da Inglaterra, Alsácia-Lorena e da França, e dentre outros países europeus, que ajudou a fundar novas instituições judaicas e europeias em Iquitos, incluindo uma casa de ópera. Alguns dos imigrantes judeus estabeleceram em Iquitos, casando com mulheres indígenas e estabeleceram um cemitério judaico e sinagoga. Mesmo após o boom da borracha, alguns judeus marroquinos permaneceram em Iquitos e outras cidades da Amazônia. Muitos de seus descendentes mestiços foram criados na fé católica de suas mães, também absorvendo a cultura amazônica, e os remanescentes da comunidade judaica, gradualmente foram deixando de lado suas práticas. Outros judeus marroquinos viviam em assentamentos ribeirinhos isolados no Brasil. Rabino Shalom Imanu El-Muyal, um rabino, foi considerado um santo homem, curandeiro e santo popular (para os cristãos sincréticos e membros de fés minoritárias surgidas no Brasil), e admirado até mesmo por gentios ou não judeus no Brasil. Ele é conhecido como “Santo Moisézinho”.

Relacionamento com as outras comunidades judaicas – Para as comunidades peruanas, um sistema de castas duradouro decorrente do período colonial resultou em praticamente nenhuma interação entre esses descendentes de judeus peruanos que vivem no lado leste dos Andes e líderes religiosos que são em grande parte ashkenazi concentrados em Lima. Estes últimos não consideraram os judeus da Amazônia como sendo judeus, de acordo com a Halachá, porque suas mães não eram judias. Alguns suspeitavam que os peruanos queriam emigrar para Israel por razões econômicas. Mas no final do século 20, um pequeno grupo em Iquitos começou de forma independente para explorar sua herança judaica e estudar o judaísmo. Eles procuraram Marcelo Bronstein, um rabino simpático a causada da congregação B’nai Jeshurun em de Brooklyn, Nova York para que pudessem seguir um processo de conversão formal em 2002 e 2004, a fim de serem elegíveis para fazerem aliá (imigrar para Israel).

Depois de completar suas conversões, algumas centenas de judeus da Amazônia da região de Iquitos fizeram aliá para Israel no início do século 21. Outra conversão de inúmeros peruanos foi concluída em 2011, após os cinco anos de estudo; e mais emigraram para Israel, incluindo cerca de 150 a partir de 2013-2014. A maioria se estabeleceu em Ramla. [3]

IV. Judeus do Império Otomano em São Paulo – A longa crise política e econômica que culminou com a queda do Império Otomano, na primeira década do século 19, impulsionou para o Brasil uma onda migratória judaica dessa região. Inseguros com a substituição da monarquia pela república, assustados pelo serviço militar obrigatório e em busca de melhores oportunidades de vida, migram para o Rio de Janeiro e São Paulo.

De acordo com o historiador prof. Yosef Yerushalmi, autoridade internacional na história dos judeus ibéricos e do Oriente, os judeus-sefaradim orientais que viviam sob domínio turco otomano eram divididos em dois grupos – os que falavam árabe e os que falavam ladino. Esses dois grupos vão chegar ao Brasil em duas correntes distintas de imigrantes. Mesmo sendo um pequeno grupo, os sefaradim, cujo idioma era o árabe, ciosos de uma identidade regional diferenciada, constroem duas sinagogas – uma na Rua Odorico Mendes, na Mooca – a Sinagoga Israelita Brasileira, no nº 174, dos vindos de Sidon, e a outra no nº 328, a União Israelita Paulista, para congregar os originários de Sfat.

O sucesso econômico de membros desta comunidade, levou-os para bairros mais nobres e, assim, a sinagoga sidonita migrou para a Rua Piauí. Já os que falavam ladino, em sua maioria ismirlis (de Esmirna), organizaram em 1929 a Comunidade Israelita Sefaradi de São Paulo, que receberá vários nomes, dentre eles, se chamará Sinagoga Israelita do Rito Português, na década de 1940. Ela será conhecida como a sinagoga da Abolição, nome da rua onde esteve localizada até ser demolida, em 2005. Já que se esvaziara, com a mudança de seus membros para outros bairros de São Paulo, esta comunidade foi historicamente uma anfitriã para judeus que chegaram depois deles, muitas vezes em situações difíceis. Recebeu os alemães e italianos que fugiam dos regimes nazi-fascistas e, mais tarde, os egípcios e sírio-libaneses, que também iriam construir as suas sinagogas. Nos seus primeiros anos em São Paulo, os sefaradim não se comunicavam com os ashkenazim, pois desconheciam esta comunidade, desconhecimento que era recíproco.

Com o passar do tempo, a interação entre eles foi aumentando, começando por relações comerciais, depois por necessidade religiosa, aquisição de comida casher e a busca de sepulturas no cemitério israelita fundado por bessarabers, até que o conhecimento entre os grupos amadurecesse e chegasse ao reconhecimento e respeito à identidade específica de
hoje. … [4]3

Fontes: [1] Morasha, Edição 30 – Setembro de 2000: http://www.morasha.com.br/judaismo-no-mundo/o-judeu-arabe.html [2] Morasha, Edição 28, Abril de 2000: http://www.morasha.com.br/historia-judaica-moderna/os-marranos-do-oriente-1.html [3] Wikipedia: https://pt.wikipedia.org/wiki/Judeus_da_Amazônia [4] Morasha: http://www.morasha.com.br/brasil/os-judeus-de-sao-paulo.html
Coordenador: Saul Stuart Gefter 20 de Tevet de 5780 – 17 de janeiro de 2020

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