Channuka   

Durante o regime sírio-grego de Antíocus, este, com intuito de exterminar com o judaísmo e forçar os judeus a assimilação, proibiu a prática de observância ao judaísmo. 

Isto posteriormente levou à uma revolta entre os macabeus que venceram os invasores, retomaram o templo e acenderam a menorah com o pouco óleo que sobrou e que assim permaneceu acesa por 8 dias até que nova remessa de óleo pudesse suprir esta necessidade.  

Durante 500 anos nossas raízes judaicas ficaram obscurecidas, nem mesmo constam nos livros de história do Brasil. Nossos costumes, tradições e leis permaneceram com muita dificuldade entre segredos e como costumes de família. 

Mas apesar da grande assimilação, não desapareceram por completo e passado tanto tempo os descendentes dos forçados que no Brasil procuraram abrigo, muito antes que outras levas de judeus imigrantes aqui chegassem, ainda buscam seu lugar na comunidade, integração e participação. 

E que direito tem alguém de nos impedir de vivermos o judaísmo? 

Que direito alguém pode ter de impedir-nos de honrar o nome de nossos pais? 

Por que seriam estes nomes menores ou menos dignos do que outros? 

Temos lutado por muito tempo contra a intolerância daqueles que criam regras para que judeus retornados tenham dificuldade em praticar o judaísmo ou tenham dificuldade em reconhecimento junto às instituições como indivíduos ou como comunidades judaicas. Isto tudo devido ao medo daquilo que não conhecem e nem querem conhecer. 

O nome disso: preconceito!   

Saindo aos poucos, lutando com muita dificuldade, nos ajudando mutuamente temos conquistado batalha por batalha mais vitórias que derrotas e desejamos ter energia para fazer brilhar a luz do judaísmo de amor ao próximo, nossa cultura e valores. 

Estamos resgatando tradições e identidade, ajudando comunidades a se organizarem e trazer a luz da verdade a história de 500 anos de opressão, mas também de esperança e sonhos. O sonho de retornar e viver abertamente o judaísmo. 

Para todos os Bnei Anussim e amigos que compreendem que o reconhecimento das raízes judaicas do povo brasileiro não é apenas um fato histórico a ser corrigido, mas um direito e um ato de justiça, eu desejo um feliz chanuka! 

E àqueles que ainda tem dificuldade de compreender, eu desejo que iluminem suas mentes e corações com a resposta honesta às perguntas acima: ” que direito têm vocês?”    

Dra. Elisa Pinto Guimarães – Medica e Presidente da Congregação Judaica Pneior   

Petrópolis, 24 de kislev 12/12/2017, Chanukah 5778  

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