As Três semanas e Nove de Av (5781) Estudo para 30 de julho de 2021 – 21 de Av de 5781

De Domingo, Junho 27, 2021 até Domingo, Julho 18, 2021

As Três Semanas marcam um período de luto anual no qual lamentamos a destruição do Templo Sagrado e o início de nosso exílio. O período tem início no dia 17 do mês hebraico de Tamuz, data que marca a destruição das muralhas de Jerusalém pelos romanos em 69 da EC. Chega ao seu clímax e conclui com o jejum de Tishá BeAv, dia 9 do mês de Av, data em que ambos os Templos Sagrados foram incendiados. Este é o dia mais triste do calendário judaico, e é também a data em que muitas outras tragédias aconteceram ao nosso povo.

*É necessário Jejuar em época de Pandemia? – Por Rabino Yosef Feigelstock : https://rabinogloiber.com/e-necessario-jejuar-em-epoca-de-pandemia-por-rabino-yosef-feigelstock/

17 de Tamuz – O início das Três Semanas – O jejum de 17 de Tamuz será no dia 27 de junho de 2021 (domingo) Para Sp Inicio 5:34 / 17:54 término Horários do Jejum demais localidades – O dia 17 de Tamuz é marcado por tristeza e luto; um dia de jejum e introspecção para o povo judeu. Marca a data em que os romanos romperam as muralhas de Jerusalém para darem início à destruição do Segundo Templo, no ano 70 EC. Nessa mesma data Moshê quebrou as tábuas ao ver o povo judeu adorando o bezerro de ouro.

As três semanas mais tristes de nosso calendário vão do dia 17 de Tamuz até 9 de Av -Tishá BeAv. São marcadas por um período de luto pela destruição do Templo Sagrado e o consequente exílio físico e deslocamento espiritual – no qual ainda nos encontramos: a galut. É chamado de ben hametsarim – “entre os apertos”, baseado no versículo (Echá 1:3) que declara: “Todos seus perseguidores alcançaram-na dentro dos apertos.” Os Sábios (Echá Rabá 1) explicam que ‘dentro dos apertos’ refere-se a dias de aflição que ocorreram no período entre 17 de Tamuz e 9 de Av. Nesse período, muitas calamidades abateram-se sobre o povo judeu através das gerações. Foi durante este período, dentro dos apertos, que tanto o primeiro quanto o segundo Templos foram destruídos. Este período foi portanto estabelecido como um tempo de luto pela destruição dos Santuários. Durante essa época, diminuímos a extensão de nosso júbilo. Casamentos não são realizados, abstemo-nos de ouvir música, dançar, fazer viagens recreativas, e de cortar os cabelos ou barbear-nos. Segundo o costume sefaradita, que é baseado na opinião de Bet Yossef, cortes de cabelo são permitidos até a semana na qual Tish’á Beav realmente cai.

Costuma-se não recitar a bênção Shehecheyanu nesse período. Dessa maneira, não vestimos roupas novas ou ingerimos frutas que ainda não tenham sido comidas nessa estação, para que não tenhamos que recitar Shehecheyanu. Entretanto, quando confrontados com uma oportunidade de cumprir uma mitsvá que passará – como por exemplo, uma circuncisão ou um pidyon haben – então é feita a bênção. Da mesma forma, se uma fruta nova estiver disponível nesse período de três semanas e talvez não esteja depois, Shehecheyanu é recitada. Como é costumeiro permitir que seja recitada a bênção no Shabat, é preferível guardar a nova fruta até o Shabat. Uma mulher grávida que tenha vontade de comer a fruta, porém, ou uma pessoa doente que necessita dela para sua saúde, pode recitar Shehecheyanu durante as três semanas.

Costuma-se ser ainda mais cuidadoso que o normal ao se evitar situações perigosas. Pessoas devotas separam um período de tempo para reflexão e luto pela destruição de ambos os Templos. Em algumas comunidades costuma-se recitar o Ticun Chatsot mesmo ao meio dia.

Reflexões sobre o mês de Tamuz – Há alguns fatos que ocorreram nessa data e que merecem ser citados. O dia 17 de Tamuz é um dia de jejum em lembrança à cinco tragédias que assolaram o povo judeu em diversas épocas de sua história. O primeiro desses foi o fato de Moshê ter quebrado as Tábuas da Lei. Nas preces de Selichot, rezadas nesse dia, há menção à quebra das Tábuas, sem referência ao motivo (o bezerro de ouro). Isto porque a milagrosa escrita Divina gravada nas Tábuas nunca mais foi recuperada. Foi perdida para sempre essa forte revelação Divina cujas letras estavam gravadas de fora a fora, de forma legível sob qualquer ângulo e cuja mensagem podia ser claramente transmitida, sem qualquer possibilidade de distorção.

