Simchat Torá (5781)- Estudo para 09 de outubro de 2020 – 21 de Tishrei de 5781

I. Introdução – Em Simchat Torá, dançamos com alegria nas sinagogas com os Sefarim cobertos com suas ricas capas ou em suas belas caixas. É a celebração da conclusão do ciclo anual de leitura da Torá e o início de um novo ciclo.

Na festa de Simchat Torá (11 de Outubro de 2020), cujo nome em tradução literal significa o “Júbilo da Torá”, dançamos com os rolos da Torá cobertos com suas ricas capas ou fechados em suas belas caixas. Diferentemente de Shavuot, quando passamos a noite toda acordados estudando a Torá, em Simchat Torá esses livros sagrados não são celebrados com seu estudo, mas dançando com os Sifrei Torá. A alegria do dia é relevante para todos os judeus; todos, desde o maior Sábio ao menos preparado dos judeus podem e devem dançar com a Torá. E a razão para seus rolos permanecerem cobertos ou fechados enquanto dançamos com eles é uma prova de sua relevância para todos os judeus – o que é uma verdade não apenas em Simchat Torá. Pois mesmo aquele que não compreende o significado de suas palavras, também ele tem que recitar a bênção sobre a Torá antes de ler seu texto ou quando é chamado para uma Aliá. A razão para esta obrigação é que mesmo sem entender o que está lendo – ou o que está sendo lido em seu nome quando é chamado à Torá – o simples ato de ler ou ouvir atrai a Luz Infinita que emana do Criador. O simples ler ou ouvir as palavras da Torá Escrita – os Cinco Livros de Moshé- evoca a Revelação d’Aquele que a escreveu e a entregou a nosso povo.

Em Simchat Torá, dançamos com a Torá para celebrar a conclusão do ciclo anual de leitura e o início de um novo. Nesta festividade, lê-se a porção final da Torá – “Vezot HaBerachá” – e todos os homens judeus presentes na sinagoga são chamados à Torá. Após a leitura da porção final do Livro Sagrado, lê-se um segmento do primeiro livro, Bereshit. NoShabat seguinte à Simchat Torá,lê-se, então,a primeira porção completa. [1]

II. Simchat Torá e Shemini Atzeret

A comemoração da festa judaica de Simchat Torá (Júbilo da Torá) teve início durante o exílio dos judeus na Babilônia (587-539 A.E.C.), após a destruição do Primeiro Templo, em Jerusalém. Antes do exílio, a leitura da Torá era feita em períodos de três anos; na Babilônia, passou a ser lida com periodicidade anual. A festa não foi celebrada na Terra de Israel até o final do primeiro milênio. Assim, é uma comemoração originada na diáspora.

A tradição de comemorar com alegria o término da leitura da Torá começou durante o nono e décimo séculos da era comum, no tempo dos Geonim [presidentes de duas academias talmúdicas na Babilônia], e o nome original da celebração não era “Simchat Torá”, mas sim “Iom Habrachá” [O Dia da Bênção], em homenagem a “Vezot Habrachá”, o último capítulo de Devarim [Deuteronômio]. O nome Simchat Torá teve origem na Espanha, depois do primeiro milênio.

Simchat Torá é marcada por muita alegria e dança com os rolos de Torá, ao redor da bimá (púlpito usado para a leitura). Há também uma leitura especial feita pelas crianças.

A leitura regular é feita semanalmente, em trechos chamados de parashiot ou, no singular, parashá (porção), concluindo-se em um ano, justamente em Simchat Torá. Em algumas comunidades, manteve-se o costume de se completar as leituras em um ciclo trienal. Nestas, lê-se anualmente um terço das parashiot.

Nas sinagogas, a Torá é lida às segundas e quintas-feiras e aos sábados, além das datas festivas e no início de cada mês do calendário judaico.

Em Simchat Torá, três rolos são tirados da Arca. No primeiro, a última porção da Torá – Vezot Habrachá – é lida. A primeira porção de Bereshit [Gênesis] é lida no segundo rolo; finalmente, o Maftir, trecho dos profetas que acompanha a leitura, é lido no terceiro rolo.

