O JEJUM DE ESTER (5778)- Estudo de 23 de fevereiro de 2018 – 08 de Adar de 5778

I. Introdução – Jejum de Ester, em 13 de Adar, este ano (2018) quarta-feira, 28 de fevereiro. Purim 14 de Adar, 01 de março, Shushan Purim, 15 de adar, 02 de março.

Duração – O jejum começa antes do amanhecer e termina após o anoitecer.

Significado – Mordechai, conselheiro do rei da Pérsia, Achashverosh, vestido de andrajos e cinzas, conclamou os judeus para retornar à Torá.

Sua prima, a rainha Ester, jejuou em penitência por três dias e pediu ao povo judeu que fizesse o mesmo. Só então encaminhou-se até o rei para acusar Haman de querer matar seu povo.

Os judeus obtiveram permissão para se defender e, em 13 de Adar, lutaram contra o inimigo, destruindo-o. Para relembrar este dia de prece e jejum que precedeu a vitória, nossos Sábios instituíram o Jejum de Ester.

Costumes – Antes da prece de Minchá é costume doar três moedas de meia unidade monetária para tsedacá, em lembrança do meio-shekel que cada um deveria doar para o Templo Sagrado. Para quem esquecer ou não estiver presente na sinagoga, poderá realizar este costume na manhã de Purim, antes da leitura da Meguilá ou durante o dia.
Purim

Quando comemora-se = Em 14 de Adar.
Significado – Origina-se da palavra “Pur”, sorteio. Referente a data em que Haman sorteou e marcou para o aniquilamento de todo o povo judeu. Na verdade, transformou-se na data de sorte do povo judeu, quando então foi salvo e saiu-se vitorioso. Esta data marcou para sempre o dia em que comemora-se com grande alegria a festa de Purim.

Preceitos – Leitura da Meguilá – Deve-se ouvir duas vezes a leitura da Meguilá de Ester: uma na noite de Purim ( sábado à noite, 19 de março) e a outra pela manhã ( domingo 20 de março, durante o dia).

Mishlôach Manot – Envia-se alimentos a pelo menos um amigo no decorrer do dia de Purim que devem ser de duas espécies (fruta, massa e/ou bebida), prontos para consumo e entregues através de um mensageiro.

Matanot Laevyonim – Doa-se uma certa quantia em dinheiro para pelo menos dois carentes no decorrer do dia de Purim. Caso não se encontre ninguém nestas condições, a doação deve ser colocada em uma caixinha de tsedacá.

Refeição Festiva – Uma refeição festiva é realizada ainda durante o dia de Purim e deve conter pão, vinho e carne.

Costumes – Reco-reco – Toda vez que o nome de Haman (acompanhado de um adjetivo) for mencionado durante a leitura da Meguilá, faz-se barulho com o reco-reco ou outros instrumentos sonoros.

Fantasia – Purim é uma festa feliz e fantasiar-se é uma maneira alegre e divertida de aumentar ainda mais a alegria do milagre ocorrido. Existem dois tipos de milagre: aquele que é óbvio e aquele que está oculto pela Natureza. Purim pertence a segunda categoria. Nos fantasiamos para reafirmar que a Natureza nada mais é além de uma “fantasia” da mão Divina.

Proibições – É proibido jejuar em Purim. Reserva-se o dia, ou grande parte dele, para realizar todas as mitsvot referentes à festa. Qualquer trabalho desnecessário deve ser evitado ao máximo. [1]

II. Por que é Chamado o Jejum de Esther? Por Rav Eliezer Zalmanov

Pergunta: Conforme sei, Esther fez um jejum de três dias antes de ir ver o rei. Os três dias duraram até o primeiro dia de Pêssach – portanto eles jejuaram ao invés de comerem na refeição festiva de Pêssach. Agora estamos fazendo um jejum no dia anterior a Purim. Sei que o motivo alegado é porque eles provavelmente jejuaram naquele dia, pois estavam rezando para serem libertados de seus inimigos. Mas nesse caso, por que chamamos de “Jejum de Esther”?

O jejum de Esther foi aquele de três dias que incluíram o primeiro dia de Pêssach. Obviamente, não faremos isto neste ano, Mas por que chamar este jejum de o Jejum de Esther?
Resposta: Boa pergunta, e na verdade o Rebe, Rabi Menachem Mendel Schneerson, de abençoada memória, perguntou a mesma coisa.