O número 21 (soma dos dias das Três Semanas) forma a palavra hebraica Ach, que significa apenas; 17 (de Tamuz) tem o valor numérico da palavra hebraica Tov, bem. Ambas iniciam um versículo que diz: “Ach tov Leyisrael”, “Apenas o bem para Israel”. Isto mostra que, de modo mais profundo, os acontecimentos desagradáveis das Três Semanas, na realidade, levarão somente a coisas boas.

Número três, no judaísmo, representa perfeição e eternidade. E assim está escrito: “A corda tríplice não se desmanchará facilmente”. De fato, esse número é recorrente: há três Patriarcas, três Festas de Peregrinação, a Lei Escrita é composta de três partes (Torá, Nevim e Ketuvim), entregue no terceiro mês após a saída do Egito, ao povo judeu formado por três grupos (Cohen, Levi e Yisrael) etc. Se o número três é tão significativo, por que então tantas tragédias recaíram sobre o povo judeu durante as Três Semanas? A resposta é que todo esse sofrimento são etapas que levam à Era Messiânica. Isto é aludido ao fato de os dois jejuns, 17 de Tamuz e 9 de Av, sempre coincidirem com o mesmo dia da semana do Sêder de Pêssach, quando comemoramos a saída do Egito e nossa libertação.

Quando começa o mês de Av, reduzimos nosso júbilo…” (Talmud, Tratado Ta’anit 26). Começando em 1º de Av, usualmente nos abstemos de diversas atividades que estão associadas à alegria.. Assim, não plantamos árvores destinadas a dar sombra, ou somente pela sua beleza.

Da mesma forma, não empreendemos qualquer construção ou projetos para reforma da casa apenas pelo luxo, como redecorar ou pintar a residência. Entretanto, se a pessoa não tem onde morar, pode construir uma casa neste período.

É proibido comprar, costurar, tecer ou tricotar novas roupas – mesmo se a pessoa pretende usar esta roupa somente após Nove de Av. Não se pode nem mesmo comprar uma roupa usada, se a compra for feita por causa de sua beleza. A proibição de adquirir uma roupa nova é mais rigorosa que vestir algo novo que foi comprado previamente. Deve-se assinalar, entretanto, que estas restrições referem-se apenas a situações onde nenhuma mitsvá esteja envolvida. Com a finalidade de cumprir um mandamento – como por exemplo, adquirir roupa nova para uma noiva ou noivo, ou construir uma casa para eles – estas coisas são permitidas. Se houver motivo para temer que o preço da roupa subirá após Nove de Av, pode-se comprar quaisquer roupas que desejar, mas não se deve usá-las até depois de Nove de Av.A partir de Rosh Chôdesh Av não se pode lavar roupas, mesmo se forem ser usadas até depois de Nove de Av. Se restar apenas uma muda de roupas, porém, estas podem ser lavadas após Rosh Chôdesh, até a semana que inclui Nove de Av. Uma pessoa que transpire profusamente e precise mudar a camisa diariamente deveria preparar uma certa quantidade de camisas, e vestir cada uma delas por alguns instantes antes de Rosh Chôdesh. Poderá então usá-las durante a semana em que cair Nove de Av.

Além da proibição de terem o cabelo cortado, os adultos também estão proibidos de cortar o cabelo das crianças, começando a 17 de Tamuz, e de lavar as roupas dos filhos a partir de Rosh Chôdesh Av. As roupas de bebês, entretanto, podem ser lavadas – mesmo durante a semana em que cai o Nove de Av. Se possível, não se deve lavar grandes quantidades, e não se deve fazê-lo publicamente. É proibido calçar sapatos novos a partir de Rosh Chôdesh.

Entretanto, calçados adquiridos especialmente para o Nove de Av – como por exemplo, feitos de lona ou borracha – podem ser usados mesmo se forem novos. Pode-se realizar um noivado durante este período, mas não é permitido realizar uma celebração com refeição festiva.