A leitura da Torá prossegue em ciclos que nunca se encerram e mostram que não há fim no Livro sagrado, que deve ser lido e estudado constantemente, formando um dos elos na eterna união entre D’us, Torá e Israel.

Shemini Atzeret, que significa “reunião solene no oitavo dia” (Bamidbar-Números: 29-35) é um feriado de origem bíblica que antecede Simchat Torá e é comemorado após o sétimo dia de Sucot. Na diáspora, é comum se referir ao primeiro dia do feriado como Shemini Atzeret e ao segundo, como Simchat Torá. Em Israel, Simchat Torá é celebrada no primeiro e único dia de Shemini Atzeret. [2]

III. O significado de Simcha Torá – A alegria da lei – Por este preceito somos ordenados a renunciar a toda a produção de nossas terras no ano do Shabat e a permitir que qualquer pessoa recolha tudo o que cresce em nossos campos – Maimônides – Os 613 mandamentos
A festa de Simchat Torá, em português “A alegria da Torá”, é celebrada logo após Sucot, marcando o fim do ciclo anual da leitura do texto sagrado do judaísmo, com a conclusão do livro de Deuteronômio e o reinício da leitura, em Gênesis. A continuidade demonstra que os judeus jamais deixam de fazer a leitura da Torá.
Esse é um dos dias mais alegres do calendário judaico, com serviço religioso festivo na noite da véspera, com danças e músicas animadas. São as hacafot, sete voltas ao redor da bimá, o altar da sinagoga, de onde são dirigidas as orações. Nas congregações liberais, todos os rolos da Torá são retirados do Aron Hakodesh (a arca sagrada) e as pessoas presentes à festa – homens, mulheres e crianças – podem segurá-los para dançar.
No serviço religioso de Shacharit (matutino) é realizada a leitura da Torá e todos os presentes à sinagoga recebem a honra de uma aliá, a oportunidade de ser chamado para a leitura, inclusive as crianças que ainda não fizeram bar mitzvá ou bat mitzvá.
A comemoração de Simchat Torá teve início durante o exílio na Babilônia, após a destruição do Primeiro Templo, em Jerusalém. Naquela época, em Israel, a leitura da Torá era feita em períodos de três anos ou três anos e meio.
Somente depois de o costume de se ler a Torá ao longo de um ano ter se popularizado, durante o exílio na Babilônia, e com a compilação do Talmud, por volta do ano 500, é que a festa foi aceita pelas lideranças religiosas em Israel.
A leitura da Torá é feita semanalmente em pequenos trechos chamados de parashiot ou, no singular, parashá (porção), concluindo o livro sagrado em um ano, justamente em Simchat Torá. Em algumas comunidades manteve-se o costume de se completar as leituras em um ciclo trienal. A cada ano, lê-se um terço de cada uma das parashiot. Nas sinagogas, a leitura é feita às segundas-feiras, quintas-feiras e aos sábados, nos serviços religiosos matutino (Shacharit) e vespertino (Minchá) de Shabat, além das datas festivas e dos dias que marcam o início de um novo mês judaico.
Cada parashá apresenta um trecho da história bíblica e, nas congregações liberais, sua leitura é seguida de uma prédica, de um Dvar Torá (palavra da Torá) ou de uma drashá (estudo dirigido) com ensinamentos e comentários sobre o texto religioso. Também é comum os líderes religiosos traçarem analogias com o mundo contemporâneo, demonstrando que a Torá pode ter influência nas nossas vidas ainda nos dias atuais.
Música
Sissu vessimchu beSimchatTorá. Utnu cavod laTorá!
Alegrem-se e felicitem-se em Simchat Torá, e dêem glória à Torá!
Naguil Venassis Bezot haTorá. Ki hi oz veorá.
Alegremo-nos e festejemos em Simchat Torá.
Pois ela (a Torá) é nossa força e luz [3]

Fontes: [1] Morasha, http://www.morasha.com.br/nossas-festas/simchat-tora/historia.html
[2] CONIB: https://www.conib.org.br/glossario/simchat-tora-e-shemini-atzeret/
[3] Associação Israelita Catarinense: http://associacaoisraelitadesc.blogspot.com/2010/10/o-significado-de-simcha-tora.html

Coordenador: Saul Stuart Gefter 21 de Tishrei de 5781 – 09 de outubro de 2020

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