Sua explicação foi que Esther era a única que poderia ter jejuado naquele dia. O restante do povo talvez tenha sentido que deveria estar jejuando, mas não tinham permissão, pois precisavam de toda a força possível para se defender contra as perversas hordas de Haman.

Esther, sentada no palácio, era a única que nada tinha a temer, e portanto pôde jejuar. Como ela foi a única que jejuou naquela primeira vez, chamamos o jejum pelo nome dela.

NOTAS – 1. Baseado na palestra do Rebe em Purim 5730 (1970). Veja também Likutei Sichot, vol. 6, págs. 371-
372. [2]

III. O Jejum de Ester, Por Rav Nissan Mindel
“Então Ester, respondeu a Mordechai: ‘Vai e reúne todos os judeus… e jejuai em meu favor…

Da minha parte, também jejuarei com minhas servas'” (Meguilat Ester 4:15-16)

Ester entendeu então o grave perigo que ameaçava o povo judeu. Sim, ela estava pronta, de todo coração, a arriscar sua vida por seus irmãos. Mas que situação desesperadora! Mesmo que ela salvasse sua vida e o rei aceitasse seu pedido, os decretos com o selo real continuariam irrevogáveis; o próprio rei não poderia anulá-los. Quão pequena era a chance de sucesso! No entanto, Mordechai tinha razão: ela não tinha escolha. Ester tomou portanto a resolução de não abandonar seu povo nesse momento de aflição.

Novamente ela se dirigiu a Mordechaí através do Hatach: “Diga a todos os judeus, jovens e velhos, para jejuar e rezar durante três dias, até que D’us nos escute e tenha piedade. Aqui no palácio, eu e minhas servas jejuaremos e recitaremos preces também, pois somente um milagre Divino pode salvar nossos compatriotas. Após estes três
dias, apesar da proibição, irei ver o rei; se tiver que morrer, morrerei.”

Era difícil para Mordechai aceitar este legítimo e sábio pedido de Ester, pois o jejum coincidia com a festa de Pêssach. Porém, como se tratava do futuro do povo inteiro, ele decidiu proclamálo oficialmente. Em todos os lugares onde havia judeus, nas 127 províncias do império persa, aceitaram o jejum e rezaram suplicando a D’us. Muitos dentre eles se vestiram com sacos e cobriram-se de cinzas em sinal de luto.

Em Shushan, Mordechai reuniu as crianças judias das escolas e das instituições talmúdicas (Yeshivot). Vestidos com sacos e cinzas por sobre a cabeça elas gritavam e rezavam dia e noite para que D’us tivesse compaixão. Quando D’us viu estes pequenos inocentes e ouviu suas preces aflitas, apiedou-se. Ele disse: “Por causa das crianças Eu salvarei o Meu povo”. Enquanto isso, Haman soube que Mordechai havia organizado rezas em Shushan e foi de encontro ao lugar onde ele tinha reunido as crianças. Chegando lá, viu Mordechai rodeado por 22.000 delas todas rezando com lágrimas nos olhos. Seu coração petrificado nada, sentiu.

Pelo contrário, ironizou: “Suas preces de nada adiantarão. Agora está tudo perdido.” Logo depois, ordenou aos soldados acorrentar as crianças e guardá-la à vista. “Elas serão as primeiras a morrer! ” exclamou ele.

As mães, com o coração partido, trouxeram alimento para seus filhos, mas estes juraram que preferiam morrer jejuando. Diziam a Mordechai: “Nós ficaremos aqui com o senhor até que nos separem pela força. ” Neste instante, doze mil Cohanim (sacerdotes) com o Rolo da Torá numa mão e com o Shofar na outra, dirigiram seus apelos D’us implorando: “D’us de Israel, se Teu povo eleito perecer, quem estudará tua Torá? Quem restará para glorificar Teu nome? Responda-nos, ó Eterno.” Logo após, cada um dos Cohanim tocou o Shofar e seus sons, mesclados com as súplicas dascrianças, penetraram nos portais do Céu. … [3]

Fontes: [1] Coisas Judaicas – https://www.coisasjudaicas.com/2011/02/jejum-de-ester.html
[2] Chabad – http://www.chabad.org.br/datas/purim/artigos/pur28.html
[3] Chabad – http://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/1080536/jewish/O-Jejum-de-Ester.htm
Coordenador: Saul S. Gefter, Diretor Executivo 08 de Adar de 5778 – 23 de fevereiro de 2018

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