A partir de Rosh Chôdesh até depois de Nove de Av é proibido comer carne ou beber vinho, pois durante este período os sacrifícios e libações no Templo Sagrado cessaram. Pelo costume, esta proibição expandiu-se para incluir alimentos cozidos com carne. Entretanto, pode-se ingerir alimentos que foram preparados numa panela de carne. O costume sefaradita é manter este rigor apenas na semana que inclui Nove de Av. Em uma refeição festiva servida por ocasião de uma circuncisão, pidyon haben, bar mitsvá, ou na conclusão do estudo de um tratado talmúdico, etc. – pode-se comer carne e beber vinho. Começando em Rosh Chôdesh, é costumeiro para os abatedores rituais deixar as facas de lado. Durante este período, são abatidos animais somente para pessoas doentes, ou para uso em uma refeição festiva. Costuma-se não usar vinho, mas cerveja, para o serviço de Havdalá.

Começando em Rosh Chôdesh Av segundo o costume sefaradita, começando com a semana que inclui Nove de Av, não se pode banhar o corpo inteiro – nem mesmo em água fria.

Não nos banhamos em piscina, rio, ou mar. Entretanto, se Rosh Chôdesh cair numa sexta-feira, pode-se banhar em água morna em honra ao Shabat. A proibição acima refere-se especificamente a banhar-se por prazer. Quem precisar banhar-se por razões de saúde – como uma pessoa que recebeu ordens do médico para banhar-se – ou um operário cujo trabalho o faça ficar sujo, pode fazê-lo durante este período.

Na sexta-feira antes de Shabat Chazon – o Shabat imediatamente anterior a Nove de Av – é proibido lavar o corpo inteiro, mesmo em água fria. Pode-se lavar o rosto, as mãos e os pés em água fria. Quem costuma se lavar antes do Shabat com água quente pode usá-la também nesta sexta-feira, mas apenas para lavar o rosto, as mãos e os pés. Quem costuma imergir num micvê na sexta-feira, pode fazê-lo na sexta-feira do Shabat Chazon também. Entretanto, alguém que apenas ocasionalmente imerge às sextas-feiras, não deve fazê-lo nesta sexta-feira.

Shabat Chazon – O Shabat que precede Nove de Av é chamado Shabat Chazon, pois a Haftará lida neste Shabat é extraída do primeiro capítulo de Yeshayahu, que começa com as palavras Chazon Yeshayahu. Esta haftará é a última das três leituras dos Profetas que falam das calamidades que se abateram sobre Israel, e que são lidas antes de Nove de Av. Costuma-se chamar o líder da congregação para ler a haftará de Chazon.

O versículo – Como posso suportar sozinho o trabalho que me dais, a vossa carga e a vossa contenda (Devarim 1:12), encontrado na porção semanal da Torá lida neste Shabat, é costumeiramente cantado com a lamentosa melodia do cântico de Meguilat Echá. Em algumas comunidades, esta melodia também é usada para entoar a haftará inteira; em outras comunidades, esta melodia é usada apenas para os versículos de admoestação dentro da haftará.
Pode-se comer carne e beber vinho em todas as três refeições no Shabat Chazon, mesmo se coincidir com o próprio Nove de Av [neste caso o jejum é adiado até o dia seguinte]. Entretanto, seudá shelishit – a terceira refeição do Shabat – não deveria ser estendida até a noite, como é habitual nos outros Shabatot. Ao contrário, a refeição deve ser encerrada antes do pôr-do-sol.

Quando Shabat Chazon cai no dia que antecede Nove de Av, a Havdalá inteira não é recitada na conclusão do Shabat, ou seja, não recitamos a bênção sobre o vinho ou sobre especiarias. Ao contrário, apenas a bênção sobre a criação do fogo [borê meorê haesh] é feita. No encerramento de Nove de Av, são recitadas as bênçãos sobre o vinho e a bênção que diferencia entre o sagrado e o secular [hamavdil ben côdesh lechol]. Mulheres que não rezam Ma’ariv devem recitar Baruch hamavdil ben côdesh lechol no sábado à noite, antes de fazer qualquer serviço.

9 de Av (Horário do Jejum SP / 17:37 – 17 /07/2021) O dia 9 de Av, Tishá BeAv, celebra uma lista de catástrofes tão graves que é claramente um dia especialmente amaldiçoado por D’us. O Primeiro Templo foi destruído nesse dia. Cinco séculos mais tarde, conforme os romanos se aproximavam do Segundo Templo, prontos para incendiá-lo, os judeus ficaram chocados ao perceber que o Segundo Templo foi destruído no mesmo dia que o Primeiro. Quando os judeus se rebelaram contra o governo romano, acreditavam que seu líder, Shimon bar Kochba, preencheria suas ânsias messiânicas.

Mas suas esperanças foram cruelmente destroçadas em 135 EC, quando os judeus rebeldes foram brutalmente esquartejados na batalha final em Betar. A data do massacre? Nove de Av, é claro!

Os judeus foram expulsos da Inglaterra em 1290 EC em, você já sabe, Tishá BeAv. Em 1492, a Idade de Ouro da Espanha terminou quando a Rainha Isabel e seu marido Fernando ordenaram que os judeus fossem banidos do país. O decreto de expulsão foi assinado em 31 de março de 1492, e os judeus tiveram exatamente três meses para colocar seus negócios em ordem e deixar o país. A data hebraica na qual nenhum judeu mais teve permissão de permanecer no país onde tinha desfrutado de receptividade e prosperidade? A esta altura, você já sabe que é 9 de Av.
Pronto para mais? A Segunda Guerra e o Holocausto, concluem os historiadores, foi na verdade a conclusão arrastada da Primeira Guerra, que começou em 1914. E sim, a Primeira Guerra Mundial começou, no calendário hebraico, a 9 de Av – Tishá BeAv. O que você conclui disso tudo? Os judeus veem esses fatos como outra confirmação da convicção profundamente enraizada de que a História não ocorre por acaso; os acontecimentos – mesmo os terríveis – são parte de um plano Divino, e têm um significado espiritual. A mensagem do tempo é que há um propósito racional, muito embora não possamos entendê-lo.

Véspera de Nove de Av – Quando se aproxima o fim do dia, a pessoa deveria fazer a refeição final. Nesta refeição, não se pode ingerir os dois tipos de comida cozida, mesmo se forem da mesma variedade -., dois tipos de macarrão. Mesmo se o alimento cozido é geralmente ingerido cru, neste caso adquire o status de um alimento cozido.

Costuma-se comer um ovo cozido ou lentilhas na refeição final, como sinal de luto. A pessoa não deve servir-se de nenhum outro alimento cozido, e deve comer pão, laticínios ou frutas. Alguns observam o costume de comer um pedaço de pão que foi mergulhado em cinzas. Costuma-se fazer a refeição final sentado no chão, ou em um banquinho baixo. Segundo algumas pessoas, há um significado oculto em colocar um tapetinho ou pedaço de pano, para não sentar-se diretamente sobre o chão. Não é necessário tirar os sapatos antes de fazer a refeição.

Após a refeição final, se o sol ainda não se pôs, a pessoa pode continuar comendo – desde que não pretenda ou declare que aceitou o jejum. Entretanto, se a pessoa não pretendesse comer novamente porque estava satisfeita, pode comer outra vez desde que não tenha tido a intenção de aceitar o jejum ainda. É correto declarar ou ter a intenção específica de que não se impôs o jejum até o pôr-do-sol.

O estudo de Torá é proibido em Nove de Av, pois o versículo (Salmos 19:9) declara: “Os estatutos de D’us são corretos, rejubilam o coração,” e quem esteja de luto está proibido de rejubilar-se. O costume é abster-se de estudar Torá a partir do meio-dia da véspera de Nove de Av. Algumas pessoas têm o costume de fazer uma refeição completa – sem carne ou vinho – no início da tarde antes da refeição final para que o jejum não lhes cause mal-estar. Este costume serve também como uma comemoração do caráter festivo tanto da véspera de Nove de Av quanto do próprio Nove de Av, durante o período do Segundo Templo Sagrado.

Durante este período, os quatro dias de jejum que comemoram a destruição do Primeiro Templo Sagrado foram celebrados como dias festivos, e as pessoas comiam, bebiam, e se alegravam até mesmo no próprio Nove de Av. Nós, que não tivemos o mérito de consolo, comemoramos esta festa em lembrança do que foi e do que será novamente no futuro, quando o Templo Sagrado for reconstruído – que seja brevemente em nossos dias. Este costume demonstra nossa fé e confiança em D’us e nossa antecipação da salvação.

As preces vespertinas são recitadas mais cedo que de costume, para permitir tempo suficiente para a refeição final, e Tachanun é omitido, pois o versículo (Echá 1:15) refere-se ao Nove de Av como sendo uma Festa. Na véspera de Nove de Av, não se deve passear descuidadamente em locais públicos, com o espírito relaxado, para que não ocorram risos e frivolidades. Três pessoas não devem fazer juntas a refeição final. Se o fizerem, não deverão recitar juntas a Graça após as Refeições.

Pode-se comer frutas frescas e vegetais à vontade durante a refeição final, embora alguns não comam saladas vegetais como acompanhamento. Pode-se beber chá ou café depois. Qualquer alimento que consista de duas variedades que são geralmente cozidas juntos em uma panela é considerado como sendo um prato cozido sozinho. Os devotos, entretanto, comem somente um pedaço salgado de pão seco com um copo de água. O Talmud (Tratado Ta’anit 30a) registra: Este era o costume de Rav Yehudá bar Ilai: Na véspera do Nove de Av traziam-lhe um pedaço de pão salgado seco, e ele sentava-se perto do fogão [o lugar mais feio na casa (Rashi)] e ele o comia junto com um copo de água, como aqueles cujo parente morto jazia à sua frente.

Leis referentes a nove de Av – Há cinco coisas proibidas em Nove de Av: comer e beber, lavar-se, untar-se com óleo, vestir sapatos de couro e coabitar.Não há diferença entre a noite (da véspera) e o dia de Nove de Av. Pode-se comer sómente antes do pôr-do-sol na véspera de Nove de Av; o crepúsculo é considerado como noite, e alimentar-se é proibido.Todos devem jejuar em Nove de Av, incluindo mulheres grávidas e mães em fase de amamentação. Quem estiver doente, porém, pode comer, mesmo se sua doença não lhe ameaça a vida. Entretanto, uma pessoa doente deve abster-se de comer iguarias e deveria ingerir somente o que for absolutamente necessário para seu bem-estar físico.Se Nove de Av cai num domingo e uma pessoa doente precisa comer durante o jejum, deve recitar Havdalá antes de comer pois Havdalá não é recitado na noite anterior por causa de Nove de Av.A pessoa não pode enxagüar a boca em Nove de Av, até o fim do jejum.

Lavar-se por prazer é proibido, tanto em água quente quanto fria. Entretanto, se as mãos estão sujas, pode lavá-las. Pode também lavar as mãos após levantar-se pela manhã como faz todos os dias, bem como após usar o banheiro. Entretanto, não pode lavar a mão inteira, mas apenas os dedos. Com os dedos ainda úmidos, pode lavar os olhos com eles. Se os olhos estão sujos, pode enxaguá-los como faz normalmente. Se a pessoa estiver cozinhando e preparando comida, pode lavar os alimentos, pois a intenção não é lavar as mãos. A proibição de calçar sapatos aplica-se àqueles de couro. Sapatos feitos de lona ou borracha podem ser usados. Porém, se são cobertos de couro ou se têm solas de couro, não podem ser usados.

Se alguém está caminhando em local repleto de espinhos ou numa área povoada de não-judeus [onde sua aparência poderia ser ridicularizada], pode calçar sapatos normais nestes locais. É permitido banhar um bebê e aplicar óleo em sua pele, da maneira que normalmente é feito.

Todas as proibições acima mencionadas se aplicam a partir do pôr-do-sol na véspera de Nove de Av até o final do jejum. Como se explicou acima, o estudo de Torá é proibido em Nove de Av porque o estudo de Torá traz alegria à pessoa. Entretanto, pode-se estudar o terceiro capítulo do tratado Mo’ed Catan, que fala das leis de luto e excomunhão. Pode-se também estudar o Midrash do Livro de Echá; Echá com seus comentários, e Iyov com seus comentários, pois estas obras despertam um sentimento de tristeza no leitor. Pode-se também estudar os capítulos de admoestação e calamidades registradas em Yirmiyahu; entretanto, deve-se ter o cuidado de pular aqueles versículos que falam de consolação. A pessoa pode também estudar os trechos do Talmud sobre a Destruição, registrada no Tratado Guitin.

Não se deve cumprimentar um amigo e perguntar como vai em Nove de Av, e não se deve nem dizer “bom dia.” Se alguém for cumprimentado, porém, pode responder para não ofender os sentimentos, mas em um tom de voz baixo. É proibido também enviar presentes em Nove de Av.

Em Nove de Av, é costume abster-se de fazer qualquer trabalho que deva ser feito em um período longo de tempo, pois empenhar-se nesse tipo de atividade distrai a pessoa de sentir tristeza. Deve evitar este tipo de serviço na noite da véspera de Nove de Av, e até o meio-dia de Nove de Av. Após meio-dia, este tipo de trabalho não é habitualmente proibido, mas mesmo assim é recomendável que a pessoa seja severa consigo mesma e evite este trabalho até que termine o jejum. Da noite de Nove de Av até meio-dia, deve-se sentar no chão ou sobre um banquinho com altura não maior que três larguras de mão. Alguns seguem o costume de não dormir em uma cama em Nove de Av; em vez disso, dormem em colchões colocados no chão.

Em qualquer dos casos, a pessoa deve variar seus hábitos de dormir; por exemplo, se costuma dormir com dois travesseiros, deve usar apenas um. Algumas pessoas colocam uma pedra sob o travesseiro ou colchão, como forma de relembrar a Destruição do Templo.

É costume iniciar somente após meio-dia o preparo dos alimentos que serão comidos quando terminar o jejum. Não se deve cheirar perfumes ou especiarias em Nove de Av, nem fumar em público. Não se deve vestir roupas bonitas em Nove de Av, mesmo que a roupa não seja nova. Muitos têm o costume de lavar o chão e limpar a casa após meio-dia em Nove de Av, em antecipação da Redenção que aguardamos. Além disso, é uma tradição que o Mashiach nascerá em Nove de Av.

Costuma-se dizer que a pessoa que come ou bebe em Nove de Av sem ter de fazê-lo por razões de saúde não merecerá ver o júbilo de Jerusalém. E quem prantear sobre Jerusalém merecerá ver sua felicidade, como promete o versículo (Yeshayahu 66:10): “Rejubile-se grandemente com ela, todos que por ela pranteiam.

Tisha B’Av No Shabat – Se Tishá BeAv cair no Shabat ele é adiado para sábado à noite. Nesse caso antes do pôr-do-sol faz-se uma terceira refeição de Shabat, Seudá Shlishit, que valerá como a refeição que antecede o jejum (Seudá Hamafsêket) com pão. Não se costuma comer ovos mergulhados em cinzas pois não podemos demonstrar luto no Shabat. O jejum tem início antes da shkiá, (40 minutos antes do anoitecer). Após o término do Shabat, os sapatos de couro devem ser trocados por outros de borracha ou pano e devemos nos sentar em assento baixo.Após a reza da noite (Arvit) lemos o Livro de Eichá, na tradicional melodia triste.

Logo após a leitura de Eichá e as Kinot da noite, falamos as partes da reza Veatá Kadosh e Alêinu.De Manhã , nas Bênçãos Matinais omite-se a Brachá “Sheassá li col Tzarki” (“…que me proveu de todas as minhas necessidades”), pois esta bênção vem em agradecimento ao calçado e em Tish’á Beav, é proibido usar sapatos de couro. Mesmo quando já se calçam os sapatos ao término do jejum, esta bênção continua não sendo falada até o dia seguinte. Talit e Tefilin não são usados durante Shacharit. Após Shacharit falamos as Kinot. Em seguida, falamos Ashrêi, Uvá letziyon (omitindo o versículo Vaani zot briti… vead olam”) e Alêinu. Repetimos o Livro de Eichá após Alêinu. Neste dia não falamos Tachanun (súplicas).De tarde , antes da reza de Minchá, coloca-se Talit e Tefilin e falamos o Shemá completo. Iniciamos com os trechos que não foram ditos de manhã: Shir Shel Yom, Ein K’Elokêinu e Tehilim. Também estudamos a parte diária do Chumash com Rashi e Tanya. Na Amidá de Minchá acrescenta-se Anêinu e também Nachêm (“Consola-nos”) em lembrança do Templo Sagrado, incendiado nessa hora. É costume doar para a Tzedacá o valor das refeições deste dia.

Os que colocam Tefilin de Rabeinu Tam, devem fazer isto após Minchá, antes do pôr-do-sol. De noite depois da reza de Arvit com o término do jejum lava-se as mãos 3 vezes intercaladas (dessa vez, a mão toda até o pulso, sem falar a bênção al netilat yadáyim). Lava-se o rosto e enxagua-se a boca e se come um “quebra-jejum e falamos a reza de Kidush Levaná (santificação da Lua Nova).

Dia Dez de Menachem Av vigoram até meio-dia todas as proibições dos Nove Dias, porque o Templo continuou em chamas durante o dia dez de Av. Nossos Sábios prometeram que quem fica de luto pela destruição de Jerusalém terá a alegria de ver a sua reconstrução. [1]

Fontes: [1] ONG – Rabino Gloiber: https://rabinogloiber.com/as-tres-semanas-e-nove-de-av-5781-de-domingo-junho-27-2021-ate-domingo-julho-18-2021/
Coordenador: Saul Stuart Gefter 21 de Av de 5781 – 30 de julho de 2021

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